domingo, dezembro 30, 2007

Amor de pai

Os condenados à morte têm direito a um último desejo; por outro lado, os testamentos são para cumprir…

Ora, serve esta introdução para lembrar o “caso do dia”, verdadeiramente fantástico pelos parâmetros ocidentais.

Benazir Bhutto foi assassinada, falta só perceber como (as versões já são mais que muitas), e deixou um “testamento político”.

Aberto esta tarde, o documento solene da antiga Primeira-ministra (a sua última vontade) indicava o marido como seu sucessor à frente do Partido do Povo do Paquistão.

Ora, contrariando essa indicação, Asif Ali Zardari abdicou desse poder e entregou-o de mão beijada ao filho. Bilawal Bhutto tem 19 anos e sucede, assim, ao avô e à mãe na liderança do PPP.

Seguramente a atitude de Ali Zardari ficou a dever-se a amor… não pelo filho, como seria de esperar, mas certamente pela própria vida.

Não sei o que vai acontecer ao rapaz no futuro, mas gostaria só de lembrar que o avô, a mãe e dois tios Bhutto foram assassinados.

O pai, para variar, deve querer morrer de velhice.

Simplex

José Sócrates gaba-se de estar, através do “Simplex” e do “Plano Tecnológico”, a fazer evoluir o país, tornando-o mais eficaz e menos burocratizado.

Não vou aqui fazer análises políticas, quero apenas dizer que o Primeiro-ministro português tem muito que aprender com alguns dos seus amigos africanos.

Espero que os contactos na recente cimeira UE-África em Lisboa tenham dado ideias a Sócrates para melhorar ainda mais os seus programas.

É que se não, reparem:

Qual é – reconhecidamente – um dos principais problemas do país? A morosidade da Justiça.

Há quantos anos decorre o processo Casa Pia, por exemplo? Quantas sessões faltam para terminar o caso? Muitas.

Já em países evoluídos como o Chade, o mediático processo da “Arca de Zoé” foi resolvido em menos de uma semana. Julgamento e sentença, tudo em quatro (4) dias.

Ok, é só um exemplo, ainda não estão convencidos? Tudo bem, aqui fica outro caso.

Quantos dias demora um Primeiro-ministro ou Presidente da República a tomar posse em Portugal após as eleições? Nunca menos de um mês.

O que se passa nesse paraíso que é o Quénia? Entre a saída dos resultados oficiais e a tomada de posse do Presidente Kibaki passou uma (1) hora.

Países evoluidos... há que aprender com quem sabe.

sexta-feira, dezembro 28, 2007

Dúvida da semana

Uma das maiores alegrias que senti na vida foi quando o Alcoitão me "autorizou" (acho que é mesmo esta a palavra) a usar outra coisa que não botas ortopédicas.

A alegria e a vontade eram tantas que, desde esse dia, foram raras as ocasiões em que não andei ou descalço ou de sapatilhas.

Lembrei-me disto porque, ontem, tive o azar de dizer em voz alta: "Preciso de comprar umas sapatilhas". Disse logo um engraçadinho meu conhecido: "O quê? Vais para o ballet?".

Ora, vamos lá esclarecer uma coisa:

Eu sei que a malta de Lisboa anda de "ténis", mas para mim "ténis" é simplesmente um desporto, não algo que se calça.

Eu cá uso SAPATILHAS e não, não estou a falar de sapatinhos para o ballet, estou a falar disto:

Isto são sapatilhas meus amigos, daquelas que eu uso, ok?

E tu, usas sapatilhas ou ténis?

segunda-feira, dezembro 24, 2007

Crise? Qual crise?

No Natal gosto de juntar a família mais chegada, é essa a minha prenda, é verdadeiramente a única que me interessa.

Os meus avós já não estão connosco. Não me lembro dos meus avós paternos, mas recordo com saudade a minha avó Luz e o meu avô João... e o Natal numa aldeia da Beira Baixa com um pinheiro a sério e tudo.

Isso era o Natal, tranquilo, agora, em Lisboa, é tudo diferente e cada vez faz-me mais impressão a vertigem consumista que se apodera das pessoas.

Não percebo como é possível que, estando em crise, os portugueses gastem o que têm e o que não têm com presentes supérfluos e ostentatórios só para mostrar ao vizinho.

E ano após ano lê-se isto:

"De acordo com dados da SIBS, nos primeiros 18 dias do mês de Dezembro os portugueses usaram os seus cartões para levantar 1388 milhões de euros e para comprar produtos com o valor de 1547 milhões. Estes números, somados, representam um acréscimo de 6,3 por cento face aos mesmos dias do ano anterior. Tendo em conta que a inflação homóloga, em Novembro, se cifrou em 2,8 por cento, regista--se um acréscimo real das aquisições feitas utilizando este método de pagamento de 3,5 por cento, um valor significativo tendo em conta o que tem sido o crescimento do consumo privado nos últimos anos.", in Público.

Como diz o outro, não havia necessidade.

Mas, pronto amigos, seja como seja o vosso Natal, desejo-vos Saúde e Sorte, que é o que é realmente preciso.

sábado, dezembro 15, 2007

Gorjetas há muitas

O conselho vem de Espanha, é feito para espanhóis, mas serve também para os portugueses que, como se sabe, estão endividados até aos cabelos.

É nos pequenos pormenores que se faz a diferença e, realmente, dar um euro de gorjeta após dois cafés parece-me um exagero.

Don't tip so much, economy minister tells Spaniards

MADRID, Dec 15 (Reuters) - Spaniards still have not fully understood the value of a euro and often tip too much, adding to the sense that life is more expensive, Economy Minister Pedro Solbes said on Saturday.
"I see people having a couple of coffees and calmly leaving a euro as a tip. That's 50 percent of the value of the product,"
Solbes said at a political rally to discuss economic issues ahead of next year's general elections.
"People haven't taken on board the value of a euro. 20 cents is 32 pesetas, a euro is 160," he said.

A propósito... também nunca percebi porque raio é que os senhores dos cafés e os "fogareiros" "têm" que ter gorjeta por sistema, só porque sim.

terça-feira, dezembro 04, 2007

Fónix (*)

Ouvi esta no programa "A semana passada" da TSF e achei um mimo: Os CTT vão ter uma rede de telemóveis e querem ser a quarta rede do país.

Ora, tendo em conta que Portugal é dos países da União Europeia com mais assinaturas de telemóvel, segundo dados do Eurostat, nada é de estranhar.

A questão aqui está no fantástico nome escolhido para a rede: "Phone-ix".

É caso para dizer: "Fónix, esta merda não funciona, vamos ser gozados à grande".

Mas quem é que autorizou este nome?

(*) Bom, quer dizer, se a ideia era deixar as pessoas a falar disto, estão a conseguir.

quinta-feira, novembro 29, 2007

Desabafo (*)

Já não me acontecia há muitos anos e estava a ficar "destreinado". Talvez por isso me tenha feito mais impressão do que habitualmente: ontem voltei a dar de caras com um "tipo 4".

Antes de mais deixem-me explicar-vos que a minha experiência (!) de 33 anos me permite ter inventado para uso pessoal e intransmissível (pelo menos até hoje) uma catalogação das pessoas ditas "normais".

Há quatro tipos diferentes, passo a explicar:

1- as pessoas que te tratam normalmente, que te percebem e te ajudam quando necessário.

2- as pessoas que parece que te ignoram e quando passas começam a "bichanar" (habitualmente são pessoas de idade que têm conversas do género: "Coitadinho terá sido acidente?").

3- as pessoas que te abordam (habitualmente crianças que fazem perguntas ou pedidos do género: "Podes ir a correr até ali? Tens algum irmão como tu?).

4- as "pessoas" que te ofendem sem razão aparente só porque és deficiente.

Foi o que me voltou a acontecer ontem: duas pessoas num carro, eu a tentar atravessar a estrada junto a um passeio em obras e um esperto sorridente a gritar: "Ó aleijadinho endireita as pernas".

Enfim, só espero que o moço não tenha nenhum azar na vida.

(*) Desculpem este desabafo, não é habitual vir para aqui armar-me em Calimero, mas há dias assim...

segunda-feira, novembro 26, 2007

Deve ser do cansaço

O líder da Juventude Centrista disse que era preciso "apontar com frontalidade" alguns dos principais responsáveis por actos como os "sequestros e incêndios às sedes do CDS-PP logo após a revolução de Abril de 1974 e que continuam hoje no activo".

Eu, que sou pela "frontalidade", acho bem e, por isso, aqui estou solidário com a indignação de Pedro Moutinho.

O rapaz, depois de um almoço com os seus camaradas (perdão, colegas) de partido, deu alguns exemplos de pessoas que estiveram envolvidos nos "distúrbios revolucionários":

"Falo do actual presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, que mais tarde se renderia às virtudes do capitalismo. Falo também das bombas das FP 25 de Abril e políticos actuais como Francisco Louçã, Luís Fazenda, Jerónimo de Sousa, Odete Santos e Bernardino Soares".

Ora bem, eu confesso que não sei exactamente quais são as brincadeiras de infância dos meninos do CDS-PP, mas, se calhar, a organização de revoluções e colocação de bombas fazem parte do leque de jogos habituais.

É que convém lembrar ao jovem líder da JC que, por alturas do Verão Quente, o perigoso Bernardino Soares, do PCP, tinha quatro (4) anos.

Alguém coloca bombas com quatro anos? Parece-me difícil, não sei. Eu cá brincava com carrinhos e queria era jogar à bola.

quarta-feira, novembro 21, 2007

Opinião Pública

Lembro-me, há uns tempos, de um estudo de opinião em que os jornalistas eram a segunda ou terceira profissão em que os portugueses mais confiavam.

Ontem, no comboio, um velhote lia um daqueles jornais gratuitos que nos são oferecidos à entrada da gare.

Ao reparar que eu estava a espreitar por cima do ambro, aquela atitude habitual e tão irritante dos portugueses, perguntou-me:

"Quer ler o jornaleco? Isto é só mentiras, mas sempre pode ser que acertem alguma".

Recusei e fiquei a pensar: "Será que este é um sentimento comum entre as pessoas? Será que a opinião da opinião pública está a mudar?"

A maneira como têm sido geridos alguns dos últimos casos mais mediáticos talvez tenha (des)ajudado.

segunda-feira, novembro 19, 2007

Flexibilidade e polivalência

Esta é uma das ideias base que o Governo quer impingir aos funcionários públicos e que, mais tarde ou mais cedo, vai chegar aos privados.

O curioso é que, muito antes desta ideia peregrina, já alguns dos comentadores televisivos tinham aderido a este princípio.

Dois exemplos paradigmáticos: Nuno Rogeiro, nascido para o mundo do comentarismo internacional aquando da Guerra do Golfo de 1991; e, claro, o impagável professor Marcelo, que todos os órgãos de comunicação ouvem religiosamente aos domingos à noite em busca de um qualquer rasgo.

Neste seguimento, eis que se está a formar uma nova classe: os gestores públicos polivalentes.

É indiferente qual é a empresa, qual o ramo, qual a situação. A questão é: "Há problemas? Vai-se buscar o Almerindo".

"Mas o homem percebe alguma coisa de estradas? - Não pá, mas também não é preciso. O gajo não percebia de televisão e endireitou a RTP. - Ah... - Pois, e ainda por cima foi nomeado pelo PSD, por isso, agora não podemos ser criticados. - Ah, ok, percebi-te".

sexta-feira, novembro 16, 2007

O outro lado das notícias...

Nos primeiros dias do "processo Maddie" foi divulgada uma fotografia - e a partir dai lançada uma mega-campanha - de Madeleine McCann em que o destaque era dado a um sinal distintivo num dos olhos da menina.

Com aquela marca caracteristica no olho direito, seguramente, só a pequena menina inglesa.

Ora, como está bom de ver, esse foi, claramente, um erro de estratégia porque, se fosse caso disso, o tal sinal característico seria (terá sido) uma autêntica "sentença de morte" - isto, claro, para quem acredita na tese de rapto - para Maddie.

Outro caso tem a ver com o que aconteceu ontem: passaram de um blog para as televisões e um jornal nacional as ameaças de um bando de energúmenos a elementos da polícia que está a tomar conta das claques.

Este "alastrar da notícia" não facilita o trabalho dessa força porque pode incendiar o ambiente, especialmente a poucos dias de um Benfica-FC Porto.

Às vezes, era bom ter atenção ao que se dá, como se dá...

quinta-feira, novembro 15, 2007

No comments

O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais afirmou na Comissão Parlamentar de Finanças e Orçamento, no Parlamento, que muitas das grandes empresas portuguesas são fraudulentas em termos fiscais.

Amaral Tomaz diz que “em Portugal enraizou-se sempre a convicção de que as grandes empresas não cometem fraude fiscal, mas a realidade é diferente daquilo que podemos pensar".

A sério? Ninguém diria.

quinta-feira, novembro 08, 2007

Apitadela...

Andar na estrada em Lisboa é um “must”, isto claro, se se conseguir o distanciamento suficiente para apreciar o “espectáculo”.

Os portugueses, na generalidade, conduzem mal, mas, curiosamente, têm a mania que conduzem bem.

E o engraçado disto é apreciar dois “artistas do volante” em competição.

Claro que há sempre a hipótese de pararem as viaturas e resolverem a querela à pancada.

Mas, há também outras duas alternativas de resolver as questões bem "à homem".

Uma é o célebre “picanço” nos semáforos. Como é giro vê-los a acelerar à espera do verde para ganhar a corrida ao outro “armandinho” até ao outro sinal luminoso.

A outra é a “apitadela”. O outro otário faz um erro inacreditável e nós, como seres superiores, vamos mostrar-lhe que se enganou buzinando incessantemente. Claro que o outro, nada convencido, tem resposta à altura: apitar ainda durante mais tempo, de preferência com uma buzina ainda mais ruidosa (tipo daquelas de camião).

E assim vamos (des)andando…

Com aumentos destes...

Eu ainda sou do tempo em que uma pastilha elástica custava 2$50.

O Governo reafirmou esta quarta-feira que o aumento de salários para os funcionários públicos no próximo ano vai ser de 2.1% - um valor igual ao previsto para a inflação.

Ora, a confirmar-se, esta subida equivale a "aumento zero" e vem juntar-se a mais (penso que sete) anos em que os aumentos não foram líquidos.

Curioso é que o subsídio de refeição deverá também ser actualizado na mesma percentagem, o que quer dizer que cada funcionário público vai receber mais oito (8) cêntimos para comer.

A pergunta que se coloca é: o que é que se compra com mais oito cêntimos por dia? Eventualmente pastilhas elásticas para enganar a fome.

segunda-feira, novembro 05, 2007

Grandes vidas...

Qualquer Universidade que se preze tem a cadeira de BAR (desculpem, não é a sigla de nenhuma disciplina complicada tipo Biologia Arqueológica Retroactiva ou algo do género. é mesmo bar, de cafetaria).

Ele é ver, diariamente, centenas de alunos a baldarem-se às aulas para ficarem no bar... a jogar às cartas.

E aí, seguramente, tiram boas notas, dado o empenho e as horas que gastam nessas "matérias".

Vem isto a propósito de uma notícia que saiu na imprensa de hoje: um português ficou em terceiro lugar no Europeu de Poker (!?).

Em primeiro lugar desconhecia que se realizavam tais campeonatos; em segundo lugar achava altamente improvável que houvesse profissionais de tal modalidade. Mas eis que existem, até em Portugal.

Já estou a ver o miúdo quando chegou a casa: "Mamã, papá já sei o que quero fazer quando for grande". "Então, meu filho, diz lá: advogado, médico, arquitecto?". "Não pá, que horror, quero é... jogar às cartas!"(*).

Há grandes vidas pá... Faz-me lembrar aqueles miúdos que nos Estados Unidos (claro) ganham milhares de dólares como profissionais de video-jogos!

(*) Convém só acrescentar que o vencedor deste torneio, um sueco, levou para casa 21 mil euros por ter estado umas horas a jogar às cartas.

quarta-feira, outubro 31, 2007

Cúmulo do desperdício

Amanhã é 1 de Novembro...

Amanhã é feriado...

Amanhã estou de folga...

Que desperdício.

quarta-feira, outubro 17, 2007

Só?

Foram assinados esta quinta-feira os programas operacionais do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN).

Traduzindo: vêm aí cerca de 21,5 mil milhões de euros comunitários para Portugal gastar até 2013.

Ora, isto quer dizer que o nosso país vai receber 9.8 milhões de euros todos os dias até ao final de 2013.

Esta é a última oportunidade antes de se "fechar a torneira".

Como era bom que soubessemos aproveitar esta "massa" para evoluir... Infelizmente, tenho dúvidas.

Convém não esquecer que há 19% de pobres em Portugal (dois milhões de pessoas) e que, caso não fossem contabilizadas as várias ajudas sociais, em 2005, 41% da população estaria em risco de pobreza.

segunda-feira, outubro 15, 2007

Deve ser do cansaço

O presidente da Associação Portuguesa de Famílias Numerosas critica o Governo e, mais especificamente, a sua proposta de Orçamento de Estado.

Em causa a proposta do Executivo de aumentar as deduções, em sede de IRS, para os pais com filhos até aos 3 anos. Diz Fernando Castro que este é um benefício que “não se compreende”.

Ora, até aqui, nada de especial, é uma opinião respeitável, que pode até ser verdadeira e que não contesto, até porque não conheço o Orçamento em profundidade.

O que acho extraordinário é a justificação… e cito:

“O que vai acontecer é que, quando uma criança fizer três anos de idade, vai ser uma data muito infeliz e triste para a família porque, não só vai passar a receber menos de abono de família, como se isso não bastasse, vai passar a pagar mais IRS. Não faz sentido”, disse.

Pois não, “Não faz sentido”. Pai que é pai não pode dizer isto, seja em que contexto for.

Há justificações que, realmente, não justificam nada.

domingo, outubro 14, 2007

Pão nosso de cada dia

A obesidade é uma doença que cada vez mais preocupa as sociedades modernas, mas o nosso país está atento e já estão a ser tomadas medidas.

A bem da saúde, é preciso evitar que as pessoas engordem e, como se sabe, o pão é um dos alimentos que, dizem os nutricionistas, mais ajuda a ganhar peso.

O Ministério da Saúde, em colaboração com o Ministério das Finanças, já se está a precaver...

Assim, até Janeiro de 2008, o pão, esse produto “maléfico” para a linha dos portugueses, vai aumentar "só" 3o% (trinta por cento).

A confirmação foi feita ao “Expresso” por Carlos Alberto Santos, presidente da Associação de Comércio e Indústria de Panificação, Pastelaria e Afins.

Ora, nada mais justo, se o pão engorda... obriga-se as pessoas a cortar no dito. Até aqui tudo certo, é “a bem da nossa saúde”.

A questão é que - recorde-se - desde o início do ano, o pão já aumentou 20% no preço de venda ao público.

Entretanto, o “Expresso” acrescenta que "outros bens - como leite e derivados, ovos, azeite ou carne de vaca – vão registar subidas significativas. Nenhuma entidade contactada arrisca uma previsão, mas fontes da indústria agro-alimentar apontam para acréscimos entre os 5% e os 10%".

Eu cá só gostava de saber como é que a maioria dos portugueses, especialmente os pensionistas, se vão governar com os preços que se estão a preparar.

Ainda bem que este é um Governo (dito) socialista, com preocupações sociais... faria se não fosse.

PS: Post reciclado de 2003 porque, afinal, há coisas que, infelizmente, se repetem. "Só mudam as moscas", diz o ditado.

sexta-feira, outubro 12, 2007

Fado, Futebol e Fátima

Fui a Fátima a última vez a 2 de Setembro, era domingo e, talvez por isso, estava muita gente no Santuário.

Confesso que não vou a Fátima muitas vezes mas, ano após ano, continua a fazer-me grande impressão toda aquele negócio que cresceu desmesuradamente à volta das Aparições. Tudo se vende sem o mínimo de respeito.

A nova Basílica estava ainda em construção e não foi possível ver nada, mas a zona do Santuário mantém aquela mística, aquela aura, que é dificil explicar.

Vi, em directo, a cores e ao vivo, a cerimónia do adeus à Virgem que, também naquela tarde, foi especial e, como sempre, me fez chorar.

Escrevo estas linhas na altura em que se inaugura a nova igreja da Santíssima Trindade. Estão altas individualidades religiosas, políticas e sociais na cerimónia.

A RTP transmite à mesma hora um jogo de futebol da selecção de Sub-21 na Bulgária e o país político aguarda ainda a apresentação do Orçamento de Estado e o início do congresso do PSD.

quarta-feira, outubro 10, 2007

Dúvida da semana

Eva foi expulsa do paraiso por causa de uma maçã, a Branca de Neve foi envenenada por uma maçã... e outras "estórias" há sobre o poder da maçã.

Eu sou de uma "terra da fruta" do nosso país, onde há maçãs, peras, laranjas, pêssegos para dar e vender.

Para mim, uma maçã é uma maçã.

No entanto, chegado a Lisboa, eis que reparo que, para várias pessoas, uma "maçã" é, afinal, um "pêro". Maçã é, para eles, aquilo que, para mim, é maçã reineta (aquela verde, mais áspera, menos doce).

Pero ou maçã, eis a questão.

Eu cá, gosto de maçãs e não sei o que são pêros. Ponto final.

terça-feira, outubro 09, 2007

Queres drogar-te?

... Vem aprender connosco

Parece ser esta a ideia da nova campanha do Instituto da Droga e Toxicodependência que está a ser distribuída através de postais em escolas e espaços de diversão nocturna.

Pensava eu que a ideia do IDT era sensibilizar os miúdos para os perigos da droga e apelar ao não consumo.

Depois desta campanha, já não sei... Destaco só estas duas pérolas: "Alterna a narina que utilizas", "É bom que esteja alguém com experiência".

Parece quase um manual de aprendizagem, o que fazer, como fazer, para nos podermos "drogar em segurança".

quinta-feira, outubro 04, 2007

Desvio

No Dubai há um hotel de sete estrelas - penso que ainda é o único a nível mundial - em que é tudo em grande.

No "Burj Al Arab Hotel" ouro é o que mais há e, por exemplo, se quisermos andar de táxi somos transportados num "singelo" Rolls Royce.

Por mim tudo bem, nada contra, quanto muito tenho é inveja por não ter capacidad€ para lá chegar.

Mas, por falar em táxis, o que já acho extraordinário é que, num país como Portugal, a esmagadora maioria destes veículos seja também de uma marca sempre considerada de luxo: os Mercedes.

Ando há 15 anos em táxis por Lisboa e é esmagador o número de carros desta marca que anda na "praça".

Ontem, para tentar, finalmente, desviar o tema da conversa (a derrota do Benfica na Champions), fiz a pergunta sacramental ao senhor Virgílio, o taxista que me costuma transportar a casa: Porque raio é que todos têm Mercedes? Não são caros?

A resposta imediata não deixou dúvidas: "Meu amigo, só há duas marcas de automóveis: os Mercedes e os outros".

Depois continuou: "É o carro mais resistente, aguenta trabalhar 24 horas sempre a andar e eles [Mercedes] fazem descontos para taxistas".

A fechar: "Lembra-se do outro carro que eu tinha?" Sim. "Fez mais de um milhão de quilómetros sem problemas".

Ok, fiquei esclarecido.

E lá voltámos ao Benfica - Shaktar para mal dos meus pecados.

quinta-feira, setembro 27, 2007

Esmeralda

O "caso Esmeralda" voltou à ordem do dia depois da decisão do Tribunal da Relação de Coimbra que dá a custódia da menina ao pai biológico.

Este grande "embróglio" tem ainda na equação: a mãe biológica, o sargento Luís Gomes e a mulher e, claro, a pequena Esmeralda.

Se tiverem paciência para ler 48 páginas, aqui, podem perceber melhor este caso.

Vale sempre a pena ver o outro lado da questão e pode ser que mudem de opinião.

quarta-feira, setembro 26, 2007

Chá, café ou laranjada

Eu acho que a ASAE (*) devia intervir. Sou mesmo de opinião que a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (*) já devia ter actuado.

O que se tem passado com o PSD nas últimas semanas é, no mínimo, indigesto, até para quem gosta de laranjas. Seguramente algumas já estão estragadas - podres mesmo - e começam a pôr em risco a saúde pública dos portugueses (saúde mental - leia-se).

Esta "falta de chá", toda a confusão das directas, dos prazos, das regras, das ideias (ou da falta delas) - que culminou com as acusações gravíssimas desta noite de Luís Filipe Menezes a Marques Mendes - não auguram nada de bom para o partido, mas ainda menos para o país.

Não sei se andam mesmo a "comprar" quotas, a inscrever pessoas que já morreram ou a apagar adversários dos ficheiros, o que sei é que esta "laranjada" está estragada.

É suposto o PS, enquanto Governo, ter uma oposição credivel que apoie o que tem a apoiar, conteste o que tem a contestar, apresentando propostas alternativas.

O que é que se tem visto nesta campanha interna do PSD? Nada de positivo e/ou relevante vindo do "maior partido da oposição".

Quem se vai rindo disto tudo é o Sócrates... e o Santana Lopes, e o Morais Sarmento, e a Manuela Ferreira Leite, e o António Borges, e o Aguiar Branco, e o Rui Rio, e o...


(*) Sou fã da ASAE. Acho que é das poucas coisas neste país que funciona bem. Só acho que o presidente tem excesso de protagonismo mediático, mas se calhar tem que ser.

domingo, setembro 23, 2007

Bem amado

Confesso que não gosto de me confessar.

Sou tímido, calado, habitualmente reservado, gosto pouco de falar de mim e estou mais habituado a ouvir os outros.

Os meus pais queixam-se que é dificil arrancar-me alguma novidade e os meus amigos já se queixaram do mesmo.

Aliás, há uma expressão que uso algumas vezes na brincadeira que se aplica na perfeição: "Nem às paredes confesso, muito menos a estas que se ouve tudo".

São feitios, respondo. E, estou certo, a culpa nem é dos padres.

Não sei de onde me veio esta "característica", mas dei por mim a pensar nisso depois de ouvir uma conversa e sou capaz de avançar uma razão.

A culpa é, seguramente, de uma novela brasileira, daquelas já bem antigas, do tempo em que o país parava para as ver.

Voltanto atrás no tempo: No "Bem Amado" havia um autarca corrupto que tinha como objectivo principal inaugurar o cemitério que mandou construir. O homem tudo fez para que alguém morresse e, assim, fosse possível estrear a sua obra (até contratou um "matador", um tal Zeca Diabo, que ainda hoje recordo como uma das grandes personagens de Lima Duarte).

Mas a questão é que o homem - o tal "perfeito" da cidade - tinha outra "característica": para melhor controlar os seus eleitores, mandou instalar um microfone no confessionário,

Desde esse momento, nunca mais fui o mesmo. Fiquei traumatizado.

Ainda voltei ao confessionário mais duas ou três vezes, mas - confesso-o aqui - nunca mais disse tudo ao senhor padre.

sexta-feira, setembro 21, 2007

Palpite


O camarada e amigo RVR tem tido esta época palpites certeiros quanto aos "chicoteados" na I Liga portuguesa de futebol.

Eu vou entrar nesta onda e deixar, aqui e agora, a minha aposta para novo clube do "mister" José Mourinho.

Não sendo Inglaterra ou Portugal, só há duas hipóteses...

Seguramente: Inter ou Barcelona.

PS: O homem foi "special one" até na saída... e aquela indemnização, meu Deus.

sábado, setembro 15, 2007

Se não fosse trágico... era cómico

Há “coisas” que ainda acontecem no nosso país que são dignas de entrar para um qualquer “Ranking da Estupidez”. Juro que esta “estória” é verídica, embora não pareça.

A Brigada de Trânsito mandou parar uma ambulância, que seguia com os “pirilampos” ligados, para realizar dois testes de alcoolemia ao bombeiro que conduzia a viatura.

Apesar de explicado que estavam numa urgência e transportavam dois doentes, os homens da GNR não desistiram e continuaram com a análise à viatura.

Depois do “exame”, nem sequer ajudaram a abrir caminho para o Hospital de Ponte de Lima.

Conclusão: um dos doentes da ambulância acabou por falecer.

Nunca saberemos se o senhor se safaria se não tem sido atrasado pela polícia, o certo é que parece incompreensível que os agentes tenham mandado parar uma ambulância que seguia, com pressa, a caminho do hospital.

Para já, sabe-se que a família vai apresentar queixa. A GNR ainda não se defendeu e o Governo já pediu um inquérito.

Alguém consegue explicar isto?

quinta-feira, setembro 13, 2007

Mina de ouro

O desemprego é um dos flagelos dos tempos modernos. Só em Portugal são quase 500 mil os portugueses sem emprego. Acontece que, em todas as regras há excepções e, para alguns, ser despedido é uma mina de ouro.

Reparem na boa vida de boa parte dos treinadores de futebol que são despedidos por maus resultados.

Claro que há situações caricatas, como Fernando Santos que foi despedido na primeira jornada após um empate, mas o certo é que o senhor engenheiro, no espaço de poucos dias, recebeu a indemnização a que tinha direito do Benfica e foi para a Grécia treinar um clube. Resumindo, passou de um a dois ordenados, apesar de demitido.

Já a José Couceiro, ex-jogador, ex-sindicalista, ex-dirigente, actual "treinador", não lhe são conhecidos bons trabalhos no banco, mas seguramente a conta bancária deve estar bem recheada depois de passagens por Alverca, Setúbal e, especialmente, FC Porto e pelas selecções nacionais, onde comandou duas equipas com péssimos resultados. Abençoadas indemnizações que sustentam incompetentes.

Uma palavra final para um treinador que está há várias épocas arrumado e a quem já nem as "chicotadas psicológicas" devem encher o bolso.

Luís Campos chegou a ter a aura de "salvador", chegou a fazer boas épocas, em escalões inferiores e na I Liga, chegou a ser falado para o Benfica, mas aquela temporada em que conseguiu descer Setúbal e Varzim deu-lhe a alcunha de "Luís Campas" e arruinou-lhe a carreira.

Nem como comentador ou "paineleiro" o homem se tem safado. Ainda um dia destes gostava de falar com Luís Campos.

domingo, setembro 09, 2007

Trabalhos domésticos

Há uns anos, um presidente no Benfica - de péssima memória - "tinha" um iate a que deu o nome fantástico - face ao personagem que era - de "Lucky Me".

Lembrei-me deste nome - ou, para ser exacto, da expressão - e dei por mim a pensá-la, quando ontem cheguei a casa.

Estive uma semana de férias fora, na casa dos meus pais no interir do país. A ideia era "recarregar baterias" antes do recomeço das aulas.

O plano foi "por água abaixo" quando percebi que na casa ao lado havia obras. Foi "certinho como o sol": oito da manhã, berbequim e martelada a servir de despertador.

Ontem, de regresso a Lisboa, chego a casa e está tudo virado do avesso: fazem-se pinturas... tudo desarrumado, o cheiro da tinta, tudo a partir das 8h30... só me apetece fugir.

Sorte a minha...

quinta-feira, agosto 30, 2007

Se fosse por cá...

Portugal, já se sabe, sofre de doença bipolar: tão depressa tem tiques de "prima dona" e "novo riquismo" ou então ataques próprios de países do terceiro mundo e autênticas paralisias cerebrais.

Talvez por isso os portugueses vivam numa espécie de montanha russa em que passam do oito para o oitenta e vice-versa em menos de um fósforo, ao mesmo tempo que são capazes de criticar o que fazemos bem - às vezes melhor que os outros - tão bem como criticamos - justamente - o que fazemos mal.

O que é certo é que não somos os únicos a fazer asneiras e, às vezes, apercebemo-nos disse de forma trágica.

O que aconteceu aqui ao lado, em Espanha, com António Puerta dá que pensar.

Como é possível que os médicos tenham deixado o jogador do Sevilha sair do campo pelo próprio pé poucos segundos depois de ter uma paragem cardíaca? Onde estavam os bombeiros?

Podia não ter ajudado Puerta, que depois teve mais uma mão cheia de paragens cardiacas, mas lá que é muito estranho, lá isso é.

O que é certo é que é mais uma morte de um desportista de alta competição, com testes físicos constantes, que cai em pleno relvado. Infelizmente, 24 horas depois, outro jogador morreu em campo.

São já muitos os casos...

quinta-feira, agosto 23, 2007

Os deuses devem estar loucos

Alguém me explica esta nova loucura televisiva pela conquista do "prime-time" entre as 3h e as 4h da manhã?

O que é que se passa com a televisão em Portugal que "obriga" quem de direito a investir em concursos em directo que dão milhares de euros por noite?

E, mais do que isso, o que leva dezenas (centenas?) de pessoas a participar nestes concursos televisivos sem qualidade a horas absolutamente "impróprias para consumo"?

Será que percebem que estão a ser "endrominadas"?

terça-feira, agosto 21, 2007

Mundo perfeito

Queria dar-vos a notícia com todos os pormenores mas, infelizmente, não ouvi a "estória" desde o início e não consigo colocar todos os "pontos nos ii". Mas aqui fica o essencial.

Os administradores de um hospital português recusaram comprar as viaturas a que tinham direito pelo cargo que ocupam e preferiram utilizar esse dinheiro para adquirir material necessário para o serviço.

Infelizmente não sei qual é a unidade hospitalar em causa, nem o nome dos administradores, mas não quero deixar de homenagear quem se lembrou deste "quase" milagre.

Era bom que pudessemos dar mais notícias assim. Seria mesmo um "Mundo Perfeito" se esta excepção fosse a regra.

sábado, agosto 18, 2007

Não, não "Acontece só aos outros"

Os números têm vindo a diminuir nos últimos anos, mas o certo é que as mortes na estrada continuam verdadeiramente assustadores.

Até 14 de Agosto - e só durante este mês - ocorreram 3943 acidentes, dos quais resultaram 41 mortos, 113 feridos graves e 1184 feridos ligeiros.

De acordo com dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, desde 1 de Janeiro até 12 de Agosto, os acidentes nas estradas de Portugal continental provocaram 500 mortos, mais cinco que no mesmo período de 2006.

Para ajudar a combater este flagelo, esta autêntica guerra civil, a RTP tem agora uma rubrica de verdadeiro serviço público.

Todas as sextas-feiras, após o Telejornal, o “Só Acontece aos Outros” é um programa de 15 minutos que faz prevenção rodoviária, lembra casos trágicos que ficaram marcados na mente das pessoas.

Não sei se ajuda alguma coisa… mas lá que faz impressão, lá isso faz.

sábado, agosto 11, 2007

Cem dias, sem certezas

Costuma dizer-se que os Governos têm 100 dias de "estado de graça". Não sei se esta premissa também se aplica à Polícia Judiciária... o certo é que Madeleine McCann desapareceu faz hoje, precisamente, 100 dias.

Certezas sobre o que aconteceu ainda não há, pelo menos publicamente, mas a PJ veio confirmar este sábado, curiosamente em declarações à BBC, que Maddie pode mesmo estar morta.

Primeiro, a tese de rapto levava vantagem, agora, há cerca de um mês, a hipótese de assassinato ganha força. Eu não sei o que aconteceu, espero que quem de direito saiba e muito em breve.

O que é certo é que continua a haver muitas questões no ar e muitas pontas soltas. Vamos recordar algumas:

como ficaram três menores sozinhos em casa?
porque é que os gémeos não acordaram?
porque demoraram os pais duas horas a avisar a polícia?
porque não foram fechadas as fronteiras?
porque é que a polícia diz que há um suspeito de rapto, com direito a retrato-robot e tudo, e agora, afinal, já foi assassinato?
porque demoraram a chegar os cães pisteiros?
como é que só se vê uma mancha de sangue três meses depois?
a pressão da comunicação social ajudou ou desajudou a PJ?
os pais mudaram de atitude em relação à comunicação social porquê?

Enfim, estas são algumas das questões que me assaltam neste dia. Responda quem puder ou souber.

sexta-feira, agosto 10, 2007

Nazaré

Pois é, tudo o que é bom acaba depressa e lá se foram as três semanas de férias.

Como a tradição ainda é o que era, lá estive na praia de sempre.

As mesmas nazarenas "chatas" a oferecer "chambres" ou "barraquinhas" todo o santo dia, as mesmos fantásticos bolos da Batel, a mesma senhora da bolacha Americana (bem caras por acaso), a mesma água fria (gelada mesmo), as mesmas ondas (às vezes)...

Apesar de tudo, nem tudo foi como dantes: o peixe-aranha, visita habitual dos banhistas na Nazaré, esteve quase ausente, para descanso dos nossos pezinhos (e como dói!).

Faltaram também - e especialmente - alguns amigos clássicos destas alturas e que tanta falta fizeram para dar mais cor a estas férias. Tenho saudades deles...

Mas, mesmo assim, deu para descansar (objectivo prioritário), apanhar um solzinho, comer a tempo e horas, ler uns livrinhos.

Agora... é trabalhar. Cada um tem a cruz que merece.

segunda-feira, julho 16, 2007

"Tiro ao Alvo" a banhos

Nas próximas semanas, o "Tiro ao Alvo" vai estar "numa praia perto de si" e incontactável por qualquer via informática.

Reabriremos nos primeiros dias de Agosto com "pontaria afinada" ao que se for passando "no país e no mundo".

Sim, porque eu "vou andar por aí"...

sexta-feira, julho 13, 2007

Fone

Não sei se alguma vez já ficaram "enrrascados" sem saldo no telemóvel. Infelizmente, a mim acontece-me recorrentemente.

Deve ter sido a pensar em gajos como eu (na última vez que, esta semana, tinha 3 cêntimos para gastar) que a empresa telefónica "inventou" um serviço que nos safa de situações complicadas.

Como é que a coisa se passa? É só mandar um SMS para o número certo com uma simples palavra de cinco letras. Pouco depois, aí está a "prenda" (2.5€) para gastar como quisermos, com a mensagem: "Reembolso no próximo carregamento".

Ok, tudo bem. A questão é que, assim que fazemos o carregamento - é quase instantâneo - recebemos uma mensagem a avisar que nos tiraram 3€.

Ora aí está... em poucas horas, assim se papam 100 paus a um gajo que estava entalado.

O mundo "pula e avança" (é verdade que nem sempre no bom sentido) com a circulação de dinheiro... Todas as empresas querem facturar, precisam disso... todos precisamos. Parece-me normal.

O que me chateia é que, mais uma vez, é quem precisa, quem não pode esperar, quem não tem ali um telefone fixo à mão... que se lixa.

E depois, lá vamos ouvir dizer, no fim do ano, que a empresa "x", tal como os bancos aliás, teve um lucro superior não sei quantos por cento ao do ano passado.

Não sei se as outras operadoras também têm este serviço mas, desde já, "Obrigadinho pela ajuda, sim...". Chulos.

segunda-feira, julho 09, 2007

Maravilha


Antes de mais peço desculpa: este é um post nada isento, faccioso mesmo, que serve para homenagear uma das Sete Maravilhas de Portugal.


Eu sei que esta era apenas mais uma mega operação de marketing, um concurso de televisão para promover umas quantas pessoas e alguns locais, sem nenhuma base científica, que nem a UNESCO patrocina...


Eu sei isso tudo, mas quando o nosso país entra nesta "estória", se cola às Maravilhas do Mundo e decide avançar com a sua própria escolha... quando um dos finalistas é o "ex-libris" da minha terra, aí não posso ficar indiferente a esta grande vitória.

sexta-feira, julho 06, 2007

Casa arrombada...

Já tive que ir duas vezes a uma Junta Médica. A primeira vez, no 12º ano, para saber se podia concorrer à Universidade pelo "contingente de deficiente" e, a segunda, alguns anos mais tarde, para que fosse avaliado o meu "grau de incapacidade" e, assim, pudesse "beneficiar" de redução de impostos.

No primeiro caso "chumbei". Não fui considerado pelos doutores suficientemente deficiente para entrar pelo contingente especial... acabei numa privada porque a média de entrada no ensino público nesse ano era acima de 18 valores.

No segundo caso a "coisa" foi mais "engraçada": fui à consulta, três doutores, o meu processo em cima da mesa, duas ou três perguntas genéricas e... caso encerrado. Veredicto: 65% de incapacidade.

"Boa, é bom para si. Agora só paga Segurança Social, não paga IRS", disse-me alguém. Eu bem dispensava tal sorte, mas enfim...

O curioso é que os senhores (não sei se doutores no sentido clinico do termo) nem me tocaram, não me pediram para andar, não me fizeram nenhuma pergunta sobre as minhas eventuais dificuldades, nada. A única questão foi se eu tinha carta ou se a estava a tirar só porque, percebi depois, isso alterava o artigo que tinham que invocar na justificação.

Voltei a lembrar-me disto depois de se ter sabido ontem que os Ministérios das Finanças e da Saúde convidaram a Ordem dos Médicos a dar sugestões sobre formas de melhorar o actual modelo das juntas médicas da Caixa Geral de Aposentações (CGA).

A polémica estalou depois de ter sido recusada a aposentação antecipada a dois professores, um com cancro na traqueia e outra com leucemia. Os dois docentes faleceram entretanto.

As decisões do gabinete das juntas médicas, que seguiu para a CGA, foram tomadas depois de relatórios do IPO que confirmava que as doenças estavam em remissão, o que parece ter sido suficiente para que os professores não fossem considerados "totalmente incapazes de trabalhar".

Parece-me extraordinário que se tenha que levar à letra estas declarações porque, realmente, a ser assim, só mesmo um morto pode ser dado como "inapto" para trabalhar.

Não sei se o senhor coordenador do gabinete é médico, não sei se as juntas são constituidas só por médicos... o que sei é que estas duas decisões foram, no mínimo, de uma insensibilidade vergonhosa.

Espero, sinceramente, que se melhorem estes processos para que se evitem casos destes.

sexta-feira, junho 29, 2007

Jocoso não, perigoso

A coisa está a complicar-se e, como não sei o que vai acontecer no futuro, queria aproveitar esta oportunidade para escrever mais um post.

Sobre quê? Não interessa.

É mesmo só aproveitar, enquanto posso, para escrever o que me apetece, sobre tudo ou sobre nada, até que alguém me corte o pio.

Depois do "caso Charrua" e do blog que descobriu o "caso do curso Sócrates", temos agora o "caso do cartaz" e a demissão da directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho.

O que é extraordinário é que este último caso começa com declarações do próprio ministro da Saúde que disse - efectivamente - que, se necessitasse, nunca iria a um SAP (logo aqui, devia ter sido, pura e simplesmente, demitido).

Mais uma vez digo e reafirmo: algo de grave se está a começar a passar neste país com o regresso das "queixinhas pidescas" a terem consequências sérias que estão a levar até a demissões.

Entretanto, vou tomando nota:- não se pode dizer piadas sobre o Primeiro-ministro;- não se podem fazer comentários a declarações infelizes de Correia de Campos;- ...

Este Governo socialista (?!), de maioria, está com grandes dificuldades em conviver com a chamada "liberdade democrática".

Acho que podia e devia preocupar-se com outras coisas bem mais graves que um "cartaz jocoso" colocado por um médico.

Até à próxima, espero eu.

segunda-feira, junho 25, 2007

No comments...



Extrema-direita e extrema-esquerda, lado a lado, protestando, civilizadamente, contra uma decisão legitima de um canal privado de televisão.

Deve ser isto a Democracia.

Como é bom (ainda) viver em Liberdade.

domingo, maio 27, 2007

Pois é...

Domingo, 8h30... Depois de ver o terceiro acidente da manhã, pergunta-me o taxista: "Onde é que está o trânsito para haver tantos acidentes?".

"Há cada selvagem a conduzir!", conclui o homem, já furioso.

Não respondi ao senhor, mas confesso que sempre me fez confusão o número de acidentes e vítimas nas estradas portuguesas.

É certo que a sinalização é péssima e as estradas são más mas, seguramente, há muita culpa dos condutores.

Por mim - que não tenho carta - acho que todos os condutores deviam voltar às escolinhas de condução para realizar testes de "reciclagem".

quarta-feira, maio 23, 2007

"Democracia" "rosa"

Que o mundo não é cor-de-rosa já se sabia, mas algo vai muito mal no nosso país quando uma “piada de mau gosto” “dá” suspensão e processo disciplinar a professor.

O facto da anedota ter como “actor principal” o Primeiro-ministro, tudo se torna ainda mais grave.

Ao que se sabe, o professor em causa fez um “comentário jocoso” sobre José Sócrates no gabinete, comentário esse que foi ouvido por outra pessoa que terá feito queixa.

O Ministério da Educação considerou “ofensivo” o comentário e o professor está em maus lençóis, muito por culpa de um “amigo bufo”, ao velho estilo da PIDE.

Ora, se já nem no gabinete se pode ter “licença” para dizer uma piada, seja sobre quem for, incluindo um qualquer Primeiro-ministro, então algo de efectivamente grave se passa.

Fica também por saber se, de todo, não se pode fazer piadas sobre Sócrates ou se só não pode fazer comentários quem for do PSD.

Pensava eu, na minha inocência, que Portugal era um país democrático, com “liberdade de expressão”, mais de 30 anos depois do 25 de Abril.

Afinal, se calhar, enganei-me e isso deixa-me muito preocupado.

terça-feira, maio 22, 2007

Diferenças

De vez em quando sabe bem sair da grande cidade para ir "arejar a cabeça".

E nem sequer é preciso ir muito longe: duas horas e pouco de caminho são suficientes para "entrar noutra dimensão".

Aqui chegados... as diferenças são abismais e, não, não estou a falar de capacidade financeira ou condições de vida.

É verdade que não há algumas modernices como a TV Cabo e que é difícil ter rede de telemóvel, mas isso, como diz a outra, "não interessa nada".

Para além do ar puro que se respira na aldeia e na serra ali ao lado, o que mais impressiona é o comportamento das pessoas: Quase todos se conhecem, todos se cumprimentam e, quando a chave está na porta, todos podem entrar sem pedir licença.

E depois é quase inacreditável a generosidade dos amigos e vizinhos: "Olha, toma lá umas cerejinhas", "Está aqui uma dúzia de ovos" ou "Sei que gostas deste arroz doce"... São ofertas, desinteressadas, sem pedir nada em troca.

Foram 46 horas na aldeia... como é bom saber que ainda há sítios assim.

segunda-feira, maio 14, 2007

Ninguém merece...

Viver num "Bairro da Desgraça".

O nome diz tudo... estamos, obviamente, a falar de um bairro de barracas, desta vez em Coruche.

A Polícia Judiciária deu a conhecer uma operação, realizada pela Direcção Central de Investigação do Tráfico de Estupefacientes, neste bairro e, ao que parece, a "colheita" foi proveitosa.

Diz a Lusa:

Além de "pequenas quantidades" de cocaína e heroína, parcialmente já embaladas em doses individuais, as autoridades policiais apreenderam uma pistola de guerra 9mm, duas pistolas 6.35, um revólver 3.57 magnum, duas caçadeiras, uma pistola de gás e "elevado número" de munições.

Foram ainda apreendidas "elevadas quantidades" de dinheiro em notas de euro e de artefactos e peças de ouro, bem como cinco viaturas automóveis e um motociclo de alta cilindrada.

No âmbito da operação em causa, foram efectuadas várias buscas domiciliárias e detidos cinco homens e quatro mulheres, com idades entre 25 e 43 anos, por suspeitas de tráfico de estupefacientes e posse de armas proibidas.

Como é que se melhora a situação e se acaba com estes casos? Não sei.

Talvez não fosse mau começar por mudar o nome dos bairros.

quarta-feira, maio 09, 2007

Cruzes, canhoto

Sim, é verdade, eu escrevo com a mão esquerda e, confesso, sempre me fizeram impressão as definições e “estórias” que fui ouvindo e lendo sobre os que “padecem do mesmo mal”.

Lembrei-me disto mais uma vez ontem quando tentei cortar uma folha com uma tesoura de “normais” e, claro, não consegui.

É verdade que há uns anos chegou a haver uma loja só com produtos para “canhotos”, mas a coisa faliu. Deve ser do “azar” que está ligado à palavra.

Reparem só o que diz o dicionário quando se procura a palavra “canhoto”: “Esquerdo, sinistro, falto de habilidade, desajeitado, demónio”.

Simpático, não?

A “maldição” continua se fizermos uma simples busca no Google.

Para os egípcios, “o olho esquerdo do Sol” era considerado o mal e o Diabo;

Buda diz que o caminho para o Nirvana se divide em duas partes e o da mão esquerda representa a maneira errada de viver e deve evitar-se;

Nos países muçulmanos e na Índia a mão direita é a “mão limpa”;

Isto já para não falar da “sorte” que dá “entrar com o pé direito”.

Para me vingar, se calhar, daqui a uns dias faço um “post” com os aspectos positivos – pois que os há – de ser canhoto.

sexta-feira, maio 04, 2007

Há dias assim...

Quando se está em maré de azar, não há nada a fazer e parece que se entra numa versão "light" da "Lei de Murphy".

O meu dia de hoje começou mal e acabou pior.

Primeiro dormi mal, o que se agravou porque tinha que me levantar cedo, depois perdi o comboio e cheguei em cima da hora (literalmente) ao local onde tinha que estar.

A seguir passei a tarde a lutar com computadores e minidisc que me dificultaram a vida durante seis horas, o que me fez ganhar uma grande dor de cabeça.

Como se não bastasse, ainda tive um encontro imediato e próximo com um passeio "em obras" e, mais à frente, quase fui atropelado por um "chico-esperto" que não respeitou a passadeira.

Já "com os azeites", para não dizer pior, apanhei um táxi para casa. Paguei, desconfiado porque achei o preço exagerado, sai do carro e quando meto a mão no bolso... não tinha o porta-chaves.

O taxista nunca mais o vi e, vários telefonemas depois, para todas as empresas de Lisboa, desisti e lamentei a puta de sorte de um dia como o de hoje.

Mas porque é que não pedi a merda da factura?

quarta-feira, abril 25, 2007

25 de Abril... Sempre

"Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo"


Sophia de Mello Breyner Andresen

quinta-feira, abril 19, 2007

Comboio de Babel

Numa semana em que voltou a falar-se de extrema-direita em Portugal devido a um eventual encontro europeu em Lisboa, lembrei-me de uma das minhas últimas viagens de comboio.

Viagem a meio da tarde, sentido Sintra-Lisboa, oito lugares, sete pessoas: um português, dois africanos, dois cidadãos de leste, um asiático, uma brasileira...

É este o Portugal de hoje, pelo menos, na área metropolitana de Lisboa.

E qual é o problema? Nenhum, se forem pessoas integradas que trabalhem - normalmente naquilo que os "finos" portugueses já não querem fazer(*).

Muitas destes estrangeiros ajudaram-nos a brilhar com a Expo 98 ou o Euro 2004 e, se servem para “isso”, têm que servir para tudo o resto. Aliás, muitos deles, têm habilitações para muito mais.

O nosso país, já se sabe, é de “brandos costumes”, habituado a “convívios” inter-culturais e raciais.

Espero, sinceramente, que assim possa continuar... apesar de todo o tipo de pressões, a começar pelo desemprego.

(*) Absolutamente lamentável a campanha governamental das “Novas Oportunidades” que menoriza e despreza profissões “menores” essenciais a um país desenvolvido e equilibrado.

segunda-feira, abril 09, 2007

Por uma imensa minoria (*)

No outro dia tive uma conversa animada com um colega e amigo sobre um trabalho que estava a fazer. Dizia-me ele mais ou menos isto: “Porque é que estás a perder tanto tempo com isso, se ninguém vai ver”.

Percebo o que ele me quis dizer, mas não concordo com esta teoria e explico porquê.

Da mesma forma que sou contra aqueles que só trabalham pelo salário (e reforço o só), também não me parece nada bem que só se trabalhe pelas audiências ou tiragens.

É que, se esta lógica alastra, um dia destes, só vamos poder votar entre PS e PSD, apoiar Benfica ou Sporting, ouvir a RFM e a Antena 1, comprar o Correio da Manhã ou o JN, ou ir só e apenas à missa católica...

Contra a ditadura das maiorias, pela diversidade e pela liberdade, vou continuar a viver e a fazer as minhas próprias escolhas, nem sempre maioritárias (felizmente).

(*) Este era o slogan da extinta XFM, uma grande rádio que morreu por falta de ouvintes, diziam os patrões.

segunda-feira, março 26, 2007

salAZAR

Sem surpresa, confirmou-se que António Oliveira Salazar venceu o programa “Os Grandes Portugueses”.

Em primeiro lugar, não deixa de ser irónico que tenha sido um ditador, que impediu eleições livres, prendeu e torturou a oposição, a vencer um simples concurso popular.

Depois, apesar deste ser, apenas, um concurso – e não um referendo nacional – não deixa de ser preocupante que Salazar o tenha vencido.

Não sei se o homem que comandou o país durante quarenta e tal anos teve tantos votos porque há muitos salazaristas, mais ou menos escondidos, no país ou se este foi um mero sinal de protesto, mas, seja como for, deveria ser um alerta para todos.

O facto do desemprego ser crescente e das pessoas estarem furiosas com algumas medidas do Executivo de Sócrates pode ter ajudado Salazar a ganhar; o facto de Cunhal estar na lista pode ter ajudado Salazar a vencer; o facto de nós sermos um país de saudosistas conservadores pode ter ajudado Salazar a vencer.

A única boa notícia da lista final dos “Grandes Portugueses” foi o terceiro lugar de Aristides Sousa Mendes, talvez um dos menos conhecidos e, seguramente, um dos que menos voto militante (e, portanto, algo inquinado) teria.

PS: Como se vê pelos dois últimos posts, "Estou chateado, claro que estou chateado" com algumas coisas, mas há fases assim. Desculpem.

sexta-feira, março 23, 2007

Engolir uns SAP(os)

Eu fui um dos 2573406 eleitores que ajudou a colocar José Sócrates no Governo.

Confesso que, nesse 20 de Fevereiro de 2005, o meu principal impulso era o de impedir que Santana Lopes e Paulo Portas continuassem a (des)governar o país. Aqueles quatro meses de Executivo “santanista” serviram, perfeitamente, para o anedotário do país, mas não, seguramente, para o progresso de Portugal.

Também afirmo aqui, sem hesitar, que não sou propriamente fã de José Sócrates, especialmente porque me faz confusão esta espécie de “terceira via” do novo socialismo em que, ao mesmo tempo, se dá um “doce” à esquerda e dois ou três “bolos” à direita, tudo com a mesma convicção e “cara de pau”.

Passados dois anos, em maioria absoluta, é indiscutível que há muito que discutir e bastante que falar sobre este Governo maioritário.

O ataque a alguns estados corporativos e a algumas benesses instituídas, juntamente com o combate à fraude e evasão fiscais, parecem-me os pontos mais positivos da governação e era bom que esse crivo continuasse apertado.

Agora, há aspectos que não podem ser escamoteados e que fazem parte das principais promessas de Sócrates: o combate ao défice, a criação de emprego e a recuperação económica.

Só o primeiro destes tópicos está a correr dentro do prometido mas, como disse Sampaio em Belém, deve haver mais vida para além do défice.

Como a Terra que gira, a recuperação económica é tão lenta que a subida nem se nota no sítio que interessa que é o bolso dos portugueses.

Quanto ao emprego, é bom nem falar: o PS prometeu mais 150 mil postos de trabalho mas, ao contrário, o que se tem visto é o desemprego a atingir valores recorde e já há quem diga que a marca dos 500 mil desempregados já foi ultrapassada.

E é aqui que, verdadeiramente, a “porca torce o rabo” porque um Governo que se diz socialista não pode nunca fechar os olhos a isto.

É que, sinceramente, estou-me borrifando para o défice abaixo dos 3%, para o simplex e o choque tecnológico, a Ota e o TGV… se isso implicar mais empresas a fechar, pessoas sem médico de família nem SAPs, miúdos sem escola ou ATLs.

Contra tudo e contra todos, incluindo o défice, na saúde, na educação e na segurança social não pode haver cortes…

Chamem-me o que quiserem, mas é tudo uma questão de prioridade.

segunda-feira, março 19, 2007

Deve ser do cansaço (2)

Já tínhamos saudades dele. O “menino guerreiro” voltou a dar-nos alegrias e a relembrar quão fantásticos foram os seus quatro meses de Governo.

No “Dia D”, Santana Lopes voltou a disponibilizar-se para voltar à liderança do seu PPD/PSD, até aí, sem novidade.

Agora, verdadeiramente fantástica é a frase que se segue:

“Desculpe a presunção, tenho passado dois anos a ouvir coisas não propriamente muito agradáveis - e não estou a vitimizar-me - ouvi, aguentei, cai, levantei-me outra vez (com a graça de Deus) e aqui estou a lutar pelas minhas ideias. Agora, tenho direito a lembrar algumas coisas que são verdades elementares: depois de Cavaco Silva, julgo que sou o político com mais obra pelo país todo”.

Hilariante… há coisas “funtásticas”, não há?

sábado, março 17, 2007

Quem te viu... quem tv

A televisão em Portugal fez 50 anos e eu, nos últimos 32, habituei-me a ver bons programas.

Este post poderia ser sobre alguns programas que me marcaram, mas não é, talvez volte ao tema para relembrar situações específicas. Este post é, precisamente, para dizer mal do que se vai fazendo.

E não, não estou a falar dos horários a que passam algumas das (poucas) boas séries que ainda resistem à ditadura das audiências.

Depois do Big Brother, dos Acorrentados, do Bar da TV, da Quinta das Celebridades, do Fiel ou Infiel… de todos esses “reality shows” que nos últimos anos nos têm invadido as casas, eis que, afinal, ainda não se tinha visto tudo.

Eu não sou daqueles que só vê programas “pseudo-intelectuais”, só ouve ópera, lê livros de autores russos, diz que nunca viu novelas e não gosta de futebol… Quem me conhece, sabe que não sou nada assim e, mais do que isso, sou contra qualquer tipo de censura.

Confesso, no entanto, que este último “trunfo” da TVI mete-me nojo e envergonha-me.

Falta-me perceber se “aquilo” é ensaiado ou verídico. É indiferente, seja como for, o programa “A Bela e o Mestre” é ofensivo especialmente para as mulheres e indigno de um país “civilizado” em pleno século XXI.

Falta, agora, perceber se este é o último degrau na escala de má televisão ou se o “grau zero” está ainda mais abaixo.

quinta-feira, março 15, 2007

Deve ser do cansaço (1)

Inauguramos hoje mais uma rubrica. O espaço "Deve ser do cansaço" serve para guardar as últimas "pérolas" dos mais pertinentes personagens da nossa "praça".

Vamos abrir as "hostilidades" com o mais alto magistrado da Nação.

Cavaco Silva esteve num Roteiro para a Ciência dedicado às chamadas tecnologias limpas.

Até aqui tudo bem, nada a opor, tudo a apoiar.

A questão é que, talvez pelo cansaço, o Presidente da República teve uma frase, no mínimo curiosa, sobre o Alentejo e a instalação de ares condicionados.

Sem mais comentários, aqui fica:

"Ainda ontem me foi explicado que é possível construir casas no Alentejo sem ar condicionado (...) é bom que se saiba como se podem ter as casas frescas sem necessidade de ar condicionado que, parece, é uma das fontes muito grandes do consumo de energia", disse Cavaco Silva.

Mas, há casas no Alentejo sem ar condicionado? O quê? O ar condicionado gasta muita energia? A sério?

quinta-feira, março 08, 2007

"Ganda lata"

Quando se pensa que se está numa missão “divina” e que se é “dono e senhor do mundo” perde-se a noção da realidade e cai-se no ridículo.

Os Estados Unidos - que têm todas as condições para ser um país fantástico - deram, ontem, através do seu Departamento de Estado, mais um triste exemplo do que não deve ser uma “potência”.

Desta vez, os norte-americanos criticam as más condições das prisões portuguesas e falam em abusos das forças de segurança portuguesas e excesso de recurso à prisão preventiva.

Obviamente, nem tudo vai bem no sistema prisional português e, seguramente, haverá aspectos a melhorar como, aliás, ciclicamente, reconhece a Amnistia Internacional, por exemplo.

Agora, daí a recebermos lições de moral de um país hipócrita como os Estados Unidos, vai uma enorme distância.

Como é que um país...
· que tem um campo de concentração como Guantanamo,
· que patrocinou Abu Grahib,
· que inventou a guerra no Iraque,
· que tem pena de morte (*)...

... pode vir falar sobre prisões num país como Portugal?

É caso para dizer: “Grande lata, senhor Bush”

(*) Só este ano e só no Texas, os Estados Unidos já “eliminaram” oito condenados, o último dos quais estava há 25 anos no “corredor da morte”.

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Zeca Afonso


Porque hoje é dia 23 de Fevereiro, porque faz hoje 20 anos que ele morreu...

Porque convém não esquecer quem merece, porque os verdadeiros Artistas não morrem

Porque Portugal podia ser melhor... mais justo

terça-feira, fevereiro 20, 2007

Rei do Carnaval

Não deixa de ser sintomático que Alberto João Jardim tenha escolhido esta – precisamente esta – época do ano para brincar com coisas sérias.

O presidente do Governo Regional da Madeira decidiu demitir-se, obrigar a eleições antecipadas só - e apenas - por birra contra o Governo.

Em causa a nova Lei das Finanças Regionais do Executivo Sócrates (e já sancionada pelo Presidente da República) que retira alguns milhões de euros à região autónoma nos próximos anos.

A questão é que a Madeira já é uma das mais ricas regiões do país e, portanto, vai começar a receber menos e a pagar mais para o Orçamento de Estado.

O certo é que o Governo não vai recuar na nova lei e, por outro lado, Jardim vai voltar a ganhar as eleições com maioria absoluta.

Então, o que é que se ganha com esta manobra? Nada. Só perdemos alguns meses e mais alguns euros.

O rei da Madeira vai, a partir dai, ter mesmo que trabalhar com a tal lei que não queria e governar mais quatro anos com o que tiver à disposição.

Vai continuar a ser senhor do arquipélago, a chorar-se sem razão, a dizer alarvidades e a ofender quem lhe quiser fazer frente, impunemente.

Tudo normal, tudo na mesma.

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Referendo

O "sim" ganhou o referendo para a despenalização do aborto. Sobre isto, algumas notas:
  • O referendo não foi juridicamente vinculativo, mas todos, até os que perderam, consideram que se pode mudar a lei no Parlamento.
  • A abstenção voltou a ser muito elevada (56%) e isso é preocupante.
  • Em relação a 1998, houve mais 1.1 milhões de votos.
  • A vitória do "sim" foi clara, quase 20 pontos de diferença.
  • A campanha correu melhor desta vez mas ainda houve alguns exageros.

Apesar de tudo algumas questões ficaram por responder:

  • O que acontece às mulheres que abortarem para lá das 10 semanas?
  • Como vai funcionar o aconselhamento às grávidas?
  • Quanto tempo vai ser o "período de reflexão"?
  • Quanto custa, efectivamente, um aborto no "público" e quem paga o quê?
  • Que condições e garantias têm as "privadas"?

Essencial:

  • A mulher deixa de arriscar ser presa por fazer um aborto até às 10 semanas.
  • O aborto clandestino (e portanto perigoso) tem tendência a diminuir.

Já agora:

  • Depois de três tentativas "falhadas", os referendos têm futuro?

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Negócio da China

É verdade que Portugal quer e precisa de melhorar a sua economia e, definitivamente, voltar a entrar nos eixos, que é o mesmo que dizer, recuperar o atraso e, assim, crescer acima da média comunitária.

Também por isso, o Presidente da República esteve na Índia e o Primeiro-ministro está na China. São dois dos países que mais crescem no mundo e seria bom que fizessem negócios connosco.

No entanto, "os fins não podem justificar os meios" e, assim, "amigos, amigos, negócios à parte".

Vem isto a propósito das declarações de Manuel Pinho ontem na China. Disse ontem o ministro que uma das vantagens de Portugal eram os baixos salários.

A questão que se coloca é esta: como pode um governante ir para o estrangeiro (para um país como a China que não prima por critérios democráticos nem por respeitar os trabalhadores) dizer tal barbaridade?

Como podemos querer melhorar a nossa economia, apostar na inovação e na qualificação (a nível interno) e ir lá para fora gabar que somos bons porque pagamos mal?

É verdade que em Portugal há baixos salários, mas isso não é um bem... é, antes, um dos graves problemas do nosso país.

Não sei o que pensa José Sócrates desta parvoice mas, a juntar a outras, talvez não fosse má ideia pensar num novo ministro da Economia.

quarta-feira, janeiro 17, 2007

Os melhores portugueses

Aproveitando a "boleia" da RTP, também o "Tiro ao Alvo" deixa para a posteridade a sua opinião, obviamente discutível, sobre os melhores portugueses.

Para já, uma "prenda" para quem nos visita. Fica uma vaga para preencher quem quiser com quem quiser.

Assim, e sem nenhum hierarquia especial, aqui ficam 9 Grandes Portugueses:
  • Afonso Henriques
  • D. João II
  • Infante D. Henrique
  • Camões
  • Fernando Pessoa
  • Aristides Sousa Mendes
  • Salgueiro Maia
  • Amália
  • Eusébio

Claro que há escritores fantásticos, políticos de relevo, desportistas de excepção, artistas, cientistas... enfim, um sem número de personalidades que poderiam constar desta lista, mas isso só demonstra que, em mais de 800 anos de História e de "estórias", muito foi feito neste e por este país que é o nosso.

domingo, janeiro 14, 2007

Justiça cega!?

Luisão foi apanhado a conduzir com 1.44 de álcool no sangue - e isso é grave, tão grave que é crime.

O jogador veio explicar o que aconteceu no seu dia de folga, assumir responsabilidades e lamentar que um caso da sua vida privada possa prejudicar, de alguma forma, o Benfica.

Este é um aspecto da questão, e o defesa-central já confirmou que vai ser castigado monetariamente pelo seu clube.

Agora, vamos ver o outro lado do problema:

Num país em que as mortes na estrada são uma autêntica “guerra civil”, há duas coisas que, para mim, são indiscutíveis: quem conduzir não pode beber, sendo figura pública a responsabilidade é ainda mais agravada.

A questão é simples: Se fosse o “Zé Ninguém” a ser parado com esta taxa de álcool no sangue seria detido, ficaria detido e, seguramente, com a carta apreendida.

Tendo sido o Luisão, figura pública, jogador do Benfica, o que é que foi decidido: mantém a carta e cumpre 40 horas de trabalho comunitário.

Fica a questão: como é possível?!

Esta decisão do juiz que acompanhou o caso é, em minha opinião, (ainda) mais grave porque, num país democrático, a justiça não pode ter duas caras, nem decisões de excepção.

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Guantanamo

A prisão norte-americana em Guantanamo já fez cinco anos e sobrevive sob o pretexto da "luta contra o terrorismo".

Neste período negro, 775 pessoas estiveram detidas nesta cadeia cubana e nenhuma foi condenada formalmente pelos Estados Unidos por qualquer crime.

Os detidos são tratados sem as mínimas condições, desrespeitando os direitos humanos e o que é incrivel é que este escândalo continua, à luz do dia, sem que se tome uma posição firme exigindo o encerramento deste estabelecimento.

Para lembrar esta vergonha, a Amnistia Internacional escreveu esta carta a George W. Bush, o "pai" desta tragédia.

quarta-feira, janeiro 03, 2007

Impostos para todos

Depois de vários anos sem pagar impostos e três de regime de excepção, eis que os jogadores de futebol chegam a 2007 com a obrigatoriedade de pagar impostos sobre a totalidade dos rendimentos, como qualquer contribuinte normal.

A medida já era conhecida e esperada, mas, agora que entrou em vigor, levantou logo polémica com o sindicato de jogadores a admitir uma greve e o presidente da Liga a apelar à calma mas a colocar-se do lado dos atletas.

Para mim a questão é simples: os jogadores de futebol devem receber o que têm direito por contrato e pagar os impostos respectivos, como qualquer um.

Os impostos consoante o que se recebe e, portanto, não se corre o risco de ser injusto. A percentagem que é "tirada" tem a ver com o que se aufere e, assim, quem ganha mais paga mais, quem recebe menos paga menos. Justo.

O argumento que o futebol é uma profissão de desgaste rápido não colhe. Primeiro, aos 35 anos, os jogadores não ficam incapacitados para continuar a trabalhar (treinadores, empresários de futebol e não só, comentadores, jornalistas, relações públicas, etc, etc); segundo se acham que não tem futuro a profissão de futebolista, têm bom remédio e vão fazer outras coisas.

Para mim, profissão de risco é ser, por exemplo, mineiro e a esses, sim, entendo que deveriam ser dadas melhores condições de vida.

Tenho apoioado Joaquim Evangelista e o sindicato na luta que têm feito (e bem) para que os jogadores recebam o salário a que têm direito, não posso estar de acordo com este pedido de excepção no que diz respeito aos impostos.

Soluço

Após meses de "namoro", com muitos "abraços e beijinhos" de ambas as partes, eis que Cavaco Silva coloca alguns pontos nos "ii" e deixa claro ao Governo, no discurso de Ano Novo, que quer resultados concretos.

Depois de ter deixado o PSD "embuchado" - a seguir à entrevista na SIC Notícias -, o Presidente terá deixado, agora, José Sócrates com um friozinho no estomago ao apontar-lhe as três prioridades para 2007: Economia, Justiça e Educação.

Estas até podiam ser já - em tese - as prioridades do Executivo PS, mas o facto de ter sido o Chefe de Estado a deixá-las de forma tão clara pode criar problemas aos socialistas.

Só passou um ano de convivio, vamos ver como correm os próximos tempos, mas não é crivel que o namoro termine, pelo menos para já.

Por um lado, Sócrates tem bastantes semelhanças a Cavaco, por outro Cavaco não vai querer levantar muitas ondas já porque quererá uma reeleição tranquila.

segunda-feira, janeiro 01, 2007

Borda d´´água

O primeiro post do ano devia ser bem-disposto, de esperança no futuro, confiante, mas não vai ser.

Estou para escrever sobre isto desde que a tragédia aconteceu, mas tenho estado à espera de explicações que me convençam. Como estas ainda não apareceram (nem estas nem outras), sinto-me obrigado a falar já.

Como é possível que morram seis pessoas num barco, com a praia à vista, sem que os socorros tenham conseguido salvar mais do que um tripulante que, por milagre, se segurou à vida durante mais tempo do que humanamente seria espectável?

Porque demorou horas o helicóptero a chegar? Porque razão a Capitania apareceu no local sem meios de salvamento? Porque não conseguiram os bombeiros fazer mais e melhor?

Nesta altura não é importante saber se o barco estava em águas onde não devia estar, nem é importante saber se os pescadores tinham ou não colete.

Isso é para ver depois...

Vamos ver como termina o inquérito (habitual nestas situações) pedido pelo ministro da Defesa.

É com situações como esta que Portugal me mete aflição (para não usar uma expressão pior).