sexta-feira, junho 30, 2006

O sítio em que vivemos IV

Esta é mais uma daquelas que está ao alcance só dos países especiais e que, portanto, o nosso país é pródigo.

O presidente da Câmara de Sintra discutiu na reunião da autarquia a atribuição de um subsídio de cerca de 20 mil contos a Betty Grafstein e José Castelo Branco para as obras na casa de ambos na vila.

Fernando Seara justifica-se com o facto das obras exteriores na mansão "ajudarem a melhorar o aspecto da vila".

Talvez por problemas de consciência, o autarca retirou a proposta à última hora para "reanalisar" o processo.

Por mim, tudo bem para o apoio à "lady" desde que não seja uma situação de excepção e todos os sintrenses com casas em obras possam receber o apoio da sua autarquia.

quinta-feira, junho 29, 2006

"Chuva de Verão"

É este o nome da operação israelita na Faixa de Gaza que decorre desde ontem à noite com o objectivo, oficial, de libertar um soldado hebraico que foi sequestrado por militantes palestinianos.

Menos de um ano depois de terem acordado a retirada de alguns colonatos judaicos da região, israelitas e palestinianos voltam a desentender-se de forma evidente.

Israel diz que só recua se o soldado Gilad Shalit for "devolvido" e a Autoridade Palestiniana acusa o Governo de Olmert de estar a dificultar a situação com esta iniciativa.

Apesar de dizer que não quer reocupar as zonas que deixou em Agosto, Israel mantém o cerco.

Para além deste incidente grave, há ainda o caso não resolvido do Hamas estar a liderar o Governo palestiniano. Israel, a comunidade internacional e até a Fatah não estão a aceitar a situação e as populações é que estão a sofrer.

Vamos ver como acaba esta "chuvada"... a coisa está "preta" e pode ser grave.

quarta-feira, junho 28, 2006

O sítio em que vivemos III

O nosso país tem coisas "extraordinárias" e não deixa de surpreender. Reparem em mais esta "pérola" revelada pelo "Público" e que nos faz regressar ao processo "Apito Dourado".

Vou, sem mais comentários, transcrever os primeiros parágrafos da notícia:

"O coordenador de investigação, responsável pela área de criminalidade económica e financeira, na directoria da PJ de Coimbra, Nuno Maurício, é um dos novos vice-presidentes da recém-empossada direcção de Aprigio Santos à frente da Naval 1º de Maio, o clube da Figueira da Foz que está inscrito na Liga Portuguesa de Futebol Profissional.

Aprígio Santos é um dos arguidos das certidões nascidas do processo Apito Dourado e Nuno Maurício foi também o responsável pela detenção dos familiares do juiz Artur Oliveira, em Maio de 2004, e que motivou então a queda da direcção da PJ do Porto - que um mês antes havia desencadeado a maior investigação de sempre ao futebol português, com buscas em vários clubes do país, entre eles a Naval".

in "Público"

segunda-feira, junho 26, 2006

Sol Nascente

A situação em Timor-Leste continua instável depois de várias semanas de quase guerra civil.

Primeiro foi um conjunto de ex-militares a revoltar-se, depois milícias armadas por elementos do Governo a entrarem em acção, uma alegada divisão entre timorenses, manifestações nas ruas, as divergências entre o Presidente da República e o Primeiro-ministro, a interferência australiana... tudo ingredientes que levaram à actual situação.

O último capítulo conhecido é a demissão confirmada de Mari Alkatiri e não havia outra solução.

De toda esta situação, algumas coisas parecem claras:

  • Xanana Gusmão é imprescindivel e não pode deixar a Presidência
  • Os envolvidos nesta crise devem ser todos encontrados para que a situação acalme
  • Os timorenses devem decidir por si e não se deixar influenciar por terceiros (leia-se Austrália ou Indonésia)

Espero que esta crise seja só "dores de crescimento" e não represente que Timor é inviável enquanto Estado independente.

sábado, junho 03, 2006

A força do futebol

Mais uma vez o mundo desportivo interfere com o mundo da política.

Desta vez, a bola vai conseguir fazer com que os nossos deputados se levantem mais cedo da cama e façam a sessão parlamentar de dia 21(*) da parte da manhã e não de tarde, como habitualmente.

Esta é a segunda vez que os nossos deputados se levantam cedo para ir trabalhar: a primeira foi, há uns anos, por culpa de Belmiro de Azevedo e, portanto, é digna de nota.

Por um lado lamento que os nossos deputados (talvez por serem o espelho do país) só se mobilizem por causa do futebol, e pouco mais. Que bonito seria ver os nossos deputados a trabalharem, com vontade, para bem do país.

Por outro lado, apesar de tudo, prefiro esta solução (que finta os horários) a mais uma escandalosa falta colectiva que se estaria certamente a preparar. O que já me custa mais a entender é a facilidade e a ligeireza com que os nossos deputados assumem a "preferência futebolistica".

Quantos milhões de portugueses gostariam de ter a facilidade dos nossos deputados e a possibilidade de, a uma quarta-feira, não ir trabalhar para ficar a ver o jogo? Eu, certamente, seria um deles, mas não posso.

(*) Dia do Portugal - México, 15 horas, 3º jogo da primeira fase.

Boa pergunta

No fim-de-semana passado, o Papa questionou em Auschwitz o silêncio de Deus durante o Holocausto.

Eu próprio já fiz a mesma pergunta de Bento XVI noutras ocasiões "estóricas" mas, já agora, alargo a situações do nosso dia a dia: os milhões de pobres, os doentes, os oprimidos...

Realmente faz impressão e é mesmo necessário ter um grande estômago para conviver com isso.