domingo, dezembro 30, 2007

Amor de pai

Os condenados à morte têm direito a um último desejo; por outro lado, os testamentos são para cumprir…

Ora, serve esta introdução para lembrar o “caso do dia”, verdadeiramente fantástico pelos parâmetros ocidentais.

Benazir Bhutto foi assassinada, falta só perceber como (as versões já são mais que muitas), e deixou um “testamento político”.

Aberto esta tarde, o documento solene da antiga Primeira-ministra (a sua última vontade) indicava o marido como seu sucessor à frente do Partido do Povo do Paquistão.

Ora, contrariando essa indicação, Asif Ali Zardari abdicou desse poder e entregou-o de mão beijada ao filho. Bilawal Bhutto tem 19 anos e sucede, assim, ao avô e à mãe na liderança do PPP.

Seguramente a atitude de Ali Zardari ficou a dever-se a amor… não pelo filho, como seria de esperar, mas certamente pela própria vida.

Não sei o que vai acontecer ao rapaz no futuro, mas gostaria só de lembrar que o avô, a mãe e dois tios Bhutto foram assassinados.

O pai, para variar, deve querer morrer de velhice.

Simplex

José Sócrates gaba-se de estar, através do “Simplex” e do “Plano Tecnológico”, a fazer evoluir o país, tornando-o mais eficaz e menos burocratizado.

Não vou aqui fazer análises políticas, quero apenas dizer que o Primeiro-ministro português tem muito que aprender com alguns dos seus amigos africanos.

Espero que os contactos na recente cimeira UE-África em Lisboa tenham dado ideias a Sócrates para melhorar ainda mais os seus programas.

É que se não, reparem:

Qual é – reconhecidamente – um dos principais problemas do país? A morosidade da Justiça.

Há quantos anos decorre o processo Casa Pia, por exemplo? Quantas sessões faltam para terminar o caso? Muitas.

Já em países evoluídos como o Chade, o mediático processo da “Arca de Zoé” foi resolvido em menos de uma semana. Julgamento e sentença, tudo em quatro (4) dias.

Ok, é só um exemplo, ainda não estão convencidos? Tudo bem, aqui fica outro caso.

Quantos dias demora um Primeiro-ministro ou Presidente da República a tomar posse em Portugal após as eleições? Nunca menos de um mês.

O que se passa nesse paraíso que é o Quénia? Entre a saída dos resultados oficiais e a tomada de posse do Presidente Kibaki passou uma (1) hora.

Países evoluidos... há que aprender com quem sabe.

sexta-feira, dezembro 28, 2007

Dúvida da semana

Uma das maiores alegrias que senti na vida foi quando o Alcoitão me "autorizou" (acho que é mesmo esta a palavra) a usar outra coisa que não botas ortopédicas.

A alegria e a vontade eram tantas que, desde esse dia, foram raras as ocasiões em que não andei ou descalço ou de sapatilhas.

Lembrei-me disto porque, ontem, tive o azar de dizer em voz alta: "Preciso de comprar umas sapatilhas". Disse logo um engraçadinho meu conhecido: "O quê? Vais para o ballet?".

Ora, vamos lá esclarecer uma coisa:

Eu sei que a malta de Lisboa anda de "ténis", mas para mim "ténis" é simplesmente um desporto, não algo que se calça.

Eu cá uso SAPATILHAS e não, não estou a falar de sapatinhos para o ballet, estou a falar disto:

Isto são sapatilhas meus amigos, daquelas que eu uso, ok?

E tu, usas sapatilhas ou ténis?

segunda-feira, dezembro 24, 2007

Crise? Qual crise?

No Natal gosto de juntar a família mais chegada, é essa a minha prenda, é verdadeiramente a única que me interessa.

Os meus avós já não estão connosco. Não me lembro dos meus avós paternos, mas recordo com saudade a minha avó Luz e o meu avô João... e o Natal numa aldeia da Beira Baixa com um pinheiro a sério e tudo.

Isso era o Natal, tranquilo, agora, em Lisboa, é tudo diferente e cada vez faz-me mais impressão a vertigem consumista que se apodera das pessoas.

Não percebo como é possível que, estando em crise, os portugueses gastem o que têm e o que não têm com presentes supérfluos e ostentatórios só para mostrar ao vizinho.

E ano após ano lê-se isto:

"De acordo com dados da SIBS, nos primeiros 18 dias do mês de Dezembro os portugueses usaram os seus cartões para levantar 1388 milhões de euros e para comprar produtos com o valor de 1547 milhões. Estes números, somados, representam um acréscimo de 6,3 por cento face aos mesmos dias do ano anterior. Tendo em conta que a inflação homóloga, em Novembro, se cifrou em 2,8 por cento, regista--se um acréscimo real das aquisições feitas utilizando este método de pagamento de 3,5 por cento, um valor significativo tendo em conta o que tem sido o crescimento do consumo privado nos últimos anos.", in Público.

Como diz o outro, não havia necessidade.

Mas, pronto amigos, seja como seja o vosso Natal, desejo-vos Saúde e Sorte, que é o que é realmente preciso.

sábado, dezembro 15, 2007

Gorjetas há muitas

O conselho vem de Espanha, é feito para espanhóis, mas serve também para os portugueses que, como se sabe, estão endividados até aos cabelos.

É nos pequenos pormenores que se faz a diferença e, realmente, dar um euro de gorjeta após dois cafés parece-me um exagero.

Don't tip so much, economy minister tells Spaniards

MADRID, Dec 15 (Reuters) - Spaniards still have not fully understood the value of a euro and often tip too much, adding to the sense that life is more expensive, Economy Minister Pedro Solbes said on Saturday.
"I see people having a couple of coffees and calmly leaving a euro as a tip. That's 50 percent of the value of the product,"
Solbes said at a political rally to discuss economic issues ahead of next year's general elections.
"People haven't taken on board the value of a euro. 20 cents is 32 pesetas, a euro is 160," he said.

A propósito... também nunca percebi porque raio é que os senhores dos cafés e os "fogareiros" "têm" que ter gorjeta por sistema, só porque sim.

terça-feira, dezembro 04, 2007

Fónix (*)

Ouvi esta no programa "A semana passada" da TSF e achei um mimo: Os CTT vão ter uma rede de telemóveis e querem ser a quarta rede do país.

Ora, tendo em conta que Portugal é dos países da União Europeia com mais assinaturas de telemóvel, segundo dados do Eurostat, nada é de estranhar.

A questão aqui está no fantástico nome escolhido para a rede: "Phone-ix".

É caso para dizer: "Fónix, esta merda não funciona, vamos ser gozados à grande".

Mas quem é que autorizou este nome?

(*) Bom, quer dizer, se a ideia era deixar as pessoas a falar disto, estão a conseguir.