quarta-feira, dezembro 31, 2008

2009

Estamos a poucas horas de entrar no novo ano.

A recessão está aí e 2009 - diz o Primeiro-ministro - vai ser o "Cabo das Tormentas".

É caso para dizer - lembrando a música cantada por Sérgio Godinho:

P'ra melhor está bem, está bem.
P'ra pior já basta assim.


Vamos ter um ano engraçado. Só eleições são três. Vai ser giro ver como Governo e Presidente da República se vão entender com esta mistura explosiva de crise e votos.

sábado, dezembro 27, 2008

Será isto a crise?

Depois de todos os Natais... é sempre isto:

Movimentos e levantamentos no multibanco batem novo recorde

Com crise ou sem crise, os portugueses continuam a perder a cabeça nesta quadra.

A factura chega em Janeiro e, mesmo assim, já estamos assim.

Infelizmente...

segunda-feira, dezembro 22, 2008

Negócio de fogareiro

Madrugada de Sábado
Táxi - Caminho habitual da empresa para casa
Chegada: 20€ e uns trocos

- Desculpe?
- é o que está marcado
- Mas eu habitualmente pago por volta de 17€
- sim, mas este é um carro de oito lugares
- Mas eu estou sozinho
- pois, mas é assim... está aí na porta o aviso

Tive que "comer e calar". Foi a segunda vez que me aconteceu. Da primeira estranhei mas não disse nada, da segunda calhou-me esta conversa.

Tenham atenção quando mandarem chamar um táxi. Não sei quantos são, mas se vos calhar o "1" já sabem, pagam mais.

É capaz de ser legal - não duvido - mas justo de certeza de não é.

sexta-feira, dezembro 19, 2008

Foto do ano


A handout photo released by UNICEF on 18 December 2008 shows Belgian Alice Smeets' photo which won the international photo competition 'UNICEF-Photo of the Year' - a girl walks through the largest slum of Port-au-Prince, Haiti, July 2007.

quinta-feira, dezembro 11, 2008

Manoel

Porque o senhor merece (apesar de eu não ter muita paciência para os seus filmes, confesso) e porque o trabalho está muito bem feito...

Aqui fica a divulgação obrigatória.

Quatro minutos que resumem o trabalho do "senhor cinema".

quarta-feira, dezembro 10, 2008

Agora é que dizes?

O ainda Presidente dos Estados Unidos está a poucos dias de deixar a Casa Branca e deu uma entrevista à "ABC" onde nos brindou com várias "pérolas".

Destaco duas: George W. Bush consegue dizer que a sua maior desilusão no cargo foi "não haver armas de destruição massiva no Iraque".

A segunda "pérola" é aos 3m10s onde diz, agora, que não estava preparado para a guerra no Iraque.

A pergunta que se põe é: Como foi possível este homem ter estado oito anos no comando da nação mais forte do mundo?

domingo, dezembro 07, 2008

Portugal é assim...

Sábado 14h54
Comboio Sintra - Lisboa

Dois jovens à conversa:
- Pá, que horas são?
- Quase três.
- Merda, estou atrasado.
- Então?
- Ia entrar às 3. Estou f... . É a terceira vez esta semana.
- Pá, inventa qualquer merda...
- Ontem dei a desculpa do autocarro, hoje não posso dar a desculpa do comboio. Vou ter que inventar uma coisa fixe.

O outro saiu uma estação depois. O primeiro lá ficou, pensativo, acredito, a tentar arranjar uma peta qualquer para dar ao patrão.
Às 15h18 lá saimos no Rossio.
Não sei quanto tempo o jovem ainda demorou a chegar ao emprego, certo é que pelo ar dele - de música nos ouvidos - não ia muito preocupado por chegar pela terceira vez atrasado só nesta semana.

E assim vamos andando.

A Felicidade é contagiosa?

Não sei se é... mas aí está uma teoria que não me importava de "patrocinar".

O problema é que, como todas as moedas têm duas faces, se se confirmar que a Felicidade é contagiosa, isso significa que, seguramente, a tristeza também é.

sexta-feira, dezembro 05, 2008

At the movies

O próximo filme que gostava de ir ver ao cinema:

"Hunger", os últimos dias de Bobby Sands.

Uma das mais graves crises entre o IRA e a Grã-Bretanha.

quinta-feira, novembro 27, 2008

Mundo Bizarro

Agora já percebi porque é que Luiz Felipe Scolari foi avisado que o Chelsea não vai fazer contratações em Janeiro.

É que há prioridades: o dono do clube prefere gastar os seus milhões noutras "figuras".

Agora, Roman Abramovich decidiu presentear Dasha Zhukova, de 27 anos, com 40 hectares de superfície lunar!

A oferta até pode ser controlada via telescópio não vá alguém chegar lá primeiro com uma bandeirinha que não a da Rússia.

O amor tem destas coisas...

terça-feira, novembro 25, 2008

Solid as a rock

Há um banco que, nesta altura de crise financeira mundial, avançou para uma campanha de publicidade que pode ter duas interpretações.

Das duas uma: ou a instituição é mesmo sólida e a publicidade é genial numa altura em que muita da concorrência está em dificuldades... ou o banco está também em crise e a "rock" é um peso que vai ajudar o banco a afundar mais depressa.

Vamos estar atentos aos próximos capítulos.

Esta grande publicidade é baseada numa música de 1984.

terça-feira, novembro 18, 2008

Deve ser do cansaço

A líder do PSD continua a surpreender: depois de ter dito que o país tinha que escolher entre aumentos salariais e desemprego e que os jornalistas não podem escolher o que é transmitido, agora, Manuela Ferreira Leite decidiu expressar mais uma opinião, no mínimo, polémica.


A propósito da situação na Justiça disse: "Eu não acredito em reformas, quando se está em Democracia... e até não sei se a certa altura não é bom haver seis meses sem Democracia, mete-se tudo na ordem e depois então venha a democracia".

Realmente, parece que a estratégia do silêncio era mesmo a mais indicada para Manuela Ferreira Leite.

ADENDA: Há quem ache que a interpretação que faço é abusiva e que a Dra. Manuela Ferreira Leite estava apenas a ironizar. Sobre isso só acrescento que... há coisas com as quais nem brincar se deve.

domingo, novembro 16, 2008

Guerra Civil

O Dia Mundial em Memória das Vítimas da Estrada é assinalado este domingo.

Em Portugal, o número de mortos nas estradas tem vindo a diminuir mas, mesmo assim, este ano, os acidentes rodoviários já causaram 642 mortos (!).

São dados da Autoridade Nacional da Segurança Rodoviária até 7 de Novembro.

Continuo a chamar a atenção para estes dados que me fazem muita confusão e que é preciso que continuem a diminuir.

Já agora era bom que se conseguisse mais civismo, melhores estradas e melhor sinalização...

quinta-feira, novembro 13, 2008

Deve ser do cansaço

A presidente do PSD admitiu ter alguma dificuldade em passar a sua mensagem através dos meios de comunicação social e, então, largou esta pérola:

"Não pode ser a comunicação social a seleccionar aquilo que transmite", disse Manuela Ferreira Leite.

Então quem é? O PSD? Sim, mas só se for no "Povo Livre", nada mais, por favor.

quarta-feira, novembro 12, 2008

Mundo Bizarro

Admito que possa ser uma limitação minha mas, confesso, não percebo muito bem para que serve, exactamente, este software e, já agora, porque raio se foi perder tempo e dinheiro com ele:

"Argentina: Software para decifrar o que come o gado através do som da mastigação

Um grupo de cientistas argentinos desenvolveu um software que permite decifrar o quê e quanto comeu uma vaca ou uma ovelha, a partir de gravações dos sons da sua mastigação, revelaram fontes académicas.
Este sistema informático, cuja gravação é feita através de um mp3, permitirá aos produtores ganadeiros e leiteiros ter informação sobre o que ingerem os seus animais durante o dia de pasto.
O software foi desenvolvido por um grupo de engenheiros da Faculdade de Engenharia e Ciências Hídricas da Universidade Nacional do Litoral, da Argentina, juntamente com técnicos de outros organismos académicos, que durante meses gravaram os sons que as vacas e as ovelhas emitiram ao mastigar os alimentos.
Partindo da hipótese de que cada pasto produz um som diferente durante a mastigação, os investigadores construíram uma tipologia de cada um dos ruídos com a ajuda da tecnologia informática.
Diego Milone, um dos peritos que desenvolveu o sistema, disse que actualmente existem formas de determinar automaticamente quantas vezes mastigam os animais por hora, mas não existia um mecanismo tão fidedigno como este software, que é capaz de indicar, com precisão de gramas, quanto e o que é que comeu uma vaca ou uma ovelha.", in Lusa.


Como?

Por favor, expliquem-me lá isto...

quarta-feira, novembro 05, 2008

"A mudança chegou à América"

Barack Obama fez história e vai mesmo ser o novo Presidente dos Estados Unidos.

As expectativas estão altíssimas, a responsabilidade que este homem tem às costas é brutal.

Se Obama conseguir cumprir o que prometeu, o mundo será seguramente diferente daqui a quatro anos e para muito melhor.

E na noite da vitória, mais um grande discurso... com forte apelo à união de todos: "We rise or fall as one nation, as one people".

Além do mais, desta vez, os resultados não deixam dúvidas.

At the movies

Gostava de ver este:

"Entre les murs", um filme ao estilo "Clube dos Poetas Mortos" mas mais cru.

Alguém quer vir?

terça-feira, novembro 04, 2008

"A cereja no topo do bolo" ou "a ponta do iceberg"

Se dúvidas havia, Portugal é mesmo um país igual aos outros e o Governo foi mesmo obrigado a seguir o que os "camaradas" europeus e não só já tinham feito: nacionalizar bancos.

E, não, este não é um post do "Tiro ao Alvo Memória" e, não, não recuamos mais de 30 anos. Continuamos em Novembro de 2008.

A questão é que para salvar um banco que andava a aldrabar as contas há não sei quantos anos, portanto muito antes da crise financeira, o Executivo socialista decidiu tomar conta da ocorrência antes que...

No ar ficam várias questões interessantes... ou, se calhar, nem tanto.

A primeira é: Como é possível que o Banco de Portugal deixe que o banco em questão ande, alegremente, a esconder as suas contas e a enganar tudo e todos?

A segunda é: Como é possível que o banco, que tem um buraco de 700 milhões de euros (!), recuse a ajuda do Estado?

A terceira é: o que vai fazer esse mesmo Estado ao banco depois de o recuperar? Vai devolvê-lo, lavadinho, aos mesmos que deram cabo dele?

E agora, "a cereja no topo do bolo": Como é possível que o actual (e recente) presidente do banco diga que a culpa da situação é principalmente dos reguladores e não dos seus antecessores na entidade bancária?

É que, por esta lógica, eu posso ir ali, calmamente, assaltar um banco e está tudo bem porque a polícia não me vem prender. O erro não é meu, que cometo uma ilegalidade, o erro é do outro que não deu por isso. Não faz sentido nenhum... mas é brilhante.

Outra questão pertinente é saber se o Banco de Portugal e o Governo sabem de mais algum caso semelhante e não dizem para não alarmar as massas... ou não sabem mas ele existe?

Será esta apenas a "ponta do iceberg"?

Democracia?

É hoje que se fica a saber quem vai ser o 44º Presidente dos Estados Unidos. Barack Obama ou John McCain vão suceder a George W. Bush.

Por falar em eleições e Bush recordo o momento mais incrivel que me recordo de umas eleições num país democrático e civilizado.

Em 2000, o candidato mais votado pelo voto popular não ganhou as eleições. Recorde os resultados oficiais aqui.

Não sei como seria o mandato de Al Gore na Casa Branca mas, seguamente, tudo teria sido diferente.

Por mim, para evitar casos destes, e, principalmente, por uma questão de justiça: UM HOMEM, UM VOTO.

sexta-feira, outubro 31, 2008

Será possível um Barack Obama em Portugal?

Infelizmente, parece que não...

Veja aqui a reportagem da Renascença.

Isto tudo num país que, historicamente, viveu e conviveu com colónias e deu "novos mundos ao mundo", faz-me muita confusão.

Como é possível em pleno século XXI que isto ainda aconteça?

Admiro e agradeço a todos os que tiveram a coragem de participar nesta reportagem e colocaram o dedo na ferida.

quinta-feira, outubro 30, 2008

Os casos do momento

Salário mínimo - Como se pode, agora, criticar um aumento que está acordado e assinado por patrões, Governo e sindicatos?

Sobre isto só recordo estas declarações: "A presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz diz que a utilização do argumento da crise financeira para criticar o aumento do salário mínimo para os 450 euros revela falta de solidariedade. Manuela Silva considera que esta posição é preocupante numa sociedade democrática."

Açores - Como podem os partidos aprovar uma lei por unanimidade, pelo menos duas vezes, e, agora, virem dizer que o veto do Presidente tem razão de ser e que até pode haver inconstitucionalidades?

Se alguém puder ou souber, respondam-me a estas duas perguntas.

terça-feira, outubro 28, 2008

Como é possível?

Foi conhecido esta madrugada o relatório final ao acidente de Agosto na Linha do Tua e há dados que não deixam de me surpreender.

"A via no local do acidente apresenta defeitos grosseiros e facilmente identificáveis e suficientes para justificar a ocorrência do descarrilamento"

Uma curva com medidas desadequadas, defeitos de alinhamento, de empeno, travessas que "necessitam de substituição imediata" são alguma das falhas apontadas.

Os pareceres apontam também falhas às automotoras do Metropolitano de Superfície de Mirandela, que fazem o percurso ao serviço da CP, há uma década, referindo-se "às desadequadas características do material circulante".

Ora, vamos lá ver se nos entendemos:

Primeiro, a via apresenta defeitos grosseiros e facilmente identificáveis;

Segundo, a curva tem medidas desadequadas e defeitos de alinhamento;

Terceiro, as automotoras que fazem o percurso há 10 anos têm características desadequadas;

Então... se os defeitos eram facilmente identificáveis, porque é que não foram?; se a curva estava mal feita como é que ninguém deu por isso?; se as automotoras eram desadequadas porque raio se mantiveram 10 anos?

É que convém, já agora, recordar que a linha do Tua está em funcionamento há dezenas de anos, houve quatro acidentes graves em menos de dois anos e que várias pessoas morreram ou ficaram feridas.

quinta-feira, outubro 23, 2008

Esperemos que acertem

Os economistas são um bocadinho como os meteorologistas: raramente acertam nas previsões.

Desta vez não estou a falar da crise financeira, nem dos constantes acertos que todos vão fazendo ao longo do ano, à medida que as "marés" vão subindo ou descendo...

Vem este post a propósito da primeira reunião que, esta quinta-feira, junta Governo e estruturas sindicais da Função Pública que vão começar a discutir as negociações salariais para 2009.

O Executivo socialista oferece, em ano de eleições, 2.9% de aumentos; enquanto os sindicatos pedem, pelo menos, 4%.

Esta é a primeira vez (!) em 10 anos (!) que a proposta de aumentos é superior à inflação prevista para 2009. A questão é que, mesmo assim, nada garante que os funcionários públicos recuperem alguma coisa.

É que, como já se disse - aqui e em todo o lado - Banco de Portugal e Governo(s) não são propriamente especialistas em acertar previsões.

Por isso, não vamos já começar a deitar foguetes por este "brinde" de quatro décimas de aumentos efectivos.

Em caso de acerto nas previsões, é caso para dizer: abençoadas eleições.

sábado, outubro 18, 2008

Isenção (não) é isto...

Vasco da Gama - Flamengo 2001

Três minutos de pura loucura futebolística e não só...

domingo, outubro 12, 2008

o ESTADO a que isto chegou

Depois de uma das piores semanas de sempre nas Bolsas mundiais, não deixa de ser curioso que, numa sociedade capitalista, a solução encontrada seja recorrer ao Estado para safar os bancos.

O Eurogrupo esteve reunido para decidir o que fazer em conjunto e o próprio Governo português garante empréstimos interbancários no valor de 20 mil milhões de euros para que a banca possa continuar a funcionar.

A pergunta que se coloca é: só os bancos é que podem e devem ser salvos? E as pequenas e médias empresas que não se meteram em cowboiadas especulativas? E, especialmente, as famílias que estão atoladas em dívidas? (*)

Lembrava no outro dia a eurodeputada comunista Ilda Figueiredo que, até há poucas semanas, as nacionalizações eram recusadas por todos... agora que estão em risco e com fortes prejuizos, aí - tudo bem - já pode vir o Estado (que é como quem diz, todos nós) resolver o que alguns carolas conseguiram destruir por ganância e desleixo.

(*) Dados do "Expresso": o crédito malparado aumenta 4.6 milhões por dia; incumprimento no crédito ao consumo cresceu 26.8% num ano e no da habitação aumentou 22.1%.

quinta-feira, outubro 09, 2008

kosOVO MAL PASSADO

Já diz o ditado: “O que nasce torto, tarde ou nunca se endireita” e este é mais um desses casos.

Portugal esteve desde Fevereiro sem reconhecer a independência do Kosovo em relação à Sérvia, mas acabou, mesmo, por ser o 48º país (em 192) a fazê-lo.

Dois dias depois, confesso, que ainda não percebi porque raio Lisboa não se manteve firme do lado do não reconhecimento do Kosovo.

As razões para o "não" são várias: o território não tem capacidade económica de sobreviver sozinho, historicamente não tem identidade (aliás, o que se passa no Kosovo tem muito a ver com a "invasão" de albaneses) e, entretanto, abre um precedente grave para pequenas regiões que queiram dar o mesmo passo (o que se passou na Geórgia com a Abkásia e a Ossétia do Sul são disso exemplo).

Os argumentos lusos são incompreensíveis: Luís Amado diz que estava em causa o interesse nacional (?) e que é necessário perceber a importância da União Europeia. O ministro acrescenta que a independência do Kosovo é irreversível.

Afinal, não é... prova disso, é o facto da ONU ter dado um mandato ao Tribunal Internacional de Justiça para que este descubra se o “novo quadro” é legal.

Calculo que a pressão internacional tenha sido grande sobre Sócrates e o seu ministro dos Negócios Estrangeiros, mas gostava de saber o que vão fazer estas dezenas de países se o Tribunal der razão à Sérvia.

Há outras nuances que são “engraçadas” de perceber: como alguns países podem estar a favor da indepndência do Kosovo mas, ao mesmo tempo, contra a da Abkásia e da Ossétia do Sul.

Confusão total... e vamos ver se isto não acaba mal, com alguma "indigestão".

domingo, outubro 05, 2008

Isto é que vai uma crise

O Presidente da República apela à "fibra dos portugueses" neste tempo de dificuldades económicas e aos políticos para não iludirem as dificuldades.

O Chefe de Estado dá "uma no cravo e outra na ferradura": fala na crescente disparidade entre ricos e pobres, diz que os empresários não se devem encostar ao Estado, mas também lembra que não se deve esperar que o Estado faça tudo.

Eu acho bem... Também não quero que o Estado faça tudo: só espero que nos trate da saúde, nos possibilite educação, nos deixe ter reforma quando lá chegarmos, nos dê segurança...

É só isso.

Entretanto, depois de ouvir o discurso e as reacções, lembrei-me destes:

domingo, setembro 28, 2008

Catedral

Tive esta noite o privilégio de assistir, pela primeira vez, "em directo, a cores e ao vivo", ao "derby dos derbies". Foi, em simultâneo, a minha estreia na nova "Catedral".

Do jogo digo apenas que a vitória do Benfica foi justa. Parece-me inquestionável.

Interessa-me mais, aqui e agora, falar do fantástico que é sentir "aquele" ambiente "in loco". Sim, eu sei que "este" estádio não tem a mística do original, falta-lhe o terrível terceiro anel, mas, mesmo assim, é imponente ter quase 60 mil pessoas a vibrar com as incidências da partida e à espera de golos na baliza adversária.

Sentei-me na Bancada Meo, porta 16, piso três, sector 21, fila AF, lugar 21.

O primeiro susto foi perceber onde era o lugar (como é que eu vou para ali? tenho que subir estas escadas todas? estamos do lado errado das escadas, e agora? Não vou descer isto, pede-se licença às pessoas, desculpe, com licença, ajude aqui, muito obrigado, desculpe lá).

Já agora, duvido que as bancadas, ou melhor, as escadas já nas bancadas sejam regulamentares. Não acredito que aquele espaço (onde não cabe um pé completamente assente) seja legal.

Chegado ao lugar, tempo de ver o "voo da águia", que saiu da "minha" bancada e aterrou no pódio no centro do terreno sem falhas. Foi a primeira grande ovação da noite.

Início do jogo com as reacções habituais, os falhanços deles, os nossos erros, as oportunidades e, claro, os palpites e as teorias das bancadas, a vibração do estádio.

O intervalo, as "cheerleaders", os suplentes a aquecer, a substituição que virou o jogo, os golos de rajada, os olés e a "hola", a vitória.

Final: a equipa sai sob palmas... Confesso que esperava uma euforia maior. Afinal, tinhamos vencido um rival, tinhamos vencido o Paulo Bento ("pela boca morre o peixe"). Justificações para esta "tranquilidade"? Talvez o facto de estarmos apenas na quarta jornada e haver, por isso, ainda muito para andar.

No final da partida, primeiro esperar pela saída da maioria, depois encontrar uma fila com corrimão.

À saída, no meio do povo "encarnado", foi bom ir ouvindo os "zum-zuns": a boa exibição dos miúdos na defesa, a força de Yebda e a importância de Katso no meio-campo, o grande golo de Reyes...

Só "lamento" (mesmo entre aspas) que o público só puxe pela equipa precisamente quando não é obrigatório, ou seja, pelo menos na Luz é assim, raramente são os adeptos a puxar pelos jogadores, normalmente é ao contrário.

Nota final para a "segurança": se isto é assim num "jogo de alto risco", já percebi porque continuam a entrar "very-lights" e outros apetrechos proibidos nos estádios. Passei uma única "barreira" em que o homem, coitado, a única coisa que fez foi olhar para o bilhete que eu trazia na mão. Não fomos questionados, nem revistados, nem entrámos um a um, nada disso.

PS: Continuo invicto sempre que vejo o Benfica jogar ao vivo, seja em que modalidade for.

quarta-feira, setembro 24, 2008

"Pode concluir senhor Primeiro-ministro..."

Regressaram esta tarde os debates quinzenais ao Parlamento. Que saudades tinha eu de ouvir o Presidente da Assembleia da República.

Perdi duas horas da tarde a ver o debate na sala do Senado porque ainda pensei que as férias - e o ano político que aí vem - iam fazer bem aos nossos deputados, afinal enganei-me, e está tudo na mesma.

Voltaram os "passa-culpa", o "senhor não responde", "o senhor não dá soluções"; o copo meio cheio e o copo meio vazio; isto nunca esteve tão mau, isto não está tão mau; estatísticas a melhorar, estatísticas a piorar; a culpa é vossa, a culpa é dos outros...

Soluções e/ou alternativas, essas, nem vê-las.

terça-feira, setembro 16, 2008

Cooperação estratégica

É a questão que se coloca no momento: depois do estatuto dos Açores, do alegado atraso na nova lei da GNR e da diferença de opinião em relação à lei do divórcio, será que isto ainda vale?

Claro que há outra pergunta ainda mais importante: Esta "crise" entre Belém e São Bento é a sério, ou andam só a distrair-nos de coisas mais importantes?

segunda-feira, setembro 15, 2008

Dia de aulas

Faltam poucas horas para iniciar mais um ano lectivo.

Vou, como sempre, com expectativa para ver o que me calha em sorte. Vou, como sempre, com vontade de ajudar alguma coisinha a miudagem.

Espero que os alunos, no final do semestre, não digam nada parecido com isto:

Eu preferia uma reacção deste género:

Recordo, aliás, com saudade, o boicote que fizemos a uma cadeira na Universidade. Se me fizerem algo semelhante, espero que os alunos tenham razão como nós tivemos na altura.

Eu continuo a gostar de ver os meus meninos a crescer por aí...

sexta-feira, setembro 12, 2008

Liberdade ou censura?

O Presidente da Venezuela decidiu expulsar o embaixador dos Estados Unidos e, durante o discurso, utilizou linguagem - digamos assim - colorida.

Vamos imaginar um cenário hipotético: És director de uma televisão ou de uma rádio. Isto pode passar assim?

Se "sim", vale tudo?
Se "não", quem somos nós para censurar um discurso?

Reponda quem quiser ou souber. Está aberto o debate.

terça-feira, setembro 09, 2008

E o burro sou eu? (*)

É um facto: sou daqueles gajos que escreve sms bem devagarinho e só com uma mão. Nunca consegui, como algumas pessoas que conheço, fazer grandes "testamentos" em segundos.

Tentou, ontem, a minha boa amiga BA ensinar-me a escrever com a ajuda preciosa do "dicionário" do telemóvel (que ajuda, que é mais rápido, diz ela)...

Pois, pois, é capaz de ser... Assumo as minhas limitações, não consegui domar a máquina. Fui obrigado a passar-lhe o telemóvel para a mão e ditar-lhe a mensagem.

(*) Frase de Luiz Felipe Scolari num momento de fúria para com jornalistas desportivos. Eu prefiro usá-la para expor mais uma das minhas fraquezas.

sábado, setembro 06, 2008

Super-atletas

Decorre este sábado a cerimónia de abertura dos Jogos Paralímpicos de Pequim. As provas vão até 17 de Setembro.

Depois da desilusão dos Olímpicos, renascem as esperanças lusas em bons resultados e medalhas: nas sete edições anteriores foram conseguidas 25 de ouro e 81 no total.

Felizmente, nos últimos anos, os apoios a estes atletas têm melhorado e já há empresas a investir para que eles possam progredir.

Isso é positivo... nada positiva é a campanha publicitária que acompanha a missão olímpica e os seus 33 atletas.

O slogan "É nisto que somos bons" é bastante infeliz.

Não sei se os atletas tiveram "voto na matéria" e se concordam com a frase. Eu confesso que não gosto, mas admito que pode ser "hiper-sensibilidade". Peço desculpa por isso.

Convém só recordar que, por exemplo, para além de atletas, na comitiva há estudantes e professores, mas também uma médica, um psicólogo, um carpinteiro, um massagista, uma assistente social, entre outros.

Nisto, TAMBÉM, serão bons seguramente.

sexta-feira, setembro 05, 2008

The Voice

Desde sempre me habituei a ouvir esta Voz nos trailers de cinema...

Juro que cheguei a pensar: "Isto é tão bom que não é possível. Benditas máquinas que fazem tudo". Afinal...

Há meses fui "apresentado" ao senhor, graças ao "tubo" fiquei a conhecer-lhe a cara mas, na segunda-feira, de repente, a notícia deixou o cinema de luto.

Don LaFontaine tinha 68 anos e era "the voice in the dark".

quarta-feira, setembro 03, 2008

Politiquices

Para além de furacões vários, a atenção dos norte-americanos está virada para a política e, por estes dias, para a Convenção Republicana, que decorre poucos dias depois da Convenção Democrata.

É curioso como avança a campanha para as presidenciais de Novembro e os "equilíbrios" que os dois partidos são obrigados a fazer para agradar às várias facções.

Do lado Democrata, depois da vitória nas Primárias, Barack Obama escolheu Joe Biden para "número 2". Ou seja, para combater a critica de inexperiência em política internacional, Obama foi buscar o senador que lidera a comissão de Foreign Relations.

Já do lado Republicano, John McCain foi buscar uma mulher jovem e bonita (44 anos), mãe de família (cinco filhos) e ultraconservadora (anti-aborto, anti sexo antes do casamento, contra casamento de homosexuais, faz parte do lobby das armas) para combater a critica de que já está velho e que não é "suficientemente" de direita.

Sarah Palin, candidata a vice-presidente do lado Republicano, actual governadora do Alasca, faz dentro de poucas horas o discurso na Convenção.

Lá como cá ou em qualquer outro lado, o truque na política é conseguir uma fórmula que agrade o mais possível a gregos e troianos. O importante é ganhar votos e eleições.

A 4 de Novembro vamos ficar a saber quem vai ser o substituto do "impagável" George W. Bush.

sábado, agosto 30, 2008

Depressa e mal...

A propósito do que se passou em alguma comunicação social com a "caixa" do nome do novo "super-polícia" (*), lembrei-me desta citação:

"Os jornalistas têm de se recordar que é melhor estar certo do que ser o primeiro a estar errado".
Bill Kovach, 75 anos, ex-jornalista do New York Times, actual professor em Harvard.

Regra: confirmar e reconfirmar fontes antes de avançar notícias.

(*) Já agora, Mário Mendes é quem vai estrear o cargo de Secretário-geral do Sistema de Segurança Interna.

terça-feira, agosto 26, 2008

Far West

Portugal está na cauda da Europa, não avança à média comunitária, mas seguramente não é por falta de visão estratégica.

Reparem, há uns meses gastámos uma pipa de massa a tirar fotos artísticas a quatro ou cinco "cromos" conhecidos da nossa praça a vender o nosso país. Ouviram-se algumas críticas mas isso - sei-o agora - é de gente que não percebe nada de publicidade.

É que atenção, esta campanha acertou na mouche... Qual era a frase?: "Portugal - Europe's West Coast". Nem mais nem menos, "Portugal - A Costa Oeste da Europa".

A palavra chave é "Oeste". Portugal está na parte "Far Oeste" da Europa e, se ainda houvesse dúvidas, o dia de hoje acabou com elas: Em poucas horas ocorreram, pelo menos, seis assaltos com armas só na zona da Grande Lisboa (três bancos, duas gasolineiras e um posto de correios).

Não sei onde isto vai parar mas, desde já, parabéns aos publicitários que, com meses de antecedência, prepararam o terreno e nos avisaram do que aí vinha.

domingo, agosto 24, 2008

At the movies

O amor deve ser isto...

E já agora, atenção ao ambiente, meus amigos, podemos chegar à situação do filme. Também me fez lembrar "O Admirável Mundo Novo", do Aldous Huxley, e isso não é nada bom.

"Wall-e" - a nova pérola da Pixar.

terça-feira, agosto 19, 2008

Perspectivas

Este é mais um daqueles casos que me faz lembrar a “estória” do “copo meio cheio ou meio vazio”.

O Primeiro-ministro disse esta segunda-feira que o seu Governo já criou, desde 2005, mais de 133 mil novos postos de trabalho, a caminho da promessa dos 150 mil.

As centrais sindicais admitem a criação de empregos, lembram é o número de desempregados que persiste (mais de 400 mil) e a “qualidade” dos empregos criados (maioria deles precários).

Falta depois perceber, exactamente, o que isso quer dizer porque, seguramente, José Sócrates não quererá dizer que o seu Executivo criou, de per si, esses milhares de empregos, mas isso é outra coisa.

Os dados estão em cima da mesa... é tudo uma questão de perspectiva.

O certo é que, segundo o INE, em três anos o desemprego desceu muito pouco, o que também prova que aumentou e muito o número de imigrantes no nosso país.

sábado, agosto 16, 2008

Futebol é...

Dentro de poucas horas abre, no Algarve, a temporada oficial de futebol com um FC Porto - Sporting, para a Supertaça Cândido de Oliveira.

Para assinalar esta ocasião lembrei-me de uma frase célebre que explica a "febre" deste desporto pelo mundo.

"O futebol é a coisa mais importante, das coisas menos importantes".

Já vi a "paternidade" desta frase ser entregue a vários autores mas, seja de quem for, está muito bem esgalhada.

quinta-feira, agosto 14, 2008

Deve ser do cansaço

Confesso que fiquei baralhado: pensava eu que uma das apostas do Executivo era levar as pessoas a utilizar os transportes públicos.

Boa ideia: menos carros, melhor ambiente…

Afinal, parece que isso chateia/preocupa alguns membros do Governo.

Diz a secretária de Estado dos Transportes a propósito da CP: “Como houve um aumento anómalo no número de passageiros torna-se necessário comprar mais material circulante e é isso que estamos a fazer”.

Anómalo?

Claro que o “aumento anómalo” se ficou a dever à subida dos combustíveis para valores nunca antes vistos, mas não era suposto ser bom as pessoas aderirem aos transportes públicos e deixarem os carros em casa?

Eu cá, acho que sim...

sexta-feira, agosto 08, 2008

Memórias olímpicas

Em dia de abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim, recordo os primeiros de que tenho "memória viva": Los Angeles 84.

Três dados essenciais:

Primeiro, a fantástica música do John Williams;

Depois, o herói dos Jogos: Carl Lewis (quatro medalhas de ouro);

Por fim, o nosso herói: Carlos Lopes

Estou convencido que, agora, em 2008, Portugal vai fazer os melhores Jogos Olímpicos de sempre.

terça-feira, agosto 05, 2008

Camarão Humano

Não sei se é do calor, que derrete algumas das "células cinzentas" das pessoas, mas o certo é que, depois de quatro semanas de férias, quase todas passadas na praia, fartei-me de ver pessoas a torrar ao sol.

Faz-me impressão que, com tantas campanhas de sensibilização - apesar das campanhas de sensibilização - tanta gente continue a ignorar os perigos.

Mais incrivel ainda é que alguns dos "camarões humanos" são reincidentes e, apesar de já estarem "vermelhos", continuam ao sol - a horas impróprias - como se não houvesse amanhã.

Até admito um "acidente" do género "É pá, adormeci...", mas algumas das barbaridades que vi são assustadoras e não parece haver camada do ozono ou cancro da pele que os pare.

Já agora, boas férias, se for caso disso. Eu, amanhã, já vou trabalhar.

sábado, julho 05, 2008

Praia, Verão, Música

No ano em que a Bossa Nova faz 50 anos e no dia em que eu vou "com um balanço a caminho do mar"...

Mas que espectáculo... Três grandes senhores.

Eu vou ali, venho já.

sexta-feira, julho 04, 2008

Haja saúde

Já todos - seguramente - tivemos "tropeços na vida" que nos obrigaram, por nós ou pelos nossos mais próximos, a ir a um hospital com situações mais ou menos graves.

Como já o revelei neste espaço anteriormente, tenho uma certa fobia a hospitais e/ou médicos que me levam a evitar, ao máximo, a ida a tais edifícios e até à toma de medicamentos.

O que não sabia é que há, pelo menos, mais dois portugueses que sofrem de um mal semelhante ao meu. O grave é que os meus "parceiros" são os últimos ministros da Saúde do país.

Recordo que o ex-ministro Correia de Campos dizia que, se precisasse, nunca iria a um SAP, enquanto a actual ministra Ana Jorge diz que jamais utilizará um hospital privado.

Posto isto, pergunto: "O que fazer se tiver que ir a um hospital? Que garantias me dão os governantes do meu país de que serei bem atendido?

É caso para agradecer a Deus, aos deuses, à sorte ou a quem quisermos o facto de estarmos com saúde neste momento. Que nos acompanhem sempre quando esta nos faltar, parece que vamos precisar...

Entre vistas

É público e notório que, pelo menos, as duas últimas entrevistas de José Sócrates na televisão (há uns meses na SIC, esta semana na RTP) tiveram os temas combinados previamente.

Não sei se esta política é seguida por outros orgãos de comunicação e/ou convidados, mas o certo é que esta "nova moda" é a verdadeira antitese do jornalismo.

Aliás, a combinação/conhecimento prévio de perguntas deveria ser proibido, seja quem for a excelência convidada.

As bandeiras do bom jornalismo são o "rigor", a "credibilidade" e a "isenção" e não são - não deveriam ser - negociáveis (tal como, por exemplo, não é a defesa das fontes).

Ora, estes dogmas obrigam a que o profissional de comunicação social tenha liberdade total para perguntar o que entender, como, depois - e reforço o "depois" - o entrevistado tem a liberdade de responder ou não.

Espero que, apesar da pressão das audiências, se volte ao "jornalismo puro", apesar de feito por humanos, em que o jornalista pergunta e o entrevistado responde no momento.

A bem do Jornalismo, a bem da Democracia e da Liberdade...

quinta-feira, julho 03, 2008

Vergonha


Como é possível deixar morrer alguém assim?

O que é que andamos aqui a fazer se já ignoramos alguém deitado no chão, num hospital, durante 45 minutos?

terça-feira, julho 01, 2008

Meninos

É pá, mas o que é que se passa com os nossos políticos?

Depois do "menino guerreiro"...

...e do "menino de ouro"

o que é que vem a seguir?

talvez, o "menino de ferro"

domingo, junho 29, 2008

Alguém me explica isto?

“Joga-se este domingo, em Viena de Áustria, a final do Euro 2008 entre Alemanha e Espanha” – Assim começou uma rádio um notíciário esta noite.

Já não há pachorra para esta coisa do “Viena de Áustria”. Nunca percebi – sinceramente – esta fixação.

Porquê?

Ninguém – nunca – diz Madrid de Espanha, Paris de França ou Roma de Itália... e ainda bem.

quarta-feira, junho 25, 2008

Acabem as directas...

Acompanhei por dever, mas também por gosto (chamem-me louco, se quiserem), o congresso do PSD em Guimarães.

É que se há coisa que este partido tem (tinha) de bom são (eram) os congressos. Desta vez, fiquei desiludido, foi muito frouxo, sem nenhum momento de especial excitação e o melhor que se conseguiu arranjar foi um discurso emocionado de Ângelo Correia, que nem sequer conta para o “totobola”.

Para piorar a situação o “menino guerreiro” – perdão, Pedro Santana Lopes - estava debilitado, constipado, coitado.

Na madrugada de sábado – por volta da 1 da manhã – quando fecharam os trabalhos do segundo dia, lembrei-me de vários congressos social-democratas... daqueles que dava gozo acompanhar até às quatro ou cinco da manhã (ok, chamem-me louco outra vez) porque tudo podia mudar a qualquer momento, um qualquer discurso virava a tendência de centenas de congressistas e prognósticos só apareciam mesmo "no fim do jogo".

Agora tudo é diferente e chato: a líder estava eleita, já se sabia a quase totalidade da sua equipa e a única dúvida era saber que peso teriam no Conselho Nacional os dois candidatos derrotados nas directas.

Pouco, muito pouco para um partido com a tradição “laranja”.

Por isso, lanço daqui um repto à Dra. Manuela Ferreira Leite: por favor, a bem de noites bem passadas a ver boa televisão, acabe com as directas no PSD. Por favor, voltemos aos congressos à moda antiga, com candidatos de última hora, negociações de lugares, discursos empolgantes, estratégias e acusações contrárias.

Queremos voltar a ter momentos como este em 1995, após a desistência de Cavaco Silva.

terça-feira, junho 17, 2008

Retrato de Portugal

“Comparo o nosso país com uma pessoa que está na borda do passeio à espera que alguém a ajude a atravessar para o outro lado. Sempre estivemos nessa situação, sempre estivemos dependentes de algo ou de alguma coisa. Desde o D. Sebastião que estamos dependentes. Estamos sempre à espera de quem venha salvar a Pátria, esquecendo que, se a Pátria pode ser salva, somos nós todos - e não um salvador predestinado com dotes extraordinários capazes de tirar-nos da mediocridade. O grande problema nacional é a mediocridade e a resignação à mediocridade”.

José Saramago, no programa "Diga Lá Excelência" da Renascença e "Público"

Sem mais comentários... subscrevo.

sexta-feira, junho 13, 2008

Fernando Pessoa

Há datas que não podemos deixar passar. O Poeta faria hoje 120 anos.

O homem era um Génio (daqueles atormentados e tudo, bem à portuguesa)… e isso deve ser (re)lembrado.
Entre todas as suas Pessoas, Pessoa escreveu coisas como estas (entre muitas outras):

“A minha Pátria é a língua portuguesa”

“Tudo vale a pena quando a alma não é pequena”

“Que a força do medo que tenho, não me impeça de ver o que anseio”

“Deus quer, o homem sonha e a obra nasce”

“O homem é do tamanho do seu sonho”

“O valor das coisas não está no tempo em que elas duram,
mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis”

terça-feira, junho 10, 2008

Só para esclarecer...

Eu não fui condecorado no "Dia da Raça" (*).

Só para que conste hoje é Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades.

(*) Ó senhor Presidente não havia necessidade. Esta "designação" já tinha caido há mais de 30 anos e vem do tempo da Ditadura. Talvez não fique mal, um pedido de desculpas.

segunda-feira, junho 09, 2008

Ilegalidades

Por princípio, não tenho nada contra manifestações e greves - antes pelo contrário. Em Democracia, os trabalhadores têm o direito de protestar para pedir/exigir melhores condições.

Percebo que os funcionários cheguem a essas formas de luta, apesar de, por vezes, ser prejudicado por elas (nomeadamente nos transportes) e de, noutras situações, achar que a greve nem sempre é a melhor estratégia.

O que já me custa a aceitar é que os grevistas queiram obrigar outros colegas a aderir à paralisação. A greve tem que ser voluntária e quem quiser continuar a trabalhar tem que ter condições para o fazer (seja patrão ou empregado).

Numa altura em que está a decorrer uma paralisação de patrões de empresas de camionagem, já há notícias de atropelamentos, apedrejamentos, cortes de tubos de gasolina e ameaças.

Não é assim que se faz uma greve, meus amigos. Aliás, isto não é uma greve, é uma ilegalidade...

terça-feira, junho 03, 2008

Shame on you

José Mourinho está como gosta - e faz por isso - no centro das atenções mediáticas mundiais.

O treinador foi hoje apresentado como técnico do Inter de Milão onde vai ganhar "só" 27 milhões de euros nas próximas três épocas, fora prémios e publicidades.

Ora, por falar em publicidade, o "mister" foi - juntamente com Cristiano Ronaldo, Marisa e mais uns quantos - uma das caras escolhidas pelo Governo, através do "Turismo de Portugal", para vender o nosso país lá fora ("Portugal, a Costa Oeste da Europa", assim se chama a campanha).

Por mim, tudo bem. Apesar desta "fulanização" poder ser um pouco provinciana, não tenho nada contra que se apresentem "casos de sucesso" para promover o que quer que seja, mesmo que seja apenas sol e praia.

No entanto, já me parece (muito) mal quando um desses "embaixadores", pagos com os nossos impostos, numa ocasião em que todos o estão a ouvir, se recuse a responder em português a uma pergunta, em português, feita por um jornalista português.

Não foi uma atitude nada bonita do "special one" que, ainda por cima, respondeu em inglês aos ingleses.

ADENDA: Já depois da conferência de imprensa oficial, o treinador falou na rua com os jornalistas portugueses. Minimiza os estragos, mas não desculpa a atitude.

quarta-feira, maio 28, 2008

Expressões da nossa vida

Volto a esta rubrica porque realmente há coisas que continuo a não perceber e me assustam.

Tudo começa com os dados revelados esta terça-feira pelo Banco de Portugal.

“O endividamento das famílias portuguesas voltou a aumentar em 2007 para 129% do rendimento disponível, atingindo o valor mais elevado de sempre.

Os dados foram revelados hoje pelo Banco de Portugal no relatório de estabilidade financeira de 2007”.

O país está em crise e há muita gente a sofrer sem ter culpa absolutamente nenhuma – isso é indiscutível.

Agora, também há pessoas em Portugal que não têm a mínima noção da realidade e perdem a cabeça por um qualquer “vírus consumista”.

É natural (diria obrigatório) que se peça um empréstimo para comprar casa, é natural que se peça um empréstimo para comprar carro (especialmente se estivermos a falar do primeiro, absoluta necessidade). Já não se pode dizer o mesmo quando se fala em pedir empréstimos para um segundo ou terceiro automóvel, para um telemóvel, um computador ou um plasma para ver o Euro.

Sobre tudo isto, lembrei-me de uma expressão que o meu pai repete muitas vezes e que é pena que nem todos sigam:

“Quem não tem dinheiro, não tem vícios”.

quinta-feira, maio 22, 2008

"Piada do dia"

"Quando chegou a casa à noite, a mulher pediu-lhe que a levasse a sair, mas queria ir a um sítio bem caro...
Ele levou-a a uma bomba de gasolina!"


Isto está a deixar de ter graça...

domingo, maio 18, 2008

Preciosismos

Se há coisa que me desgosta em algumas notícias - sejam elas de jornal, rádio ou televisão - é a necessidade que alguns jornalistas têm de dar pormenores, alegadamente informativos, que - bem vistas as coisas - nada acrescentam e até podem perturbar.

São vários os exemplos e situações, mas há uma que me enerva especialmente porque até pode esconder outra "coisa" chamada racismo.

Pergunto eu: Porque raio se diz, em crimes sob investigação, que foram realizados por "grupo de x individuos de raça negra" ou por "elementos de etnia cigana"?

Não percebo esta "necessidade", até porque nunca ouvi falar em"bandos de criminosos de cor branca" e não me venham dizer que não há assaltantes brancos.


Por falar em "preciosismos", deixem-me rebobinar e recuperar a "estória" do tabaco do senhor Primeiro-ministro. Várias notas sobre o caso:

- anteriormente sempre se fumou nestas viagens oficiais;
- com a nova lei, inventada por um Governo Sócrates, não se podia fumar;
- o Primeiro-ministro não podia alegar que não sabia que não se podia fumar;
- ridícula a necessidade que José Sócrates teve de vir dizer que ia deixar de fumar porque queria "dar o exemplo";
- ao que consta, o jornalista que trouxe "o caso a lume", fuma desalmadamente;
- "ou há moralidade ou comem todos", diz o ditado;

sábado, maio 17, 2008

Off-line

Não tenho internet em casa desde quarta-feira à noite. Supostamente estão "em manutenção".

Mais grave do que estar, há três dias, sem esse elemento fundamental para o nosso trabalho (a malta habitua-se e depois já não quer outra coisa, tal como os telemóveis) é a displicência da empresa.

Reparem nesta "timeline":

- quarta-feira à noite é dito: "Estará tudo ok na quinta de manhã"
- na quinta-feira às 14 horas é dito: são só "mais duas ou três horas"
- na quinta-feira às 20 horas é dito: "só amanhã de manhã"
- na sexta-feira às 13 horas é dito: "estará operacional às 18 horas"
- na sexta-feira às 20 horas é dito: "até às 23 horas"
- no sábado de manhã ainda não há net

"Há coisas fantásticas não há...", segundo diz o anúncio, e eu também acho.

Miserável atitude a destas empresas que têm o "rei na barriga" e estão literalmente a c.... para os clientes.

PS: a net deu, finalmente, sinal de vida pouco antes das 20 horas deste sábado.

segunda-feira, maio 12, 2008

Uma espécie de hino

Nós somos, efectivamente, assim e Portugal em 2008... ainda é isto:

O grupo chama-se "Deolinda". Ouçam mais aqui

Obrigado .j.

sábado, maio 10, 2008

Dúvida da semana

Há países que parecem fadados para a desgraça e só assim aparecem nos media.

Nos últimos meses temos ouvido falar muito sobre Myanmar: primeiro pela repressão que há décadas isola o país, agora por culpa de um ciclone, "Nargis", que já provocou milhares de mortos e desaparecidos (números já trágicos, mas ainda provisórios).

Dependendo do meio de comunicação social, o país é apresentado como Myanmar ou como Birmânia.

Já outros países mudaram o nome ao longo da sua história, normalmente ex-colónias que se tornam independentes.

Neste caso específico não foi isso que aconteceu. Resumidamente, Birmânia é o nome histórico do país. Myanmar surgiu anos depois de uma junta militar ter tomado o poder pela força. Apesar da nova designação ter sido aceite pelas Nações Unidas, alguns países (Estados Unidos e Inglaterra, por exemplo) continuam a rejeitá-lo.

A pergunta é: devemos aceitar o novo nome imposto por uma ditadura ou recuperar o nome histórico?

sábado, maio 03, 2008

A culpa vai morrer solteira?

Passou um ano, 365 dias, desde o desaparecimento da pequena Madeleine McCann e certezas quanto ao caso...

Muitas pistas e despiste(a)s depois, muitas informações e contra-informações depois, muitos avanços e recuos depois, muitas versões e contra-versões depois, muitos anjos e demónios depois... certezas não há.

Primeiro a tese do rapto, depois do assassinato - involuntário ou não - e, agora, parece que tudo volta à "casa da partida" e já é possível - diz o "Expresso" - que a hipótese "rapto" volte a ganhar força.

Eu não sei o que aconteceu naquela noite, continuo com muitas dúvidas e a achar estranhos alguns dos dados conhecidos do caso, que parecem continuar a não encaixar...

... mas eu não conto para este processo. Quem conta (ou deveria contar) é a PJ.

A mim parece-me que é deveras preocupante que a polícia possa agora, como se nada fosse, voltar à hipótese do rapto depois de nove meses a alimentar a tese da culpa de Gerry e Kate McCann.

Continuo a achar - e isto serve para este caso como para todos os outros - que não se pode deixar passar a ideia que alguém é culpado (e essa ideia passou - mesmo que tenha sido involuntariamente - em relação aos McCann), avançar para a constituição de arguido (mesmo sendo um proforma que não equivale a culpa) e depois assobiar para o lado como se nada fosse.

Única certeza é que a miúda desapareceu mesmo a 3 de Maio de 2007. Se foi rapto não se sabe nada, se os pais a mataram ou deixaram morrer também não.

Se há coisa que não me apetecia era ter que dar razão aos media ingleses que fizeram uma pressão deplorável sobre a polícia portuguesa e trataram abaixo de cão os nossos inspectores.

As dúvidas permanecem e a pergunta está feita... A culpa vai morrer solteira?

quarta-feira, abril 30, 2008

Sobe, sobe gasolina sobe...

E pronto, desde a meia noite, voltaram a subir os combustíveis: mais dois cêntimos para a gasolina e mais três para o gasóleo.

Não é grave, é "só" a 17ª mexida este ano, 14 delas a subir, claro.

Tudo começou com a liberalização dos preços em 2004 e, por incrivel que pareça e ao contrário dos outros sectores, a concorrência fez subir (e muito) os preços.

Não percebo, mas ainda entendo menos se compararmos o nosso caso com o exemplo dos nossos vizinhos espanhóis.

Aqui ao lado, o gasóleo custa menos 12 cêntimos e a gasolina menos 28.

Reparem que até o presidente da Associação dos Revendedores de Combustíveis (ANAREC) considera esta subida "escandalosa".

Alguém me explica isto?

sexta-feira, abril 25, 2008

25 de Abril... sempre

Como não podia deixar de ser...


Indiscutivelmente, um dos dias mais importantes da vida de Portugal.

segunda-feira, abril 21, 2008

Puxão de orelhas

Esta foi, seguramente, e de muito longe, a pior semana desportiva de sempre de toda a história do Benfica.

Nestes 30 e poucos anos de vida tive o privilégio de assistir a vários dias e noites de glória dos “encarnados” mas – também – a muitas (demasiadas) tardes e noites más: para além da tragédia passada com Miki Feher (o dia mais negro da “estória” do clube), desportivamente é impossível esquecer, por exemplo, os 7-1 do Sporting, os 5-0 do FC Porto na Luz e, claro, os 7-0 diante do Celta de Vigo...

… mas, ser envergonhado em casa por uma equipa que está a lutar para não descer de divisão, ser humilhado em 25 minutos imparáveis de um Sporting de fogachos e perder na casa de um Dragão já campeão, conseguindo criar apenas um lance de perigo em 90 minutos, - tudo no espaço de 10 dias - é algo de verdadeiramente inexplicável e que merece profunda reflexão por parte de quem de direito.

Apesar disto – deste “buraco negro” em que a equipa caiu – que deixa sócios e adeptos absolutamente descorçoados, nada – nada mesmo - justifica excessos, até porque há (muitas) coisas mais importantes que o “chuto na bola”.

E não, desta vez, não estou a falar das bestas (peço desculpa, mas não há outra palavra para os descrever) que atacaram o autocarro da equipa no Seixal. Estou mesmo a falar de mim.

Na quarta-feira, no calor do jogo frente aos “leões”, tive um momento de insanidade mental. Sem entrar em pormenores - diz quem viu – eu parecia louco e o computador é que “pagou as favas”.

Acabei por ter sorte e a máquina sobreviveu ao choque.

Serve o presente desabafo para, por um lado, me declarar envergonhado pela atitude (que já não foi a primeira do género: há um caixote do lixo partido que o pode comprovar) e, por outro - especialmente por isso - para agradecer o “puxão de orelhas” que levei de uma amiga no dia a seguir.

Obrigado .j. por me aturares e por, ainda por cima, teres a pachorra e a lucidez para me tentares trazer de volta à razão. Gosto de ti, também por isso.

sexta-feira, abril 04, 2008

Ele tinha um sonho...

... e morreu por ele faz hoje 40 anos.

Foi assassinado no quarto de hotel em Memphis (Tennessee).

Neste dia faz sentido recordar O discurso, realizado uns anos antes...

Pena que, tantos anos passados, ainda não esteja cumprido na totalidade.

Aventuras há muitas...

Este é um post "três em um" em que vou misturar assuntos completamente diferentes: os livros "Uma Aventura", a "crise" na educação e o caso "Apito Final".

Os livros escritos pelas professoras Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada já existem há 26 anos, tempo em que foram escritas 50 aventuras. Falaram-me deles, a primeira vez, estava eu no 1º ano do Ciclo, penso que terá sido a minha professora de Português.

Eu também cresci a lê-los e lembro-me que o primeiro que a minha mãe me ofereceu foi, claro, "Uma Aventura no Estádio" (o 14). Gostei tanto que, a partir dai, li todos até vir para Lisboa.

Por falar em professores, tive bons e maus docentes, como toda a gente (são poucos os que me lembro, mas destaco a Dona Maria da Glória na escola Prímária e o professor Fatal no Secundário), boas turmas (fantástica a do 12º) e turmas menos boas...

E já agora, especialmente para aquele pessoal da minha geração que agora diz: "No meu tempo não era assim...", gostaria só de dizer que eu vi alunos a sair pela janela, sei de professores que tiveram que meter baixa, não vi pistolas mas vi facas e socas, putos a fumar "cenas maradas", aulas anuladas por causa de bombinhas de mau cheiro, pessoal com "faltas a vermelho" (eu incluído).

Por isso, também não dramatizemos. O que aconteceu no tal vídeo mostra que a "coisa" não está fácil, é verdade que os miúdos estão um bocadinho abusados, mas com bons professores, que consigam motivar os alunos, não consta que haja problemas.

Entretanto, recuperando "Uma Aventura no Estádio", é verdadeiramente inacreditável o que se está a preparar no futebol português: estão a cozinhar um (eventual) castigo ao FC Porto, que é uma autêntica anedota, naturalmente, numa altura em que "já não aquece nem arrefece".

quinta-feira, março 27, 2008

Mundo Bizarro

O primeiro homem grávido, pelo menos que se saiba.

Notícia da Lusa:

EUA: Transexual masculino, no quinto mês de gravidez, rejeitado pela família
26 de Março de 2008, 22:42
Los Angeles, Califórnia, 26 Mar (Lusa) - Thomas Beatie, um transexual varão, casado, dará à luz uma menina no Verão depois de várias tentativas para engravidar e após ter sido rejeitado pela sociedade e a sua família, informou a revista “The Advocate”.
Beatie, cujo aspecto é o de um homem grávido de cinco meses, submeteu-se a uma alteração para eliminar os peitos femininos e a um tratamento de testosterona no seu processo de mudança de sexo mas conservou os seus órgãos reprodutores.
"Como se sente um homem grávido? Incrível. Estou estável e seguro de mim mesmo como homem que sou. Incrível. Tecnicamente vejo-me como sucedâneo de mim mesmo, embora a minha identidade sexual seja a de varão. Eu serei o pai, Nancy a mãe e seremos uma família", confessou Beatie, questionando o que é ser "normal" para a sociedade.

Ele há coisas do "arco da velha"...

Corta-unhas

Algum dia ainda gostava que me explicassem o fetiche que muitos portugueses têm em cortar as unhas em público.

Nos últimos dois dias fui bafejado com esta visão "extra ordinária": primeiro um homem na rua, numa estação ferroviária; depois, uma mulher, dentro do próprio comboio.

Mas, qual é a lógica disto? Será que ninguém lhes explicou quando eram pequeninos que, para além de tudo o resto, era uma grande falta de educação?

Devem pensar: "Ora bem, como é que vou ficar sozinho neste banco? Já sei, vou usar aqui o meu corta-unhas, fazer este barulhinho altamente irritante e atirar os pedacinhos para cima deles".

E pronto, lá conseguem os seus intentos porque ainda ninguém teve coragem - eu incluido - de lhes atirar a porcaria do corta-unhas para a linha do comboio.

Por favor, acabem com isso... um dia destes arriscam-se a que eu perca a cabeça.

sábado, março 22, 2008

Amêndoa amarga

Não sei se é das amêndoas, mas a verdade é que as pessoas parecem mais doces, mais queridas, mais simpáticas nesta época do ano.

Foram várias os vizinhos e colegas que, entre quarta-feira e hoje, me vieram cumprimentar especialmente, só porque era Páscoa.

Se alguns não o fazem habitualmente, porque raio o fazem agora?

Juro que não percebo e enerva-me…

Deve ser por isso que não gosto de amêndoas.

quarta-feira, março 19, 2008

Arthur C. Clarke

Morreu, aos 90 anos, o escritor que inventou "2001 Odisseia no Espaço" e escreveu mais de 80 obras do género.

Eu cá gosto de ficção científica.

As minhas homenagens...

sábado, março 15, 2008

Expressões da nossa vida

Há expressões que ouvimos desde pequenos e que nos acompanham ao longo da vida. Esta é mais uma daquelas que, num país como o nosso, faz todo o sentido.

Muitas vezes ouvi a minha avó dizê-la e várias vezes a minha mãe ainda hoje repete, naqueles dias de maior cansaço.

Lembrei-me dela ao acordar quase às quatro da tarde depois de uma comprida semana de sete dias e de uma quinta-feira que só acabou na madrugada de sábado.

"No Céu esteja quem inventou o descanso".

É bem verdade, bem-haja.

quarta-feira, março 12, 2008

(Des)Acordo Ortográfico

Dentro de poucos dias, a Texto Editora vai lançar os primeiros dicionários e um guia já com a nova grafia portuguesa baseada no Acordo Ortográfico que foi aprovado em Conselho de Ministros.

Ora, como sei que "Todo o Mundo é composto de mudança" - já diz o Camões e canta o José Mário Branco - o que lamento é que não se tenha aproveitado esta ocasião para juntar ao Acordo os "contributos" da "nova língua" portuguesa que nasceu com os SMSs.

Numa altura em k se tem em ação um plano que tenta melhorar as notas dos noços a Português, seria bué fixe começar, desde já, a facilitar a vida aos bacanos, n axam?

É k seria uma ganda xatice chegar a 2014, altura em k o acordo começa a bombar, e perceber k já n tá atual...

Pá, n sei, é só o meu .)

Agora a sério, devo dizer que - neste caso - partilho das dúvidas da ex-ministra da Cultura. Sinceramente, não sei como vai ser daqui a seis anos, mas temo que não estejamos a caminhar no bom sentido.

PS: Por outro lado, percebo que a força do Brasil pode ser a única hipótese de salvar o português no futuro.

domingo, março 09, 2008

Contra-corrente

Quase todas as Universidades têm o estatuto de "trabalhador-estudante" e eu concordo com isso. A minha dúvida é se não deveria haver também o estatuto de "estudante-trabalhador"...

... e, já agora, se esse novo estatuto não deveria aplicar-se igualmente aos professores.

Eu compreendo a reacção dos docentes que se sentem atacados nos seus direitos e que, por isso, protestam: aulas de substituição obrigam a mais trabalho e eles são contra, avaliação de professores e não promoção automática obrigam a mais trabalho e eles estão contra.

É normal que assim seja porque ninguém gosta de perder privilégios.

Os sindicatos alcançaram ontem uma vitória impressionante. Conseguir trazer para a rua cerca de 100 mil docentes (até a polícia admite estes números) é extraordinário e nunca visto em Portugal e deve ter feito tremer Sócrates e a sua ministra mas - deixem-me dizer-vos isto baixinho: Eu concordo com a política de Maria de Lurdes Rodrigues...

Como em muitos outros aspectos da vida, os resultados daqui a uns tempos é que vão confirmar ou não quem tinha razão mas, estar agora a demitir a ministra, seria um erro grave, em minha opinião.

Os professores - tal como os outros portugueses - julgarão este Governo - e a oposição - em 2009 pela força do voto.

Já agora, só mais uma nota: este Executivo tem muitos defeitos, é verdade, e alguns "tiques esquisitos", mas uma coisa que não é, seguramente, é fascista. Se o fosse - garantidamente - não autorizaria que 100 mil pessoas o gritassem a plenos pulmões durante várias horas na principal avenida do país.

domingo, março 02, 2008

Utopia

Numa altura em que...

- milhares de professores protestam nas ruas e alguns são identificados pela polícia;
- o ministro da Saúde saiu por não aguentar a pressão;
- alguns ameaçam aumentar o pão em 50%;
- o plano "Porta 65" não funciona;
- o mundo continua a assistir à guerra no Médio Oriente e treme a olhar para o Kosovo...
http://www.youtube.com/watch?v=d_YyqCzIUsc&eurl=http://canetapermanente.blogspot.com/search?updated-max=2008-03-06T16%3A40%3A00Z&max-results=10&feature=player_embedded
... Esta é mesmo a música que interessa relembrar.

sexta-feira, fevereiro 29, 2008

"A rádio que mudou a Rádio"

"Tudo o que se passa, passa na TSF" e "Por uma boa história vamos ao fim da rua, vamos ao fim do mundo" - Estas são as duas frases que marcam a TSF, a primeira rádio de informação do país, que hoje faz 20 anos.

Foi uma lufada de ar fresco, foi uma nova maneira de fazer jornalismo, foi uma nova maneira de fazer rádio.

Grandes nomes passaram por lá e, desde esse 29 de Fevereiro de 1988, nada mais foi igual em Portugal. Tudo passou a andar mais rápido.

O incêndio do Chiado, o bloqueio da ponte 25 de Abril ou o "especial Timor" são marcas da grande Telefonia Sem Fios. Muitas horas passei eu ligado ao transistor a ouvir o "89.5"...

Com impacto semelhante, mas noutro meio, só o "Independente", de Paulo Portas, que, num registo diferente, fez tremer políticos.

Nos últimos tempos, muitas das figuras saíram e a Rádio Jornal tem estado em (grande) crise, com audível perda de qualidade, o que não é positivo nem para eles, nem para a concorrência.

Agora, com nova direcção, a TSF só pode melhorar e ainda bem, para todos os que ouvem e trabalham na informação em rádio.

Um abraço especial para AR, um amigo, agora do outro lado das ondas hertzianas.

Nós, por cá, vamos continuar a fazer o nosso trabalho o melhor possível, sempre com ouvido na telefonia.

quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Há coisas "fantásticas"

Os cinco maiores bancos em Portugal tiveram, no ano passado, lucros de 2892 milhões de euros, mais 8% que em 2006, ou seja, 7.9 milhões de euros por dia.

Por exemplo, a Caixa Geral de Depósitos apresentou os melhores resultados de sempre com um lucro superior a 856 milhões de euros, quase mais 17%.

Estes números são tanto mais surpreendentes quando a banca se diz em crise por culpa do colapso do "crédito hipotecário de alto risco".

Ora, apesar dos números recorde, o presidente do banco do Estado, Faria de Oliveira, queixa-se e já veio avisar que a crise vai obrigar à subida dos spreads nos empréstimos dos clientes.

Como é que isto é possível? Crise? Qual crise?

Portugal é cada vez mais o "Brasil da Europa": os ricocs mais ricos e os pobres mais pobres.

PS: Depois disto, gostaria só de remeter para o post anterior e recordar a citação de Roberto Carneiro que também se aplica a este caso.

terça-feira, fevereiro 26, 2008

"Tenho vergonha destes números"

A frase é de Roberto Carneiro em reacção a um relatório da União Europeia sobre a pobreza em Portugal.

Eu subscrevo inteiramente esta declaração e deixo aqui o resumo que é da Lusa:

"Segundo um relatório da Comissão Europeia, sobre a protecção social e inclusão social, em Portugal há mais de 20% de crianças (uma em cada cinco) expostas ao risco de pobreza.
O risco abrange tanto crianças que vivem com adultos desempregados como as que vivem em lares onde não há desemprego.
Neste caso, Portugal está em penúltimo lugar e é apenas ultrapassado pela Polónia - ambos com mais de 20% de risco de exposição à pobreza - de uma tabela liderada pela Finlândia e Suécia, com 7% de risco."

Vale a pena pensar nisto...

sábado, fevereiro 23, 2008

Zeca Afonso

Porque nós não esquecemos...

E porque o país precisa de acordar...

És grande.

domingo, fevereiro 10, 2008

2.36

Eu sou completamente contra a pena de morte e tenho dúvidas que a prisão perpétua resolva alguma coisa, mas há situações...

Reparem nesta notícia da Lusa:

"O condutor de um dos veículos envolvidos numa colisão na madrugada deste sábado na A23, em Castelo Branco, de que resultou um morto e um ferido grave, apresentava uma taxa de álcool de 2,36, disse a BT/GNR.
O acidente ocorreu cerca das 00:35, na zona de Benquerenças, ao quilómetro 112, no sentido sul/norte, envolvendo duas viaturas ligeiras.
Uma das viaturas, por causas ainda desconhecidas, embateu na traseira da outra, onde seguiam três cidadãos de nacionalidade ucraniana, residentes em Penamacor, provocando a morte de um homem de 51 anos e ferimentos graves no que seguia no banco do «pendura».
A outra viatura acidentada registou apenas danos materiais, informou a mesma fonte.
A vítima mortal acabou por morrer nos Hospitais da Universidade de Coimbra, para onde tinha sido levada depois de uma passagem pelo Hospital de Castelo Branco."

Convém só recordar que acima de 0.5 dá castigo e 1.2 é crime.

É em situações como esta que tenho dúvidas se os 25 anos de prisão não são uma pena leve.

terça-feira, fevereiro 05, 2008

Yes we can...

Esta é a "Super Terça-Feira", aquela que pode decidir muita coisa na corrida eleitoral dos Estados Unidos.

Estou com Barack Obama e este discurso explica porquê.

Se calhar preferem esta versão musical.

We want change...

domingo, fevereiro 03, 2008

Isto é um assalto...

Eu, se fosse logista, teria o meu estabelecimento encerrado nesta altura dos saldos. À vista, apenas deixaria uma placa com a frase: “Desculpem...”.

Mas, “Desculpem” porquê?

É simples, há que ter respeito pelos consumidores e isso não acontece, sendo que estes são autenticamente assaltados, mesmo sem arma, sempre que vão às compras.

Se agora conseguem vender os seus produtos com 50 e 70% (!!) de descontos – com certeza ainda com margem de lucro porque ninguém trabalha para perder dinheiro – então isso quer dizer – se dúvidas houvesse - que nos andaram a roubar nos meses anteriores.

Atenção, “Roubar” é a palavra certa e, sinceramente, não entendo como é possível que, por exemplo, a ASAE ou a Autoridade da Concorrência não actuem e deixem que este escândalo continue ano após ano.

Claro que agora dá jeito ir às compras, a questão é o que se passa fora da “época de saldos”.

sábado, fevereiro 02, 2008

... no país das maravilhas (*)

As recentes e reiteradas declarações do novo Bastonário da Ordem dos Advogados são graves. Esperemos que, desta vez, se faça alguma coisa e não caia tudo em saco roto.

O procurador-geral da república já mandou abrir um inquérito, entregue a Cândida Almeida, agora é só esperar resultados.

Aquilo que Marinho Pinto tem dito já nós ouvimos há alguns anos e realmente há casos inacreditáveis que levantam dúvidas: Para além da "estória" do prédio em Coimbra, que aumentou mais de cinco milhões de euros da manhã para a tarde do mesmo dia, todos já ouvimos falar de Ferreira do Amaral e da Lusoponte ou de Pina Moura e a Iberdrola, por exemplo.

Como não quero acreditar que Marinho Pinto seja maluco e como aprecio a sua frontalidade, espero que isto dê alguma coisa... e não se prove que vivemos num "país de fantasia" em que se fala de tudo, se sabe de "coisas", mas nunca se prova nada e todos vão cantando e rindo.

(*) Título relembrado por Fernando Seara comentando outro caso trágico das últimas semanas em Rio de Mouro.

terça-feira, janeiro 29, 2008

Remodelação

Confesso que há coisas na política que não deixam de me surpreender. O ministro da Saúde acaba de ser substituido.

Ora, estando o país a realizar uma reforma polémica neste Ministério, isto quer dizer o quê?

Correia de Campos estava errado? Se estava devia ter sido travado há muito tempo e posto na ordem por José Sócrates.

Se estava certo e a sua política é a correcta, apesar das muitas críticas, então devia ter-se mantido seguro no Executivo.

A política vai mudar? O que vai acontecer, por exemplo, ao plano apresentado pelos peritos no que diz respeito às urgências? Correia de Campos conhecia o sector e parecia determinado...

Agora, o Primeiro-ministro vai ter dificuldades em justificar as suas ideias neste sector, que é fundamental, e a oposição tem aqui campo para atacar forte e feio.

Sobre a ministra da Cultura pouco há a dizer, era claramente um erro de "casting".

Mário Lino, Manuel Pinho e Nunes Correia lá se safaram desta...

sábado, janeiro 19, 2008

No comments


Pode não ter havido falhas, pode ninguém ter tido culpa, pode ter sido feito tudo o que era possível, mas lá que é estranho (*) ver morrer um bebé numa ambulância à porta de umas urgências fechadas, lá isso é...

(*) "estranho" é o mínimo que se pode dizer.

quarta-feira, janeiro 16, 2008

Dúvida da semana

Suharto está muito doente, mesmo em risco de vida. Não desejo a morte de ninguém, mas também não esperem que chore por um ditador.

A doença do homem que liderou a Indonésia durante décadas foi o pretexto para voltarmos a ouvir ou ler expressões como “antigo” ditador e “ex”-ditador.

Mantenho esta teima há vários anos: “antigo” e “ex” não são a mesma coisa neste contexto.

Se, no entanto, tiver mesmo que escolher uma das expressões em causa, não tenho dúvidas: Suharto foi o “antigo” ditador da Indonésia e nunca “ex” ditador.

Para mim, Suharto é um ditador e sempre será, ponto final. Só não o é agora, no activo, porque simplesmente deixou o poder. Se ainda fosse Presidente continuaria, seguramente, a ser ditador.

Reparem que, por exemplo, Sá Carneiro morreu enquanto Primeiro-ministro. Por isso, não é “ex”, é “antigo” Primeiro-ministro.

Já, ao contrário, quando alguém se divorcia, passa a ser ex-marido ou ex-mulher porque deixou de ser casado.

Esta é – diria o meu antigo chefe – uma “chinezice”... mas, para ti, “ex” ditador e “antigo” ditador são sinónimos?

sábado, janeiro 12, 2008

Simplex

Há conversas que eu preferia não ter ouvido, esta foi mais uma delas. Não foi nada de muito extraordinário, eu é que não percebi se devia rir ou chorar.

Conversam duas jovens universitárias:

- "Olha, quanto tiveste no trabalho de (...)?"
- "Zero"
- "Então?!"
- "A professora diz que foi plágio.
- "A sério?"
- "Encontrou três trabalhos iguais na nossa turma"
- "E fizeste plágio?"
- "Pá, sei lá, eu fui buscar umas coisas à net..."

Isto agora deve ser normal nas escolas e universidades deste nosso Portugal. É, seguramente, mais uma "vantagem" do "Plano Tecnológico".

Viva a internet e o "São Google" que nos desenrasca tudo o que precisamos.

quinta-feira, janeiro 10, 2008

e o OTArio sou eu? (*)

Afinal, parece que o novo aeroporto internacional de Lisboa vai mesmo ser em Alcochete e não na Ota, como se dizia há anos.

Afinal, "jamais" tem um significado diferente daquele que eu aprendi na escola.

Afinal, parece que Mário Lino - apesar da reviravolta, do "deserto" e do "nunca em francês" - não vai sofrer com o "ricochete" do Tiro vindo de Alcochete.

Afinal, Sócrates ainda consegue ter promessas para ignorar.

PS: Noutro âmbito - ou não - nada OTArio é Armando Vara. "Não vá o Diabo tecê-las", o melhor é aguentar o lugar na Caixa e continuar a receber, até saber se vai mesmo para a concorrência directa ganhar uns "trocos jeitosos" a mais.

Há mesmo pessoas que não deixam de me surpreender. O senhor Vara é uma delas.

(*) Obrigado a Luiz Felipe Scolari por ter servido de inspiração.

sexta-feira, janeiro 04, 2008

Como está?

As notícias são assim: aparecem e desaparecem a grande velocidade... a maioria até nos esquecemos delas. É verdade que umas demoram horas, outras dias, semanas, meses... mas todas acabam, mais cedo ou mais tarde, por perder gás.

Por exemplo, se vos perguntar se se lembram de algum assunto minimamente relevante de 4 de Janeiro de 2006, naturalmente, vão responder-me que não.

Mas foi nesse dia que Ariel Sharon teve o segundo derrame cerebral que o deixou ligado à máquina.

O Primeiro-ministro israelita preparava-se para ganhar as eleições com um novo partido quando foi parar ao hospital. Dada a sensibilidade da situação, dele e da região onde vive, o "caso Sharon" manteve os jornalistas entretidos umas semanas.

Agora, dois anos passados, há quanto tempo não ouve nada sobre o homem? Morreu? Está ligado à máquina? Melhorou?

Não faço ideia.

terça-feira, janeiro 01, 2008

E ainda querem festa?

Se há coisa que não percebo são os festejos de passagem de ano.

Festas, fogo de artifício, bater de pratos, grandes bebedeiras... Mas estamos a comemorar exactamente o quê?

É que o novo ano tem pouco ou nada de positivo. Ano após ano, a notícia do dia 1 são sempre os aumentos. Não dos salários, mas dos produtos.

Aumentos vários, quase todos acima da inflação com desculpas várias, alguns deles de forma escandalosa. Reparem só num exemplo: o pão sobe, pelo menos, 10%, enquanto os salários sobem - convém recordar - 2.1%.

Nada faz sentido... e ainda querem festa. Não percebo.