segunda-feira, abril 21, 2008

Puxão de orelhas

Esta foi, seguramente, e de muito longe, a pior semana desportiva de sempre de toda a história do Benfica.

Nestes 30 e poucos anos de vida tive o privilégio de assistir a vários dias e noites de glória dos “encarnados” mas – também – a muitas (demasiadas) tardes e noites más: para além da tragédia passada com Miki Feher (o dia mais negro da “estória” do clube), desportivamente é impossível esquecer, por exemplo, os 7-1 do Sporting, os 5-0 do FC Porto na Luz e, claro, os 7-0 diante do Celta de Vigo...

… mas, ser envergonhado em casa por uma equipa que está a lutar para não descer de divisão, ser humilhado em 25 minutos imparáveis de um Sporting de fogachos e perder na casa de um Dragão já campeão, conseguindo criar apenas um lance de perigo em 90 minutos, - tudo no espaço de 10 dias - é algo de verdadeiramente inexplicável e que merece profunda reflexão por parte de quem de direito.

Apesar disto – deste “buraco negro” em que a equipa caiu – que deixa sócios e adeptos absolutamente descorçoados, nada – nada mesmo - justifica excessos, até porque há (muitas) coisas mais importantes que o “chuto na bola”.

E não, desta vez, não estou a falar das bestas (peço desculpa, mas não há outra palavra para os descrever) que atacaram o autocarro da equipa no Seixal. Estou mesmo a falar de mim.

Na quarta-feira, no calor do jogo frente aos “leões”, tive um momento de insanidade mental. Sem entrar em pormenores - diz quem viu – eu parecia louco e o computador é que “pagou as favas”.

Acabei por ter sorte e a máquina sobreviveu ao choque.

Serve o presente desabafo para, por um lado, me declarar envergonhado pela atitude (que já não foi a primeira do género: há um caixote do lixo partido que o pode comprovar) e, por outro - especialmente por isso - para agradecer o “puxão de orelhas” que levei de uma amiga no dia a seguir.

Obrigado .j. por me aturares e por, ainda por cima, teres a pachorra e a lucidez para me tentares trazer de volta à razão. Gosto de ti, também por isso.

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