Milhares de pessoas morreram na Ásia e em alguns países de África, vítimas do terramoto e do tsunami que se seguiu.
Os números da tragédia são ainda muito provisórios e o número de vítimas não pára de aumentar, quase minuto a minuto.
São já milhares os mortos confirmados, milhares os desaparecidos e milhões as pessoas afectadas.
Perante uma tragédia desta magnitude sentimo-nos pequeninos e insignificantes. É nestas alturas que vemos que as nossas crises, guerrinhas e achaques nada valem perante a fúria da natureza.
Como disse o Marquês de Pombal após o terramoto de Lisboa em 1755, agora têm que se “enterrar os mortos e cuidar dos vivos”.
No entanto, há um “pormenor” que não pode ser esquecido.
Se é verdade que contra um sismo de 8.9 na escala de Richter pouco há a fazer (a não ser prevenção na construção e no ordenamento do território), porque os abalos surgem sem aviso prévio, já quanto ao tsunami o que aconteceu é lamentável, escandaloso e, até, criminoso.
O maremoto levou algumas horas a chegar às costas de alguns dos países afectados e as autoridades, apesar de avisadas, nada fizeram “para não alarmar as populações” e em defesa do turismo de que dependem.
Milhares de vidas podiam ter sido poupadas se tivesse sido lançado um simples alerta nas zonas costeiras.
Passadas as primeiras semanas, em que se vão enterrar os mortos e ajudar os sobreviventes, alguém deveria ser chamado a prestar contas. Este é mais um daqueles casos em que “a culpa não deveria morrer solteira”.
Entretanto, a ajuda humanitária – absolutamente essencial – começa a chegar e a ONU confirmou já que esta é a maior operação de sempre.
Portugal – para já, ajuda com oito milhões de euros em dinheiro e equipas no terreno, juntamente com várias ONGs.
Para já, notícia de destaque pela negativa, só o atraso do nosso embaixador em Banguecoque que, estando de férias em Portugal, demorou 96 horas a regressar ao seu posto após a tragédia.
Na altura em que escrevo, o nosso país tem oito cidadãos dados como desaparecidos e outros incontactáveis.
sexta-feira, dezembro 31, 2004
segunda-feira, dezembro 27, 2004
(In)Félix Natal
Tenho uma dúvida: estamos na época do Natal ou no Carnaval?
É certo que temos a maior árvore de Natal da Europa no nosso país e até já houve troca de presentes e mensagens natalícias, mas a mim ninguém me tira da ideia de que estamos no Carnaval.
É que só no Carnaval é que se goza com as pessoas e fica tudo bem, porque, afinal, “é Carnaval ninguém leva a mal”.
Desta vez, o “desfile” ocorreu na quinta-feira.
O ministro das Finanças veio divulgar, à terceira tentativa, a solução para o défice 2004: vão ser transferidos do Fundo de Pensões da Caixa Geral de Depósitos mi milhões de euros para que Portugal possa, pelo terceiro ano consecutivo, ser “bom aluno” e cumprir o Pacto de Estabilidade e Crescimento e ter um défice abaixo dos 3%.
Ora, logo aqui, há duas questões a considerar: primeiro, o ministro Bagão Félix tinha referido que não gostaria de utilizar receitas extraordinárias para conseguir cumprir o défice (o estratagema da sua antecessora) e, segundo, tinha prometido à Caixa que não ia mexer no seu fundo de pensões.
É curioso (para não dizer outra coisa) como se muda de opinião em questões tão sérias com uma facilidade destas, ainda para mais quando o chamado “plano B” falhou – segundo o ministro – também por culpa da mesma CGD.
O que é mais grave é que este novo “passe de mágica” não resolve nada de fundamental e nós, daqui a um ano, cá estaremos a discutir o que vender para voltar a cumprir este pacto “estúpido” (Romano Prodi).
Depois, só no Carnaval é que era possível um ministro ter a lata de anunciar um aumento de salário mínimo de 2.49% (abaixo do intervalo mínimo admitido pelo próprio Executivo) e continuar tudo como se nada fosse.
É que, caso não tenham reparado, este “aumento” é o mais baixo de sempre e segue-se a dois anos de “aumento 0”. Para além disso, este “aumento” surge depois do Primeiro-ministro (agora demissionário) ter anunciado no mês passado aos portugueses “o fim da austeridade”.
Por acaso nota-se: são mais 30 cêntimos (60$) o que não dá nem para um café.
Poucas vozes se levantaram nesta quinta-feira louca porque estavam todos muito preocupados com a questão “fundamental” do défice… sim, porque o facto de haver portugueses a ganhar menos de 80 contos por mês não é nada importante.
É Carnaval… (quase) ninguém leva a mal. (In)Félix Natal.
PS: Já agora, queria só lamentar que o senhor Primeiro-ministro demissionário tenha usado a sua mensagem de Natal para continuar a campanha de vitimização - qual "Calimero" - e deixar novas farpas ao Presidente da República.
É certo que temos a maior árvore de Natal da Europa no nosso país e até já houve troca de presentes e mensagens natalícias, mas a mim ninguém me tira da ideia de que estamos no Carnaval.
É que só no Carnaval é que se goza com as pessoas e fica tudo bem, porque, afinal, “é Carnaval ninguém leva a mal”.
Desta vez, o “desfile” ocorreu na quinta-feira.
O ministro das Finanças veio divulgar, à terceira tentativa, a solução para o défice 2004: vão ser transferidos do Fundo de Pensões da Caixa Geral de Depósitos mi milhões de euros para que Portugal possa, pelo terceiro ano consecutivo, ser “bom aluno” e cumprir o Pacto de Estabilidade e Crescimento e ter um défice abaixo dos 3%.
Ora, logo aqui, há duas questões a considerar: primeiro, o ministro Bagão Félix tinha referido que não gostaria de utilizar receitas extraordinárias para conseguir cumprir o défice (o estratagema da sua antecessora) e, segundo, tinha prometido à Caixa que não ia mexer no seu fundo de pensões.
É curioso (para não dizer outra coisa) como se muda de opinião em questões tão sérias com uma facilidade destas, ainda para mais quando o chamado “plano B” falhou – segundo o ministro – também por culpa da mesma CGD.
O que é mais grave é que este novo “passe de mágica” não resolve nada de fundamental e nós, daqui a um ano, cá estaremos a discutir o que vender para voltar a cumprir este pacto “estúpido” (Romano Prodi).
Depois, só no Carnaval é que era possível um ministro ter a lata de anunciar um aumento de salário mínimo de 2.49% (abaixo do intervalo mínimo admitido pelo próprio Executivo) e continuar tudo como se nada fosse.
É que, caso não tenham reparado, este “aumento” é o mais baixo de sempre e segue-se a dois anos de “aumento 0”. Para além disso, este “aumento” surge depois do Primeiro-ministro (agora demissionário) ter anunciado no mês passado aos portugueses “o fim da austeridade”.
Por acaso nota-se: são mais 30 cêntimos (60$) o que não dá nem para um café.
Poucas vozes se levantaram nesta quinta-feira louca porque estavam todos muito preocupados com a questão “fundamental” do défice… sim, porque o facto de haver portugueses a ganhar menos de 80 contos por mês não é nada importante.
É Carnaval… (quase) ninguém leva a mal. (In)Félix Natal.
PS: Já agora, queria só lamentar que o senhor Primeiro-ministro demissionário tenha usado a sua mensagem de Natal para continuar a campanha de vitimização - qual "Calimero" - e deixar novas farpas ao Presidente da República.
terça-feira, dezembro 07, 2004
É só isto… mais nada
Numa altura em que o Governo caiu e o país se prepara para eleições legislativas antecipadas apetece-me aproveitar um mail anónimo que recebi e transcrevê-lo na íntegra.
Agradeço desde já ao seu autor, seja lá quem for, porque resume bem aquilo que se espera do Estado que nos governa ou deve governar.
Sem mais palavras:
“Em cada 100 euros que o patrão paga pela minha força de trabalho, o Estado, e muito bem, tira-me 20 euros para o IRS e 11 euros para a Segurança Social.
O meu patrão, por cada 100 euros que paga pela minha força de trabalho, é obrigado a dar ao Estado, e muito bem, mais 23,75 euros para a Segurança Social.
E por cada 100 euros de riqueza que eu produzo, o Estado, e muito bem, retira ao meu patrão outros 33 euros.
Cada vez que eu, no supermercado, gasto os 100 euros que o meu Patrão pagou, o Estado, e muito bem, fica com 19 euros para si.
Em resumo:
- Quando ganho 100 euros, o Estado fica quase com 55.
- Quando gasto 100 euros, o Estado, no mínimo, cobra 19.
- Quando lucro 100 euros, o Estado enriquece 33.
- Quando compro um carro, uma casa, herdo um quadro, registo os meus negócios ou peço uma certidão, o Estado, e muito bem, fica com quase metade das verbas envolvidas no caso.
Eu pago e acho muito bem, portanto exijo: um sistema de ensino que garanta cultura, civismo e futuro, emprego para o meu filho. Serviços de saúde exemplares. Um hospital bem equipado a menos de 20 km da minha casa.
Estradas largas, sem buracos e bem sinalizadas em todo o País. Auto-estradas sem portagens.
Pontes que não caiam. Tribunais com capacidade para decidir processos em menos de um ano.
Uma máquina fiscal que cobre igualitariamente os impostos.
Eu pago, e por isso quero ter, quando lá chegar, a reforma garantida e jardins públicos e espaços verdes bem tratados e seguros. Polícia eficiente e equipada.
Os monumentos do meu País bem conservados e abertos ao público, uma orquestra sinfónica.
Filmes criados em Portugal. E, no mínimo, que não haja um único caso de fome e miséria nesta terra.
Na pior das hipóteses, cada 300 euros em circulação em Portugal garantem ao Estado 100 euros de receita. Portanto Sr. Primeiro-ministro, governe-se com o dinheirinho que lhe dou porque eu quero e tenho direito a tudo isto.
Um português contribuinte”
Agradeço desde já ao seu autor, seja lá quem for, porque resume bem aquilo que se espera do Estado que nos governa ou deve governar.
Sem mais palavras:
“Em cada 100 euros que o patrão paga pela minha força de trabalho, o Estado, e muito bem, tira-me 20 euros para o IRS e 11 euros para a Segurança Social.
O meu patrão, por cada 100 euros que paga pela minha força de trabalho, é obrigado a dar ao Estado, e muito bem, mais 23,75 euros para a Segurança Social.
E por cada 100 euros de riqueza que eu produzo, o Estado, e muito bem, retira ao meu patrão outros 33 euros.
Cada vez que eu, no supermercado, gasto os 100 euros que o meu Patrão pagou, o Estado, e muito bem, fica com 19 euros para si.
Em resumo:
- Quando ganho 100 euros, o Estado fica quase com 55.
- Quando gasto 100 euros, o Estado, no mínimo, cobra 19.
- Quando lucro 100 euros, o Estado enriquece 33.
- Quando compro um carro, uma casa, herdo um quadro, registo os meus negócios ou peço uma certidão, o Estado, e muito bem, fica com quase metade das verbas envolvidas no caso.
Eu pago e acho muito bem, portanto exijo: um sistema de ensino que garanta cultura, civismo e futuro, emprego para o meu filho. Serviços de saúde exemplares. Um hospital bem equipado a menos de 20 km da minha casa.
Estradas largas, sem buracos e bem sinalizadas em todo o País. Auto-estradas sem portagens.
Pontes que não caiam. Tribunais com capacidade para decidir processos em menos de um ano.
Uma máquina fiscal que cobre igualitariamente os impostos.
Eu pago, e por isso quero ter, quando lá chegar, a reforma garantida e jardins públicos e espaços verdes bem tratados e seguros. Polícia eficiente e equipada.
Os monumentos do meu País bem conservados e abertos ao público, uma orquestra sinfónica.
Filmes criados em Portugal. E, no mínimo, que não haja um único caso de fome e miséria nesta terra.
Na pior das hipóteses, cada 300 euros em circulação em Portugal garantem ao Estado 100 euros de receita. Portanto Sr. Primeiro-ministro, governe-se com o dinheirinho que lhe dou porque eu quero e tenho direito a tudo isto.
Um português contribuinte”
quarta-feira, dezembro 01, 2004
Branco mais branco não há
Aí está mais uma tentativa de branquear uma situação anormal: a TAP e a Agência Abreu decidiram acabar com a “Yes” e criar a “White”.
Depois de ter ficado mais conhecida pelas avarias, atrasos e complicações do que pela eficiência da sua acção, a “Yes” é agora, qual toque mágico, transformada em “White”.
Segundo a TAP esta nova companhia “charter” vai utilizar o mesmo tipo de avião que a “casa mãe” e pretende ter um serviço de qualidade internacional.
Vamos ver o que acontece no futuro…
Esperemos que, desta vez “Yes”, se faça um serviço “White” a bem dos clientes, da TAP e de Portugal.
Esperemos que, como em outras situações, não mudem só as moscas.
Depois de ter ficado mais conhecida pelas avarias, atrasos e complicações do que pela eficiência da sua acção, a “Yes” é agora, qual toque mágico, transformada em “White”.
Segundo a TAP esta nova companhia “charter” vai utilizar o mesmo tipo de avião que a “casa mãe” e pretende ter um serviço de qualidade internacional.
Vamos ver o que acontece no futuro…
Esperemos que, desta vez “Yes”, se faça um serviço “White” a bem dos clientes, da TAP e de Portugal.
Esperemos que, como em outras situações, não mudem só as moscas.
segunda-feira, novembro 29, 2004
Ministro pela janela fora*
Henrique Chaves demitiu-se do Governo 4 (quatro) dias depois de ter tomado posse numa nova pasta e com fortes críticas a Santana Lopes.
O ministro da Juventude e Desporto alegou, entre outras coisas, “falta de lealdade” do Primeiro-ministro.
Se a demissão é estranha – até porque Henrique Chaves parecia satisfeito com a remodelação e a nova pasta – a justificação para a mesma é, no mínimo, grave.
É que estamos a falar de um ministro que, por acaso, é (era) grande amigo e de longa data do Primeiro-ministro, estamos a falar de um ministro que deixa críticas sobre a anterior pasta – ministro-adjunto, alegando que não teve condições para exercer as suas funções devidamente - e não sobre a nova.
Ora, se Henrique Chaves acha que Santana não é leal por que razão esteve com ele no Governo?; se Henrique Chaves estava insatisfeito no Executivo por que razão tomou posse numa outra pasta há apenas quatro dias?
A questão que se coloca aqui é a seguinte: se o Primeiro-ministro trata assim um amigo (falta "de lealdade e de verdade"), então como é que vai tratar os restantes portugueses?
E o que pensam os outros ministros? O que será que pensa o outro amigo (o ministro Silva) “resguardado” da exposição pública por Santana Lopes? E, já agora, ainda mais importante, o que pensa o senhor Presidente da República disto tudo? Estará arrependido de ter viabilizado esta solução?
* afinal não foi o DVD do Benfica que foi pela janela fora… mas também, quem ameaça ter um comportamento destes, se calhar, não merece ser ministro.
O ministro da Juventude e Desporto alegou, entre outras coisas, “falta de lealdade” do Primeiro-ministro.
Se a demissão é estranha – até porque Henrique Chaves parecia satisfeito com a remodelação e a nova pasta – a justificação para a mesma é, no mínimo, grave.
É que estamos a falar de um ministro que, por acaso, é (era) grande amigo e de longa data do Primeiro-ministro, estamos a falar de um ministro que deixa críticas sobre a anterior pasta – ministro-adjunto, alegando que não teve condições para exercer as suas funções devidamente - e não sobre a nova.
Ora, se Henrique Chaves acha que Santana não é leal por que razão esteve com ele no Governo?; se Henrique Chaves estava insatisfeito no Executivo por que razão tomou posse numa outra pasta há apenas quatro dias?
A questão que se coloca aqui é a seguinte: se o Primeiro-ministro trata assim um amigo (falta "de lealdade e de verdade"), então como é que vai tratar os restantes portugueses?
E o que pensam os outros ministros? O que será que pensa o outro amigo (o ministro Silva) “resguardado” da exposição pública por Santana Lopes? E, já agora, ainda mais importante, o que pensa o senhor Presidente da República disto tudo? Estará arrependido de ter viabilizado esta solução?
* afinal não foi o DVD do Benfica que foi pela janela fora… mas também, quem ameaça ter um comportamento destes, se calhar, não merece ser ministro.
domingo, novembro 21, 2004
Silva e Silva, limitada…
…Ou a Alta Autoridade versus a Autoridade Alta: Se um Silva ainda nos dá vontade de rir, dois Silvas dá-nos vontade de chorar… e muito.
Já não nos bastava o ministro Silva, agora também temos um deputado Silva a dar o dito pelo não dito para sair em defesa do amigo social-democrata.
Ainda são resquícios do chamado “caso Marcelo”: saiu o relatório da alta Autoridade para a Comunicação Social que aponta três “culpados” neste processo: Paes do Amaral, patrão da TVI, o ministro Morais Sarmento e, obviamente, o ministro Silva.
Ora, depois de ter dito que o seu partido teria respeito pelas competências da Alta Autoridade para a Comunicação Social (AACS), Guilherme Silva veio, após as conclusões da mesma AACS, dizer que esta estava “descredibilizada” e, por isso, teria que ser alterada por uma outra entidade “independente e credível”.
A teoria é a seguinte: “Ou estás comigo ou estás contra mim”, “Ou fazes como nós queremos ou vais para o lixo”…
Cá para mim, isto é grave e é um caminho perigoso…
O objectivo parece ser o de arranjar uma série de “yes men”, ao melhor estilo do senhor Delgado. O Marcelo já foi, o Rodrigues dos Santos também e – vá lá – o Presidente da República atrasou-lhes a Central de Comunicação.
Onde será que isto vai parar?
Já não nos bastava o ministro Silva, agora também temos um deputado Silva a dar o dito pelo não dito para sair em defesa do amigo social-democrata.
Ainda são resquícios do chamado “caso Marcelo”: saiu o relatório da alta Autoridade para a Comunicação Social que aponta três “culpados” neste processo: Paes do Amaral, patrão da TVI, o ministro Morais Sarmento e, obviamente, o ministro Silva.
Ora, depois de ter dito que o seu partido teria respeito pelas competências da Alta Autoridade para a Comunicação Social (AACS), Guilherme Silva veio, após as conclusões da mesma AACS, dizer que esta estava “descredibilizada” e, por isso, teria que ser alterada por uma outra entidade “independente e credível”.
A teoria é a seguinte: “Ou estás comigo ou estás contra mim”, “Ou fazes como nós queremos ou vais para o lixo”…
Cá para mim, isto é grave e é um caminho perigoso…
O objectivo parece ser o de arranjar uma série de “yes men”, ao melhor estilo do senhor Delgado. O Marcelo já foi, o Rodrigues dos Santos também e – vá lá – o Presidente da República atrasou-lhes a Central de Comunicação.
Onde será que isto vai parar?
sexta-feira, novembro 05, 2004
O perfeito anormal
Os Estados Unidos foram a votos e aconteceu o que se esperava: George W. Bush “renovou” o mandato na Casa Branca. Não se esperava era que a vitória fosse tão retumbante.
O resto do mundo está ainda em “estado de choque”.
Se a Europa tivesse votado, John Kerry ganharia por 80-20. O certo é que, quando faltam contar todos os votos nos estados de Iowa e New Mexico, Bush conseguiu mais 3.6 milhões de votos que o candidato democrata.
Ora esta vitória “sem espinhas” deixou-me, literalmente, de boca aberta.
Apetece-me perguntar: como é que um mentiroso, mafioso e bronco como o Bush consegue quase 60 milhões de votos?
O homem não tem uma ideia, uma política, um rasgo positivo. O homem enganou tudo e todos quanto ao Iraque, quase destruiu a economia norte-americana deixada por Clinton, vive de esquemas juntamente com os amigos da Administração, é um fanático religioso com ideias catastrofistas e, mesmo assim, volta a ganhar umas eleições democráticas.
É que à primeira caem todos, à segunda só cai quem quer… e os americanos quiseram.
Os estrategas da campanha republicana estão de parabéns, a política do terror (o terrorismo, o bin Laden) e o bota-abaixo do adversário (herói de guerra noVietname) foram suficientes para derrotar John Kerry.
Agora, só nos resta esperar que ainda haja Mundo dentro de quatro anos quando Bush sair da Casa Branca.
O resto do mundo está ainda em “estado de choque”.
Se a Europa tivesse votado, John Kerry ganharia por 80-20. O certo é que, quando faltam contar todos os votos nos estados de Iowa e New Mexico, Bush conseguiu mais 3.6 milhões de votos que o candidato democrata.
Ora esta vitória “sem espinhas” deixou-me, literalmente, de boca aberta.
Apetece-me perguntar: como é que um mentiroso, mafioso e bronco como o Bush consegue quase 60 milhões de votos?
O homem não tem uma ideia, uma política, um rasgo positivo. O homem enganou tudo e todos quanto ao Iraque, quase destruiu a economia norte-americana deixada por Clinton, vive de esquemas juntamente com os amigos da Administração, é um fanático religioso com ideias catastrofistas e, mesmo assim, volta a ganhar umas eleições democráticas.
É que à primeira caem todos, à segunda só cai quem quer… e os americanos quiseram.
Os estrategas da campanha republicana estão de parabéns, a política do terror (o terrorismo, o bin Laden) e o bota-abaixo do adversário (herói de guerra noVietname) foram suficientes para derrotar John Kerry.
Agora, só nos resta esperar que ainda haja Mundo dentro de quatro anos quando Bush sair da Casa Branca.
sábado, outubro 30, 2004
Onde está…o Pinóquio?
É numa altura como esta que tenho pena de não poder reinventar a “estória” do Pinóquio e do Wally.
Depois de ouvir o senhor Paes do Amaral e o professor Marcelo na Alta Autoridade para a Comunicação Social apeteceu-me sair em busca de Gepeto.
Que bom que seria se o velho carpinteiro conseguisse transformar estes dois homens em “bonecos de madeira”.
É que, como já se percebeu, um dos dois está a mentir… e que fácil seria para todos nós, que tentamos deslindar este “mistério”, aproveitar a particularidade do “menino de madeira” para perceber qual dos personagens está a mentir (mais).
O Wally é o ministro Silva que está tão escondido e nervoso que já nem consegue abrir uma simples porta depois de fugir às perguntas desses chatos e incómodos jornalistas.
Depois de ouvir o senhor Paes do Amaral e o professor Marcelo na Alta Autoridade para a Comunicação Social apeteceu-me sair em busca de Gepeto.
Que bom que seria se o velho carpinteiro conseguisse transformar estes dois homens em “bonecos de madeira”.
É que, como já se percebeu, um dos dois está a mentir… e que fácil seria para todos nós, que tentamos deslindar este “mistério”, aproveitar a particularidade do “menino de madeira” para perceber qual dos personagens está a mentir (mais).
O Wally é o ministro Silva que está tão escondido e nervoso que já nem consegue abrir uma simples porta depois de fugir às perguntas desses chatos e incómodos jornalistas.
sexta-feira, outubro 15, 2004
Extra-ordinário
Luiz Felipe Scolari é um extraordinário treinador com um grande currículo e vitórias por quase todos os clubes e selecções por onde passou.
Em Portugal, apesar de ter entrado mal – a selecção não mostrava futebol nem resultados – Scolari conseguiu no momento da verdade motivar o país e a equipa e levou Portugal, apesar do sentimento de oportunidade perdida, a um resultado histórico.
Bom, passando à frente…
Repetimos, o homem é um extraordinário técnico de futebol, agora não pode, em circunstância nenhuma, ter atitudes como as que teve após o Portugal – Rússia.
Vejam lá se já viram algo parecido com isto: “Não gosto do que aquela senhora escreveu, vou ofendê-la”.
Não vamos repetir o que foi dito mas, Scolari nunca poderia ter dito o que disse à jornalista do “Record”. Se tinha alguma razão, o técnico brasileiro perdeu-a a partir do momento em que partiu para a ofensa.
Um dos princípios básicos do desporto e da vida é que é necessário “saber ganhar e saber perder”.Empatar com o Liechtenstein é humilhante e isso tem que ser dito, fazer considerações sobre os capitães de equipa é legítimo.
O senhor Scolari tem que saber ouvir as críticas e respeitar as opiniões dos outros. Quando não concordar exige o direito de resposta e reage com civilidade.
É que se assim não for, pode correr-se o risco de se transformar um treinador extraordinário num homem “extra-ordinário”.
Em Portugal, apesar de ter entrado mal – a selecção não mostrava futebol nem resultados – Scolari conseguiu no momento da verdade motivar o país e a equipa e levou Portugal, apesar do sentimento de oportunidade perdida, a um resultado histórico.
Bom, passando à frente…
Repetimos, o homem é um extraordinário técnico de futebol, agora não pode, em circunstância nenhuma, ter atitudes como as que teve após o Portugal – Rússia.
Vejam lá se já viram algo parecido com isto: “Não gosto do que aquela senhora escreveu, vou ofendê-la”.
Não vamos repetir o que foi dito mas, Scolari nunca poderia ter dito o que disse à jornalista do “Record”. Se tinha alguma razão, o técnico brasileiro perdeu-a a partir do momento em que partiu para a ofensa.
Um dos princípios básicos do desporto e da vida é que é necessário “saber ganhar e saber perder”.Empatar com o Liechtenstein é humilhante e isso tem que ser dito, fazer considerações sobre os capitães de equipa é legítimo.
O senhor Scolari tem que saber ouvir as críticas e respeitar as opiniões dos outros. Quando não concordar exige o direito de resposta e reage com civilidade.
É que se assim não for, pode correr-se o risco de se transformar um treinador extraordinário num homem “extra-ordinário”.
segunda-feira, outubro 11, 2004
O Milagre...
Os ministros estão no Executivo para ajudar todos os portugueses. E quando tomam boas medidas devem ser acarinhados e defendidos.
Acreditamos nisso e, por isso, estamos aqui para agradecer a um ministro que tem sido muito injustiçado nos últimos dias.
Rui Gomes da Silva, o ministro dos Assuntos Parlamentarees, que a maioria dos portugueses só conhecia por ser amigo de Santana Lopes e de ser adepto do Benfica, conseguiu algo que parecia impossível.
Graças a ele, o Governo mudou de opinião... Ok, isso não é novidade, mas atenção, desta vez, foi em nosso benefício.
Após a confusão e polémica do "caso Marcelo" (para não lhe chamar outra coisa), iniciado pelo senhor ministro (e que ainda parece não ter terminado), o Primeiro-ministro veio desdizer-se - a si e ao seu ministro das Finanças - e prometeu aumentos acima da inflação para os funcionários públicos. Não satisfeito, prometeu ainda aumentos nas pensões, baixar o IRS e manter o défice abaixo dos 3%
Ora, por este milagre da noite para o dia - talvez sejam os ares dos Açores - o senhor Silva merece ser condecorado por bons serviços prestados à Nação.
Finalmente boas notícias. Vamos lá ver se são para cumprir... ou se, afinal, não era bem isso que Santana queria dizer. E atenção, o Bagão Félix ainda nada disse.
PS: Bom, como dissemos bem do senhor ministro neste texto, ficamos agora à espera que alguém venha dizer mal para que haja o famigerado "contraditório".
Acreditamos nisso e, por isso, estamos aqui para agradecer a um ministro que tem sido muito injustiçado nos últimos dias.
Rui Gomes da Silva, o ministro dos Assuntos Parlamentarees, que a maioria dos portugueses só conhecia por ser amigo de Santana Lopes e de ser adepto do Benfica, conseguiu algo que parecia impossível.
Graças a ele, o Governo mudou de opinião... Ok, isso não é novidade, mas atenção, desta vez, foi em nosso benefício.
Após a confusão e polémica do "caso Marcelo" (para não lhe chamar outra coisa), iniciado pelo senhor ministro (e que ainda parece não ter terminado), o Primeiro-ministro veio desdizer-se - a si e ao seu ministro das Finanças - e prometeu aumentos acima da inflação para os funcionários públicos. Não satisfeito, prometeu ainda aumentos nas pensões, baixar o IRS e manter o défice abaixo dos 3%
Ora, por este milagre da noite para o dia - talvez sejam os ares dos Açores - o senhor Silva merece ser condecorado por bons serviços prestados à Nação.
Finalmente boas notícias. Vamos lá ver se são para cumprir... ou se, afinal, não era bem isso que Santana queria dizer. E atenção, o Bagão Félix ainda nada disse.
PS: Bom, como dissemos bem do senhor ministro neste texto, ficamos agora à espera que alguém venha dizer mal para que haja o famigerado "contraditório".
terça-feira, outubro 05, 2004
A ponte é uma passagem…
O país tem que apertar o cinto, a retoma vem aí, é preciso continuar a fazer sacrifícios - diz o Governo. Ora, como isto está mau, dá-se um "rebuçado" aos funcionários públicos.
Nós por cá todos bem, nada contra as "pontes" e os feriados, mas depois não nos venham é chatear com a porcaria do défice e dos aumentos abaixo da inflação.
O exemplo tem que vir de cima: o Santana quer que os portugueses melhorem a produtividade ou não? O Bagão quer que o povo trabalhe ou prefere colocar as amigas na Caixa?
Por favor, decidam-se!
Já dizia o Salgueiro Maia: “Há os estados socialistas, os estados corporativos e o estado a que isto chegou”.
É que este é o mesmo Governo que disse que ia ter ministros de fora de Lisboa e do Porto e não tem, este é o Governo que disse que ia colocar Ministérios fora de Lisboa e não o fez, este é o Governo que já disse que ia mexer nas taxas moderadoras da saúde e depois, afinal, já não era bem assim, este é o Governo que admitiu fechar a refinaria da GALP em Matosinhos e agora diz que essa é só uma possibilidade em estudo.
Mas também o que é que se pode esperar de um Executivo que nem consegue organizar uma lista de professores? Se calhar, deviam voltar todos para a escola.
Enquanto “isto” vai assim, Portugal tem quase meio milhão de desempregados.
A retoma deve estar do lado de lá da ponte… bolas que é comprida.
Nós por cá todos bem, nada contra as "pontes" e os feriados, mas depois não nos venham é chatear com a porcaria do défice e dos aumentos abaixo da inflação.
O exemplo tem que vir de cima: o Santana quer que os portugueses melhorem a produtividade ou não? O Bagão quer que o povo trabalhe ou prefere colocar as amigas na Caixa?
Por favor, decidam-se!
Já dizia o Salgueiro Maia: “Há os estados socialistas, os estados corporativos e o estado a que isto chegou”.
É que este é o mesmo Governo que disse que ia ter ministros de fora de Lisboa e do Porto e não tem, este é o Governo que disse que ia colocar Ministérios fora de Lisboa e não o fez, este é o Governo que já disse que ia mexer nas taxas moderadoras da saúde e depois, afinal, já não era bem assim, este é o Governo que admitiu fechar a refinaria da GALP em Matosinhos e agora diz que essa é só uma possibilidade em estudo.
Mas também o que é que se pode esperar de um Executivo que nem consegue organizar uma lista de professores? Se calhar, deviam voltar todos para a escola.
Enquanto “isto” vai assim, Portugal tem quase meio milhão de desempregados.
A retoma deve estar do lado de lá da ponte… bolas que é comprida.
terça-feira, setembro 14, 2004
“Quer passar férias no aeroporto?... Yes”
Podia ser este o título da nova campanha publicitária dessa companhia charter portuguesa chamada “Yes”.
Parece que foi “inversamente premonitória” a escolha do nome desta linha aérea lusa, propriedade da TAP. É que, a bem dizer, a “Yes” devia era chamar-se “No” tantos são os voos adiados e atrasados.
Agora, em apenas 24 horas, quase 500 passageiros ficaram em terra graças às avarias no avião da “Yes” (mais de 230 passageiros queriam iniciar as merecidas férias em Cancun, outros 260 precisam regressar à vida real).
Afinal, “No”…
Os senhores da “Yes” continuam a dizer que “não há explicações para tanta falha” e que, nesta altura do ano, “é difícil encontrar um avião no mercado”, mas, no fim das contas, quem se lixa…
E a TAP. O que é que diz a nossa companhia de bandeira, sócia maioritária da “Yes”? Nada… “nocoments”.
Que os “deuses da aviação” nos livrem de algum dia acontecer algum problema sério com um destes aviões “de fim de estação”.
Parece que foi “inversamente premonitória” a escolha do nome desta linha aérea lusa, propriedade da TAP. É que, a bem dizer, a “Yes” devia era chamar-se “No” tantos são os voos adiados e atrasados.
Agora, em apenas 24 horas, quase 500 passageiros ficaram em terra graças às avarias no avião da “Yes” (mais de 230 passageiros queriam iniciar as merecidas férias em Cancun, outros 260 precisam regressar à vida real).
Afinal, “No”…
Os senhores da “Yes” continuam a dizer que “não há explicações para tanta falha” e que, nesta altura do ano, “é difícil encontrar um avião no mercado”, mas, no fim das contas, quem se lixa…
E a TAP. O que é que diz a nossa companhia de bandeira, sócia maioritária da “Yes”? Nada… “nocoments”.
Que os “deuses da aviação” nos livrem de algum dia acontecer algum problema sério com um destes aviões “de fim de estação”.
sábado, março 20, 2004
À lei da bomba...
Tudo parece indicar que foi mesmo a Al-Qaeda que levou a cabo os atentados de Madrid.
Ora, a confirmar-se, isto acrescenta um novo dado à barbárie que foi o ataque de 11 de Março em Espanha.
Os terroristas, para além da “vitória mediática” e do (sério) aviso que um atentado como este representa para toda o mundo, ficaram também a saber que conseguem alterar o rumo de actos eleitorais.
Foi assim afastado do poder um dos “inimigos” da rede terrorista.
Este “pormaior” vem aumentar ainda mais – se é possível – o sentimento de insegurança de todos.
É que este precedente é muito perigoso e até pode estender-se a outras redes que não a Al-Qaeda de bin Laden: “não gosto destes gajos, vamos fazer rebentar isto na véspera das eleições e pronto”.
Pensem nisto...
Como já disse atrás, não sei como é que isto se combate, agora lá que a perspectiva não é nada animadora, lá isso não é.
Ora, a confirmar-se, isto acrescenta um novo dado à barbárie que foi o ataque de 11 de Março em Espanha.
Os terroristas, para além da “vitória mediática” e do (sério) aviso que um atentado como este representa para toda o mundo, ficaram também a saber que conseguem alterar o rumo de actos eleitorais.
Foi assim afastado do poder um dos “inimigos” da rede terrorista.
Este “pormaior” vem aumentar ainda mais – se é possível – o sentimento de insegurança de todos.
É que este precedente é muito perigoso e até pode estender-se a outras redes que não a Al-Qaeda de bin Laden: “não gosto destes gajos, vamos fazer rebentar isto na véspera das eleições e pronto”.
Pensem nisto...
Como já disse atrás, não sei como é que isto se combate, agora lá que a perspectiva não é nada animadora, lá isso não é.
quinta-feira, março 18, 2004
Mosca tsé tsé
Se anda em transportes públicos, cuidado! Depois do alerta contra assaltos, deixo aqui a chamada de atenção para uma epidemia que está a alastrar: a picada da mosca tse-tse.
Começo, sinceramente, a ficar preocupado porque a doença está a avançar e não vejo o Governo tomar medidas para a combater.
Eu costumo utilizar a linha de Sintra e é matemático: entro no comboio e, seja a que horas for, se a carruagem for cheia, os primeiros sinais da doença manifestam-se quase automaticamente.
Ele é ver algumas das pessoas que estão viradas para mim a terem um repentino ataque de sono. O “ataque” parece profundo, mas curiosamente, nunca vi nenhuma dessas pessoas falharem a estação de saída. É muito “treino”...
Agora a sério, se ainda não percebeu deixe-me explicar-lhe: as pessoas estão a caminho do trabalho ou de regresso a casa, estão chateadas com a vida, fartas do emprego e quando dão de caras com um deficiente devem pensar: “porra, lá vem este... eu sei que estou aqui no lugar reservado, mas porque é que sou eu que tenho que me levantar? Pode ser que este senhor aqui ao lado não se importe...”.
E é assim que (de vez em quando) os 28 minutos da viagem são feitos em pé...
Confesso que já estou habituado e até nem me custa muito fazer o caminho de pé se conseguir encontrar um canto em que vá bem agarrado...Só estou mesmo a falar nisto porque a situação se repete (muitas vezes) com velhotes e senhoras grávidas e aí – confesso – “salta-me a tampa”.
Haja respeito... haja civismo... Não me façam sentir vergonha do meu país.
Começo, sinceramente, a ficar preocupado porque a doença está a avançar e não vejo o Governo tomar medidas para a combater.
Eu costumo utilizar a linha de Sintra e é matemático: entro no comboio e, seja a que horas for, se a carruagem for cheia, os primeiros sinais da doença manifestam-se quase automaticamente.
Ele é ver algumas das pessoas que estão viradas para mim a terem um repentino ataque de sono. O “ataque” parece profundo, mas curiosamente, nunca vi nenhuma dessas pessoas falharem a estação de saída. É muito “treino”...
Agora a sério, se ainda não percebeu deixe-me explicar-lhe: as pessoas estão a caminho do trabalho ou de regresso a casa, estão chateadas com a vida, fartas do emprego e quando dão de caras com um deficiente devem pensar: “porra, lá vem este... eu sei que estou aqui no lugar reservado, mas porque é que sou eu que tenho que me levantar? Pode ser que este senhor aqui ao lado não se importe...”.
E é assim que (de vez em quando) os 28 minutos da viagem são feitos em pé...
Confesso que já estou habituado e até nem me custa muito fazer o caminho de pé se conseguir encontrar um canto em que vá bem agarrado...Só estou mesmo a falar nisto porque a situação se repete (muitas vezes) com velhotes e senhoras grávidas e aí – confesso – “salta-me a tampa”.
Haja respeito... haja civismo... Não me façam sentir vergonha do meu país.
domingo, março 14, 2004
Basta Ya...
Mais de 11 milhões de pessoas saíram à rua por toda a Espanha, numa impressionante manifestação de unidade, contra os terríveis atentados de Madrid.
Não há causa (ideológica, religiosa ou outra) que justifique a barbárie a que assistimos na manhã de 11 de Março. Morreram, pelo menos, 200 inocentes e mais de 1400 estão ainda internados. Ninguém pode defender tal acto.
É incrível o que aconteceu e, ao saber que mais 10 bombas podiam ter explodido, deixa de ser mensurável o sentimento de insegurança, já mesmo à nossa porta.
A impotência perante uma cobardia como esta é total e só nos resta esperar que os terroristas da Al-Qaeda não cumpram as ameaças de novos ataques, sejam eles nos Estados Unidos e Itália (como já está “prometido”) ou até, quem sabe, em Portugal.
Tem-nos sido prometido por Bush e seus aliados que a chamada “luta contra o terrorismo” está a tornar o mundo mais seguro.
Dois anos e meio depois dos atentados às Torres Gémeas e ao Pentágono e após duas guerras já “ganhas”, salvo melhor opinião, não acho nada que a situação esteja melhor.
Não sei como é que “isto” se resolve, mas duvido que novas guerras contra os países do “Eixo do Mal” - ou outros - sejam a solução. Os senhores do poder talvez devessem começar por investir, a sério, na questão da Palestina e deixar de pensar só nos cifrões do petróleo.
Agora, a Espanha tenta reagir e, na véspera das eleições legislativas, voltou a sair à rua para exigir que o Governo de Aznar mostre tudo o que sabe e não esconda nenhuma informação sobre os atentados.
“Antes do voto, queremos a verdade” – gritou-se hoje em várias localidades à medida que se foi tornando claro que, afinal, tinha sido a Al-Qaeda a autora dos atentados.
O Governo está desde quinta-feira a culpar a ETA e, agora, todos querem saber se o Executivo escondeu informações, com medo de perder as eleições.
Depois da barbárie dos atentados, seria grave que um qualquer Governo se aproveitasse dos mesmos só para se manter na “cadeira do poder”.
Esperemos que toda a verdade venha ao de cima e que se saiba tudo o que realmente se passou.Esperemos que não nos andem a enganar a todos...
A confirmar-se que foi a Al-Qaeda, a questão deixa de ser local, passa a ser mundial e todos, mesmo todos, passam a estar em risco.
Esperemos que os piores cenários não se concretizem para que, o mais rapidamente possível, a tranquilidade volte e possamos viver em PAZ.
Não há causa (ideológica, religiosa ou outra) que justifique a barbárie a que assistimos na manhã de 11 de Março. Morreram, pelo menos, 200 inocentes e mais de 1400 estão ainda internados. Ninguém pode defender tal acto.
É incrível o que aconteceu e, ao saber que mais 10 bombas podiam ter explodido, deixa de ser mensurável o sentimento de insegurança, já mesmo à nossa porta.
A impotência perante uma cobardia como esta é total e só nos resta esperar que os terroristas da Al-Qaeda não cumpram as ameaças de novos ataques, sejam eles nos Estados Unidos e Itália (como já está “prometido”) ou até, quem sabe, em Portugal.
Tem-nos sido prometido por Bush e seus aliados que a chamada “luta contra o terrorismo” está a tornar o mundo mais seguro.
Dois anos e meio depois dos atentados às Torres Gémeas e ao Pentágono e após duas guerras já “ganhas”, salvo melhor opinião, não acho nada que a situação esteja melhor.
Não sei como é que “isto” se resolve, mas duvido que novas guerras contra os países do “Eixo do Mal” - ou outros - sejam a solução. Os senhores do poder talvez devessem começar por investir, a sério, na questão da Palestina e deixar de pensar só nos cifrões do petróleo.
Agora, a Espanha tenta reagir e, na véspera das eleições legislativas, voltou a sair à rua para exigir que o Governo de Aznar mostre tudo o que sabe e não esconda nenhuma informação sobre os atentados.
“Antes do voto, queremos a verdade” – gritou-se hoje em várias localidades à medida que se foi tornando claro que, afinal, tinha sido a Al-Qaeda a autora dos atentados.
O Governo está desde quinta-feira a culpar a ETA e, agora, todos querem saber se o Executivo escondeu informações, com medo de perder as eleições.
Depois da barbárie dos atentados, seria grave que um qualquer Governo se aproveitasse dos mesmos só para se manter na “cadeira do poder”.
Esperemos que toda a verdade venha ao de cima e que se saiba tudo o que realmente se passou.Esperemos que não nos andem a enganar a todos...
A confirmar-se que foi a Al-Qaeda, a questão deixa de ser local, passa a ser mundial e todos, mesmo todos, passam a estar em risco.
Esperemos que os piores cenários não se concretizem para que, o mais rapidamente possível, a tranquilidade volte e possamos viver em PAZ.
domingo, março 07, 2004
McDonald’s: Como se perde um cliente...
Durante os últimos anos esta multinacional norte-americana foi uma das minhas opções mais utilizadas para satisfazer essa necessidade básica que é o jantar. Agora deixou de ser.
Obviamente que a McDonald’s, espalhada por dezenas de países pelo mundo com tanto sucesso, pouco se importa com isso e, claro, nem vai reparar.Afinal, é só um “clientezito” da McDonald’s da Baixa... nada de grave.
Estou consciente disso, mas esta é apenas a minha forma, modesta mas sentida, de mostrar o meu profundo desagrado por uma atitude que eu considero simplesmente vergonhosa.
Caso não se lembre de nenhuma atitude que se adeque a esta qualificação vou refrescar-lhe a memória: a McDonald’s é um dos patrocinadores do Euro 2004 e, nessa qualidade, enviou cartas a algumas autarquias (pelo menos Lisboa e Porto) para, através das escolas da zona, encontrar crianças que quisessem participar no evento.
Até aqui tudo bem, no entanto, uma das alíneas obrigava a que as crianças não tivessem problemas físicos nem mentais!!!!!
A língua portuguesa é rica, mas não há adjectivos suficientes para qualificar esta atitude. Fora todas as importantíssimas questões éticas e morais, há uma razão que os norte-americanos (base da Mc Donald’s) costumam entender e preservar: esta discriminação inaceitável é Inconstitucional.
Todos os cidadãos portugueses são iguais perante a lei e têm os mesmos direitos e deveres.
Posto isto e demais actos, só gostaria de pedir à senhora vereadora da Câmara de Lisboa, Helena Lopes da Costa, que, apesar dos seus “imensos afazeres” na autarquia e as “centenas de papéis” que tem para assinar, tome atenção àquilo que está a fazer e respeite os seus munícipes... deficientes ou não.
É que, se a moda pega, um destes dias ainda vamos ter uma empresa que não quer negros ou louros, meninos de olhos azuis ou vesgos, homossexuais ou heterossexuais, altos ou baixos, magros ou gordos, canhotos ou destros.
Se a moda pega, estamos a criar só bebés com a característica “x”, “y” ou “z”... o pior será quando a “moda” passar.
Obviamente, não espero que boicotem a McDonald’s só porque lhes peço mas, pelo menos, pensem nisto e reflictam sobre o perigo que seria abrir um precedente destes.
PS: Podem, por exemplo, ler o “Admirável Mundo Novo” do Aldous Huxley.
Obviamente que a McDonald’s, espalhada por dezenas de países pelo mundo com tanto sucesso, pouco se importa com isso e, claro, nem vai reparar.Afinal, é só um “clientezito” da McDonald’s da Baixa... nada de grave.
Estou consciente disso, mas esta é apenas a minha forma, modesta mas sentida, de mostrar o meu profundo desagrado por uma atitude que eu considero simplesmente vergonhosa.
Caso não se lembre de nenhuma atitude que se adeque a esta qualificação vou refrescar-lhe a memória: a McDonald’s é um dos patrocinadores do Euro 2004 e, nessa qualidade, enviou cartas a algumas autarquias (pelo menos Lisboa e Porto) para, através das escolas da zona, encontrar crianças que quisessem participar no evento.
Até aqui tudo bem, no entanto, uma das alíneas obrigava a que as crianças não tivessem problemas físicos nem mentais!!!!!
A língua portuguesa é rica, mas não há adjectivos suficientes para qualificar esta atitude. Fora todas as importantíssimas questões éticas e morais, há uma razão que os norte-americanos (base da Mc Donald’s) costumam entender e preservar: esta discriminação inaceitável é Inconstitucional.
Todos os cidadãos portugueses são iguais perante a lei e têm os mesmos direitos e deveres.
Posto isto e demais actos, só gostaria de pedir à senhora vereadora da Câmara de Lisboa, Helena Lopes da Costa, que, apesar dos seus “imensos afazeres” na autarquia e as “centenas de papéis” que tem para assinar, tome atenção àquilo que está a fazer e respeite os seus munícipes... deficientes ou não.
É que, se a moda pega, um destes dias ainda vamos ter uma empresa que não quer negros ou louros, meninos de olhos azuis ou vesgos, homossexuais ou heterossexuais, altos ou baixos, magros ou gordos, canhotos ou destros.
Se a moda pega, estamos a criar só bebés com a característica “x”, “y” ou “z”... o pior será quando a “moda” passar.
Obviamente, não espero que boicotem a McDonald’s só porque lhes peço mas, pelo menos, pensem nisto e reflictam sobre o perigo que seria abrir um precedente destes.
PS: Podem, por exemplo, ler o “Admirável Mundo Novo” do Aldous Huxley.
sábado, março 06, 2004
“Maldita televisão”
Adaptando a frase que um amigo meu costuma usar, apetece dizer que “a televisão só tem culpa por duas coisas: por tudo e por nada”.
Ora, serve esta frase para concordar com o major Valentim Loureiro que, comentando a “palhaçada” de Ferreira Torres no Marco de Canavezes – Santa Clara, disse que se a RTP não tivesse filmado o jogo e as ocorrências seguintes, o “caso” não teria assumido as proporções que atingiu.
“Está tudo normal, não se faça disto um bicho de sete cabeças”, disse o senhor presidente da Liga.
Eu, cá por mim, estou 100% de acordo com ele.Que bom que seria se a nossa televisão fosse controlada pelos meus amigos e só transmitisse programas “sérios e educativos”, do meu agrado, e não se deixasse influenciar por “essas coisas” da democracia, da isenção e da pluralidade.
Aliás, se fosse eu que mandasse, aqueles profissionais da RTP que tiveram a “lata” de transmitir o incidente com o sr. presidente da Câmara do Marco teriam que ser castigados porque não me perguntaram se podiam passar as imagens.(...)
Agora a sério...
Sinceramente, ainda mais grave do que a “palhaçada” do autarca num estádio, com o seu nome, foram as reacções: dele próprio, que assumiu, no dia seguinte, que voltaria a fazer tudo outra vez; do presidente da Liga que culpou a “maldita televisão” e desvalorizou o caso; do Primeiro-ministro que “não viu” as imagens e do líder do PP, partido no qual Avelino Ferreira Torres é dirigente, que não abriu a boca.
A questão que se coloca é a seguinte: se alguém – como já me “sopraram” - não gostar da actuação da equipa de arbitragem e quiser invadir o estádio vai contar com uma GNR tão “amiga”?, vai poder continuar a ir “à bola” sem que nada lhe aconteça? Esta “boa vontade” vai aplicar-se também ao Euro 2004?
Ou será que esta “benesse” só se aplica a autarcas, com estádios com o seu nome, ex-dirigentes (!?) da equipa da casa?Será que continuamos a viver num país em que há filhos e enteados? Portugueses de primeira e portugueses de segunda?
Ora, serve esta frase para concordar com o major Valentim Loureiro que, comentando a “palhaçada” de Ferreira Torres no Marco de Canavezes – Santa Clara, disse que se a RTP não tivesse filmado o jogo e as ocorrências seguintes, o “caso” não teria assumido as proporções que atingiu.
“Está tudo normal, não se faça disto um bicho de sete cabeças”, disse o senhor presidente da Liga.
Eu, cá por mim, estou 100% de acordo com ele.Que bom que seria se a nossa televisão fosse controlada pelos meus amigos e só transmitisse programas “sérios e educativos”, do meu agrado, e não se deixasse influenciar por “essas coisas” da democracia, da isenção e da pluralidade.
Aliás, se fosse eu que mandasse, aqueles profissionais da RTP que tiveram a “lata” de transmitir o incidente com o sr. presidente da Câmara do Marco teriam que ser castigados porque não me perguntaram se podiam passar as imagens.(...)
Agora a sério...
Sinceramente, ainda mais grave do que a “palhaçada” do autarca num estádio, com o seu nome, foram as reacções: dele próprio, que assumiu, no dia seguinte, que voltaria a fazer tudo outra vez; do presidente da Liga que culpou a “maldita televisão” e desvalorizou o caso; do Primeiro-ministro que “não viu” as imagens e do líder do PP, partido no qual Avelino Ferreira Torres é dirigente, que não abriu a boca.
A questão que se coloca é a seguinte: se alguém – como já me “sopraram” - não gostar da actuação da equipa de arbitragem e quiser invadir o estádio vai contar com uma GNR tão “amiga”?, vai poder continuar a ir “à bola” sem que nada lhe aconteça? Esta “boa vontade” vai aplicar-se também ao Euro 2004?
Ou será que esta “benesse” só se aplica a autarcas, com estádios com o seu nome, ex-dirigentes (!?) da equipa da casa?Será que continuamos a viver num país em que há filhos e enteados? Portugueses de primeira e portugueses de segunda?
sábado, fevereiro 28, 2004
“Ser benfiquista...”
“...É ter na alma a chama imensa”...
Sinceramente, eu não sei porque sou do Benfica... juro que não sei (o meu pai – ninguém é perfeito - até simpatiza com o Sporting !), mas o certo é que sou “lampião” e tenho orgulho nisso.
Cresci e habituei-me às vitórias do Benfica, não só no futebol (por mais anos que viva nunca me esquecerei da fenomenal equipa de basquetebol liderada por Carlos Lisboa), mas isso não pode explicar tudo...
Repare:
Ser benfiquista é vibrar com as vitórias, ser benfiquista é fazer 1500 quilómetros para ver um jogo, ser benfiquista é esperar pela equipa de madrugada, ser benfiquista é respeitar os adversários, ser benfiquista é ter mística, ser benfiquista é não desistir, ser benfiquista é ver o céu, ser benfiquista é “80”, ser benfiquista é ganhar... Ganhar.
Ser benfiquista é uma religião que não tem explicação...
Ser benfiquista é adoecer com as derrotas, ser benfiquista é discutir, ser benfiquista é dizer mal dos jogadores, ser benfiquista é criticar o treinador e insultar o presidente, ser benfiquista é rasgar o cartão de sócio, ser benfiquista é ter depressões, ser benfiquista é “8”, ser benfiquista é cair no inferno, ser benfiquista é sonhar... Sonhar.
Ser benfiquista é um estado de alma que se sente...
Ser benfiquista é continuar, após 10 anos de jejum, à procura do oásis dos títulos, na certeza de que lá chegaremos, mais tarde ou mais cedo.
Ser do Benfica é ser grande, mesmo quando nada se tem, ser do Benfica é ser povo e nobreza, ser do Benfica é ser diferente entre iguais, ser do Benfica é ser invejado, ser do Benfica é ser “todos por Um”...
O Benfica é sangue no coração, o Benfica é oxigénio nos pulmões... o Benfica é tudo e nada...
PS: Não sei se ficou a perceber melhor o que sinto... se calhar não. O mais certo é pensar que sou completamente louco... pois, se calhar sou.
Sinceramente, eu não sei porque sou do Benfica... juro que não sei (o meu pai – ninguém é perfeito - até simpatiza com o Sporting !), mas o certo é que sou “lampião” e tenho orgulho nisso.
Cresci e habituei-me às vitórias do Benfica, não só no futebol (por mais anos que viva nunca me esquecerei da fenomenal equipa de basquetebol liderada por Carlos Lisboa), mas isso não pode explicar tudo...
Repare:
Ser benfiquista é vibrar com as vitórias, ser benfiquista é fazer 1500 quilómetros para ver um jogo, ser benfiquista é esperar pela equipa de madrugada, ser benfiquista é respeitar os adversários, ser benfiquista é ter mística, ser benfiquista é não desistir, ser benfiquista é ver o céu, ser benfiquista é “80”, ser benfiquista é ganhar... Ganhar.
Ser benfiquista é uma religião que não tem explicação...
Ser benfiquista é adoecer com as derrotas, ser benfiquista é discutir, ser benfiquista é dizer mal dos jogadores, ser benfiquista é criticar o treinador e insultar o presidente, ser benfiquista é rasgar o cartão de sócio, ser benfiquista é ter depressões, ser benfiquista é “8”, ser benfiquista é cair no inferno, ser benfiquista é sonhar... Sonhar.
Ser benfiquista é um estado de alma que se sente...
Ser benfiquista é continuar, após 10 anos de jejum, à procura do oásis dos títulos, na certeza de que lá chegaremos, mais tarde ou mais cedo.
Ser do Benfica é ser grande, mesmo quando nada se tem, ser do Benfica é ser povo e nobreza, ser do Benfica é ser diferente entre iguais, ser do Benfica é ser invejado, ser do Benfica é ser “todos por Um”...
O Benfica é sangue no coração, o Benfica é oxigénio nos pulmões... o Benfica é tudo e nada...
PS: Não sei se ficou a perceber melhor o que sinto... se calhar não. O mais certo é pensar que sou completamente louco... pois, se calhar sou.
domingo, fevereiro 01, 2004
“Sorriso de morte”
Nestes dias muitas coisas foram notícia: greves, Ministérios que não entregam o dinheiro dos impostos, cortes na ADSE, explosões no Iraque, relatórios polémicos, robôs que chegam a Marte, gripes nas aves...
Tudo isto aconteceu, tudo isto mereceu destaque, mas nada marcou tanto como a morte do jogador Miklos Fehér.
No dia em que passa uma semana de tão trágico acontecimento apetece-me falar disso... desabafar, para tentar ultrapassar “isto” que sinto e continuar em frente...
Há amigos meus que me dizem: “Não sei porque é que estás assim!”. Eu, se calhar, também não sei...
O que é certo é que eu vi – milhares de pessoas viram na altura e milhões viram em todo o mundo depois - um jovem morrer, à minha frente, em directo, na televisão, depois de, segundos antes, ter sorrido.E é isso que, ainda hoje, me perturba... O Fehér morreu a defender o seu clube, no campo de jogo, e a sorrir... a sorrir.
Admito que o facto do Miki ser jogador de futebol – um desporto que adoro – e de defender o Benfica – o meu clube do coração – pode ter potenciado a minha reacção, mas o facto é que, fosse quem fosse, numa situação semelhante, essa morte me perturbaria.
É que, independentemente das proporções que o caso tomou por ser um jogador de futebol, de ser do Benfica e da morte ter ocorrido em directo, o certo é que o rapaz, desportista saudável, sem história clínica, morreu de repente, frente a milhares de pessoas.
Eu sei que, infelizmente, morrem centenas de pessoas por dia de que nós nem ouvimos falar, mas este caso foi diferente... foi em directo.
Aquele “sorriso de morte”, aquela queda já inanimado, aqueles minutos angustiantes dentro do campo, aquelas horas até à confirmação oficial da morte, deviam perturbar e ser um alerta para qualquer um. E isso nada tem a ver com o facto de se gostar ou não de futebol, de se ser ou não do Benfica.
Aliás, a onda de solidariedade que se espalhou pelo país e que atingiu todas as franjas da sociedade é bem prova disso...Esperemos é que esta tragédia consiga trazer algo de bom e sirva para que as pessoas - todas as pessoas - percebam o essencial e deixem o acessório. No futebol e na vida do dia a dia.
Adeus Miki, até sempre, um abraço.
Tudo isto aconteceu, tudo isto mereceu destaque, mas nada marcou tanto como a morte do jogador Miklos Fehér.
No dia em que passa uma semana de tão trágico acontecimento apetece-me falar disso... desabafar, para tentar ultrapassar “isto” que sinto e continuar em frente...
Há amigos meus que me dizem: “Não sei porque é que estás assim!”. Eu, se calhar, também não sei...
O que é certo é que eu vi – milhares de pessoas viram na altura e milhões viram em todo o mundo depois - um jovem morrer, à minha frente, em directo, na televisão, depois de, segundos antes, ter sorrido.E é isso que, ainda hoje, me perturba... O Fehér morreu a defender o seu clube, no campo de jogo, e a sorrir... a sorrir.
Admito que o facto do Miki ser jogador de futebol – um desporto que adoro – e de defender o Benfica – o meu clube do coração – pode ter potenciado a minha reacção, mas o facto é que, fosse quem fosse, numa situação semelhante, essa morte me perturbaria.
É que, independentemente das proporções que o caso tomou por ser um jogador de futebol, de ser do Benfica e da morte ter ocorrido em directo, o certo é que o rapaz, desportista saudável, sem história clínica, morreu de repente, frente a milhares de pessoas.
Eu sei que, infelizmente, morrem centenas de pessoas por dia de que nós nem ouvimos falar, mas este caso foi diferente... foi em directo.
Aquele “sorriso de morte”, aquela queda já inanimado, aqueles minutos angustiantes dentro do campo, aquelas horas até à confirmação oficial da morte, deviam perturbar e ser um alerta para qualquer um. E isso nada tem a ver com o facto de se gostar ou não de futebol, de se ser ou não do Benfica.
Aliás, a onda de solidariedade que se espalhou pelo país e que atingiu todas as franjas da sociedade é bem prova disso...Esperemos é que esta tragédia consiga trazer algo de bom e sirva para que as pessoas - todas as pessoas - percebam o essencial e deixem o acessório. No futebol e na vida do dia a dia.
Adeus Miki, até sempre, um abraço.
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