A pré-campanha para a Câmara de Lisboa tem já várias “pérolas”, para mais tarde recordar.
O último caso é, obviamente, o debate televisivo entre Carrilho e Carmona que, depois de trocas de insultos constantes e poucas ideias concretas, terminou com o candidato do PS a recusar o cumprimento do seu opositor.
Foi uma atitude “fina” e “civilizada” entre dois cavalheiros.
Aliás, Manuel Maria, o filósofo-candidato, já nos tinha brindado com mais uma ideia emblemática: o teatro de revista devia acabar porque é só “para uma minoria”... Nada elitista o senhor.
“Fina” é igualmente a candidata apoiada pelo CDS-PP que, preocupada com “as senhoras que andam de salto alto nas ruas de Lisboa”, defende o fim da “calçada portuguesa”.
Diz Maria José Nogueira Pinto que se devia adoptar para Portugal o sistema de Madrid: passeios em cimento.
Pois, eu cá também acho.
Já agora, de Espanha podíamos importar também os salários, o preço dos combustíveis, o desporto e os seus resultados, as “paellas”, as touradas de morte e, porque não… os candidatos e os políticos.
Há coisas que continuam a surpreender-me: ver a candidata da direita contestar uma tradição portuguesa como a nossa calçada é tão estranho como, um destes dias, ver o Bloco de Esquerda defender a criminalização das drogas leves.
PS: Só para que conste: Eu não voto em Lisboa… felizmente.
sábado, setembro 17, 2005
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1 comentário:
Os lisboetas devem estar a pensar:"mas o que é que eu fiz para merecer candidatos tão maus?"
A "blue eyes" está preocupada com a calçada, mas e então o problema das casas a cair por toda a cidade, da desertificação, dos idosos abandonados, do trânsito, da poluição, da mobilidade das pessoas (transportes públicos), da criminalidade, da falta de espaços verdes, do défice de qualidade de vida etc, etc, etc...
O confronto Carmona-Carrilho será recordado por muitos e bons tempos e estudado pelos alunos de comunicação política como um exemplo de como alguém hipotecou, numa hora, todas as possibilidades de sonhar sequer ser presidente da câmara de Lisboa. Carmona montou a armadilha, Carrilho caiu nela. O episódio do aperto de mão foi a cereja no topo do bolo.
"Olha que grandes ordinários".
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