O PSD ganhou as eleições autárquicas. É indiscutível, contra “factos não há argumentos”. Há, no entanto, outras notas a realçar.
· Os portugueses foram votar para 308 concelhos e 4260 freguesias e, primeira vitória, a abstenção baixou. Faz-me sempre muita confusão quando o povo desperdiça estas ocasiões para se expressar.
· Os social-democratas reforçaram o número de autarquias “laranja”, beneficiando do habitual “ciclo local” de dois mandatos, do “cartão amarelo esperado a Sócrates e também da política de coligações.
· Marques Mendes merece, no entanto, uma nota à parte: Geriu bem a maioria dos “casos” do seu partido (à excepção de Leiria), preferindo perder Câmaras (como Gondomar e Oeiras), a vergar-se à ditadura do triunfo fácil.
· O PS perdeu muitos votos em relação às legislativas, mas, mais do que isso, perdeu Câmaras (algumas importantes, como Aveiro) em relação a 2001 e não recuperou nenhuma daquelas em que apostava (Lisboa, Porto, Sintra). Curiosamente, apesar disso, teve mais votos e mais percentagem.
· A CDU, de Jerónimo de Sousa, é, talvez, o grande vencedor da noite. Perdeu e ganhou Câmaras, com saldo positivo (tem agora 32, mais quatro) e, mais importante, recuperou a liderança da Junta Metropolitana de Lisboa.
· Ao CDS-PP valeu o perdoado Daniel Campelo, que “regressa” a Ponte de Lima com a bandeira “centrista”. Ribeiro e Castro não é, definitivamente, líder para campanhas…
· O Bloco de Esquerda subiu em relação a 2001, mas esperava-se mais. Não em termos de Câmaras, mas em termos de reforço nos grandes centros urbanos.
· Entre os “candidatos-bandidos” (Francisco Louçã, dixit), a surpresa: Avelino Ferreira Torres não ganhou Amarante, uma boa notícia. Isaltino ganhou em Oeiras e vai ter que se entender com Teresa Zambujo. Já Valentim e Fátima esmagaram. É o país que temos (mau sinal).
· A Madeira continua a ser um Jardim e 11-0 para o PSD.
· Carmona e Rio ganharam Lisboa e Porto como se esperava. Talvez, na “Invicta” se esperasse mais equilíbrio.
· Bom o discurso de Francisco Assis na derrota, miserável o discurso de Carrilho que, para além de continuar a dizer que o seu projecto (!) era o melhor para a cidade, não foi capaz de dizer uma palavra para com o adversário vencedor.
· Soares pai meteu água, outra vez, no dia das eleições e tem, novamente, a CNE à perna. Soares filho sofreu nova derrota e vai ter que ir pregar para outra freguesia.
· Nota final para o estranho problema informático que nos dificultou a vida durante toda a noite eleitoral. A esta hora que escrevo faltam apurar 14 concelhos.
· Resumindo, o país autárquico ficou ainda mais “laranja” e, surpresa, mais “vermelho”, o que quer dizer que o “rosa” ficou esbatido e perdeu à direita e à esquerda.
segunda-feira, outubro 10, 2005
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