Não houve surpresas e Cavaco Silva confirmou, na quinta-feira, a sua candidatura à Presidência da República.
"Depois de cuidada ponderação, decidi candidatar-me à Presidência da República. Não foi uma decisão fácil. Faço-o por um imperativo de consciência", disse, obviamente, no CCB.
"Eu não me resigno" e "não me conformo com o clima de pessimismo" deste quadro e, por isso, "quero ajudar a construir um novo horizonte de oportunidades", referiu Cavaco.
Ainda bem, digo eu, que não se tomam decisões de ânimo leve e que tudo é feito depois de “cuidada ponderação”.
Apesar de prometer cumprir e fazer cumprir a Constituição (também era melhor que não o dissesse), vários pontos do seu discurso deixam entender uma forte vontade de intervir.
É, aliás, curioso que depois de, na última revisão constitucional, se ter diminuído o poder presidencial, já se fale, agora, exactamente no contrário.
Por outro lado, é incrível como o candidato está a tentar fazer passar a imagem de que não tem nada a ver com o que se passou no país. Até parece que não esteve 10 anos no Governo. Diz ele: “O passado não interessa”.
Qual “Salvador da Pátria”, Cavaco Silva foi seguido em directo pelas televisões, da porta de casa até ao CCB, como se do próprio Chefe de Estado se tratasse.
Convém recordar os mais incautos que o senhor professor ainda não ganhou as eleições e que até o “desejado” D. Sebastião foi derrotado em Alcácer Quibir.
O próprio Cavaco teve, logo no dia a seguir ao anúncio oficial, os primeiros dois deslizes: primeiro disse que “um Presidente (!) não deve reagir ao que diz o Primeiro-ministro” e depois chamou “Assembleia Nacional” à Assembleia da República.
Foram apenas lapsos ou é algo mais?
PS: Quem deve, seguramente, estar feliz são as pastelarias que vendem Bolo-Rei.
domingo, outubro 23, 2005
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