Tudo parece indicar que foi mesmo a Al-Qaeda que levou a cabo os atentados de Madrid.
Ora, a confirmar-se, isto acrescenta um novo dado à barbárie que foi o ataque de 11 de Março em Espanha.
Os terroristas, para além da “vitória mediática” e do (sério) aviso que um atentado como este representa para toda o mundo, ficaram também a saber que conseguem alterar o rumo de actos eleitorais.
Foi assim afastado do poder um dos “inimigos” da rede terrorista.
Este “pormaior” vem aumentar ainda mais – se é possível – o sentimento de insegurança de todos.
É que este precedente é muito perigoso e até pode estender-se a outras redes que não a Al-Qaeda de bin Laden: “não gosto destes gajos, vamos fazer rebentar isto na véspera das eleições e pronto”.
Pensem nisto...
Como já disse atrás, não sei como é que isto se combate, agora lá que a perspectiva não é nada animadora, lá isso não é.
sábado, março 20, 2004
quinta-feira, março 18, 2004
Mosca tsé tsé
Se anda em transportes públicos, cuidado! Depois do alerta contra assaltos, deixo aqui a chamada de atenção para uma epidemia que está a alastrar: a picada da mosca tse-tse.
Começo, sinceramente, a ficar preocupado porque a doença está a avançar e não vejo o Governo tomar medidas para a combater.
Eu costumo utilizar a linha de Sintra e é matemático: entro no comboio e, seja a que horas for, se a carruagem for cheia, os primeiros sinais da doença manifestam-se quase automaticamente.
Ele é ver algumas das pessoas que estão viradas para mim a terem um repentino ataque de sono. O “ataque” parece profundo, mas curiosamente, nunca vi nenhuma dessas pessoas falharem a estação de saída. É muito “treino”...
Agora a sério, se ainda não percebeu deixe-me explicar-lhe: as pessoas estão a caminho do trabalho ou de regresso a casa, estão chateadas com a vida, fartas do emprego e quando dão de caras com um deficiente devem pensar: “porra, lá vem este... eu sei que estou aqui no lugar reservado, mas porque é que sou eu que tenho que me levantar? Pode ser que este senhor aqui ao lado não se importe...”.
E é assim que (de vez em quando) os 28 minutos da viagem são feitos em pé...
Confesso que já estou habituado e até nem me custa muito fazer o caminho de pé se conseguir encontrar um canto em que vá bem agarrado...Só estou mesmo a falar nisto porque a situação se repete (muitas vezes) com velhotes e senhoras grávidas e aí – confesso – “salta-me a tampa”.
Haja respeito... haja civismo... Não me façam sentir vergonha do meu país.
Começo, sinceramente, a ficar preocupado porque a doença está a avançar e não vejo o Governo tomar medidas para a combater.
Eu costumo utilizar a linha de Sintra e é matemático: entro no comboio e, seja a que horas for, se a carruagem for cheia, os primeiros sinais da doença manifestam-se quase automaticamente.
Ele é ver algumas das pessoas que estão viradas para mim a terem um repentino ataque de sono. O “ataque” parece profundo, mas curiosamente, nunca vi nenhuma dessas pessoas falharem a estação de saída. É muito “treino”...
Agora a sério, se ainda não percebeu deixe-me explicar-lhe: as pessoas estão a caminho do trabalho ou de regresso a casa, estão chateadas com a vida, fartas do emprego e quando dão de caras com um deficiente devem pensar: “porra, lá vem este... eu sei que estou aqui no lugar reservado, mas porque é que sou eu que tenho que me levantar? Pode ser que este senhor aqui ao lado não se importe...”.
E é assim que (de vez em quando) os 28 minutos da viagem são feitos em pé...
Confesso que já estou habituado e até nem me custa muito fazer o caminho de pé se conseguir encontrar um canto em que vá bem agarrado...Só estou mesmo a falar nisto porque a situação se repete (muitas vezes) com velhotes e senhoras grávidas e aí – confesso – “salta-me a tampa”.
Haja respeito... haja civismo... Não me façam sentir vergonha do meu país.
domingo, março 14, 2004
Basta Ya...
Mais de 11 milhões de pessoas saíram à rua por toda a Espanha, numa impressionante manifestação de unidade, contra os terríveis atentados de Madrid.
Não há causa (ideológica, religiosa ou outra) que justifique a barbárie a que assistimos na manhã de 11 de Março. Morreram, pelo menos, 200 inocentes e mais de 1400 estão ainda internados. Ninguém pode defender tal acto.
É incrível o que aconteceu e, ao saber que mais 10 bombas podiam ter explodido, deixa de ser mensurável o sentimento de insegurança, já mesmo à nossa porta.
A impotência perante uma cobardia como esta é total e só nos resta esperar que os terroristas da Al-Qaeda não cumpram as ameaças de novos ataques, sejam eles nos Estados Unidos e Itália (como já está “prometido”) ou até, quem sabe, em Portugal.
Tem-nos sido prometido por Bush e seus aliados que a chamada “luta contra o terrorismo” está a tornar o mundo mais seguro.
Dois anos e meio depois dos atentados às Torres Gémeas e ao Pentágono e após duas guerras já “ganhas”, salvo melhor opinião, não acho nada que a situação esteja melhor.
Não sei como é que “isto” se resolve, mas duvido que novas guerras contra os países do “Eixo do Mal” - ou outros - sejam a solução. Os senhores do poder talvez devessem começar por investir, a sério, na questão da Palestina e deixar de pensar só nos cifrões do petróleo.
Agora, a Espanha tenta reagir e, na véspera das eleições legislativas, voltou a sair à rua para exigir que o Governo de Aznar mostre tudo o que sabe e não esconda nenhuma informação sobre os atentados.
“Antes do voto, queremos a verdade” – gritou-se hoje em várias localidades à medida que se foi tornando claro que, afinal, tinha sido a Al-Qaeda a autora dos atentados.
O Governo está desde quinta-feira a culpar a ETA e, agora, todos querem saber se o Executivo escondeu informações, com medo de perder as eleições.
Depois da barbárie dos atentados, seria grave que um qualquer Governo se aproveitasse dos mesmos só para se manter na “cadeira do poder”.
Esperemos que toda a verdade venha ao de cima e que se saiba tudo o que realmente se passou.Esperemos que não nos andem a enganar a todos...
A confirmar-se que foi a Al-Qaeda, a questão deixa de ser local, passa a ser mundial e todos, mesmo todos, passam a estar em risco.
Esperemos que os piores cenários não se concretizem para que, o mais rapidamente possível, a tranquilidade volte e possamos viver em PAZ.
Não há causa (ideológica, religiosa ou outra) que justifique a barbárie a que assistimos na manhã de 11 de Março. Morreram, pelo menos, 200 inocentes e mais de 1400 estão ainda internados. Ninguém pode defender tal acto.
É incrível o que aconteceu e, ao saber que mais 10 bombas podiam ter explodido, deixa de ser mensurável o sentimento de insegurança, já mesmo à nossa porta.
A impotência perante uma cobardia como esta é total e só nos resta esperar que os terroristas da Al-Qaeda não cumpram as ameaças de novos ataques, sejam eles nos Estados Unidos e Itália (como já está “prometido”) ou até, quem sabe, em Portugal.
Tem-nos sido prometido por Bush e seus aliados que a chamada “luta contra o terrorismo” está a tornar o mundo mais seguro.
Dois anos e meio depois dos atentados às Torres Gémeas e ao Pentágono e após duas guerras já “ganhas”, salvo melhor opinião, não acho nada que a situação esteja melhor.
Não sei como é que “isto” se resolve, mas duvido que novas guerras contra os países do “Eixo do Mal” - ou outros - sejam a solução. Os senhores do poder talvez devessem começar por investir, a sério, na questão da Palestina e deixar de pensar só nos cifrões do petróleo.
Agora, a Espanha tenta reagir e, na véspera das eleições legislativas, voltou a sair à rua para exigir que o Governo de Aznar mostre tudo o que sabe e não esconda nenhuma informação sobre os atentados.
“Antes do voto, queremos a verdade” – gritou-se hoje em várias localidades à medida que se foi tornando claro que, afinal, tinha sido a Al-Qaeda a autora dos atentados.
O Governo está desde quinta-feira a culpar a ETA e, agora, todos querem saber se o Executivo escondeu informações, com medo de perder as eleições.
Depois da barbárie dos atentados, seria grave que um qualquer Governo se aproveitasse dos mesmos só para se manter na “cadeira do poder”.
Esperemos que toda a verdade venha ao de cima e que se saiba tudo o que realmente se passou.Esperemos que não nos andem a enganar a todos...
A confirmar-se que foi a Al-Qaeda, a questão deixa de ser local, passa a ser mundial e todos, mesmo todos, passam a estar em risco.
Esperemos que os piores cenários não se concretizem para que, o mais rapidamente possível, a tranquilidade volte e possamos viver em PAZ.
domingo, março 07, 2004
McDonald’s: Como se perde um cliente...
Durante os últimos anos esta multinacional norte-americana foi uma das minhas opções mais utilizadas para satisfazer essa necessidade básica que é o jantar. Agora deixou de ser.
Obviamente que a McDonald’s, espalhada por dezenas de países pelo mundo com tanto sucesso, pouco se importa com isso e, claro, nem vai reparar.Afinal, é só um “clientezito” da McDonald’s da Baixa... nada de grave.
Estou consciente disso, mas esta é apenas a minha forma, modesta mas sentida, de mostrar o meu profundo desagrado por uma atitude que eu considero simplesmente vergonhosa.
Caso não se lembre de nenhuma atitude que se adeque a esta qualificação vou refrescar-lhe a memória: a McDonald’s é um dos patrocinadores do Euro 2004 e, nessa qualidade, enviou cartas a algumas autarquias (pelo menos Lisboa e Porto) para, através das escolas da zona, encontrar crianças que quisessem participar no evento.
Até aqui tudo bem, no entanto, uma das alíneas obrigava a que as crianças não tivessem problemas físicos nem mentais!!!!!
A língua portuguesa é rica, mas não há adjectivos suficientes para qualificar esta atitude. Fora todas as importantíssimas questões éticas e morais, há uma razão que os norte-americanos (base da Mc Donald’s) costumam entender e preservar: esta discriminação inaceitável é Inconstitucional.
Todos os cidadãos portugueses são iguais perante a lei e têm os mesmos direitos e deveres.
Posto isto e demais actos, só gostaria de pedir à senhora vereadora da Câmara de Lisboa, Helena Lopes da Costa, que, apesar dos seus “imensos afazeres” na autarquia e as “centenas de papéis” que tem para assinar, tome atenção àquilo que está a fazer e respeite os seus munícipes... deficientes ou não.
É que, se a moda pega, um destes dias ainda vamos ter uma empresa que não quer negros ou louros, meninos de olhos azuis ou vesgos, homossexuais ou heterossexuais, altos ou baixos, magros ou gordos, canhotos ou destros.
Se a moda pega, estamos a criar só bebés com a característica “x”, “y” ou “z”... o pior será quando a “moda” passar.
Obviamente, não espero que boicotem a McDonald’s só porque lhes peço mas, pelo menos, pensem nisto e reflictam sobre o perigo que seria abrir um precedente destes.
PS: Podem, por exemplo, ler o “Admirável Mundo Novo” do Aldous Huxley.
Obviamente que a McDonald’s, espalhada por dezenas de países pelo mundo com tanto sucesso, pouco se importa com isso e, claro, nem vai reparar.Afinal, é só um “clientezito” da McDonald’s da Baixa... nada de grave.
Estou consciente disso, mas esta é apenas a minha forma, modesta mas sentida, de mostrar o meu profundo desagrado por uma atitude que eu considero simplesmente vergonhosa.
Caso não se lembre de nenhuma atitude que se adeque a esta qualificação vou refrescar-lhe a memória: a McDonald’s é um dos patrocinadores do Euro 2004 e, nessa qualidade, enviou cartas a algumas autarquias (pelo menos Lisboa e Porto) para, através das escolas da zona, encontrar crianças que quisessem participar no evento.
Até aqui tudo bem, no entanto, uma das alíneas obrigava a que as crianças não tivessem problemas físicos nem mentais!!!!!
A língua portuguesa é rica, mas não há adjectivos suficientes para qualificar esta atitude. Fora todas as importantíssimas questões éticas e morais, há uma razão que os norte-americanos (base da Mc Donald’s) costumam entender e preservar: esta discriminação inaceitável é Inconstitucional.
Todos os cidadãos portugueses são iguais perante a lei e têm os mesmos direitos e deveres.
Posto isto e demais actos, só gostaria de pedir à senhora vereadora da Câmara de Lisboa, Helena Lopes da Costa, que, apesar dos seus “imensos afazeres” na autarquia e as “centenas de papéis” que tem para assinar, tome atenção àquilo que está a fazer e respeite os seus munícipes... deficientes ou não.
É que, se a moda pega, um destes dias ainda vamos ter uma empresa que não quer negros ou louros, meninos de olhos azuis ou vesgos, homossexuais ou heterossexuais, altos ou baixos, magros ou gordos, canhotos ou destros.
Se a moda pega, estamos a criar só bebés com a característica “x”, “y” ou “z”... o pior será quando a “moda” passar.
Obviamente, não espero que boicotem a McDonald’s só porque lhes peço mas, pelo menos, pensem nisto e reflictam sobre o perigo que seria abrir um precedente destes.
PS: Podem, por exemplo, ler o “Admirável Mundo Novo” do Aldous Huxley.
sábado, março 06, 2004
“Maldita televisão”
Adaptando a frase que um amigo meu costuma usar, apetece dizer que “a televisão só tem culpa por duas coisas: por tudo e por nada”.
Ora, serve esta frase para concordar com o major Valentim Loureiro que, comentando a “palhaçada” de Ferreira Torres no Marco de Canavezes – Santa Clara, disse que se a RTP não tivesse filmado o jogo e as ocorrências seguintes, o “caso” não teria assumido as proporções que atingiu.
“Está tudo normal, não se faça disto um bicho de sete cabeças”, disse o senhor presidente da Liga.
Eu, cá por mim, estou 100% de acordo com ele.Que bom que seria se a nossa televisão fosse controlada pelos meus amigos e só transmitisse programas “sérios e educativos”, do meu agrado, e não se deixasse influenciar por “essas coisas” da democracia, da isenção e da pluralidade.
Aliás, se fosse eu que mandasse, aqueles profissionais da RTP que tiveram a “lata” de transmitir o incidente com o sr. presidente da Câmara do Marco teriam que ser castigados porque não me perguntaram se podiam passar as imagens.(...)
Agora a sério...
Sinceramente, ainda mais grave do que a “palhaçada” do autarca num estádio, com o seu nome, foram as reacções: dele próprio, que assumiu, no dia seguinte, que voltaria a fazer tudo outra vez; do presidente da Liga que culpou a “maldita televisão” e desvalorizou o caso; do Primeiro-ministro que “não viu” as imagens e do líder do PP, partido no qual Avelino Ferreira Torres é dirigente, que não abriu a boca.
A questão que se coloca é a seguinte: se alguém – como já me “sopraram” - não gostar da actuação da equipa de arbitragem e quiser invadir o estádio vai contar com uma GNR tão “amiga”?, vai poder continuar a ir “à bola” sem que nada lhe aconteça? Esta “boa vontade” vai aplicar-se também ao Euro 2004?
Ou será que esta “benesse” só se aplica a autarcas, com estádios com o seu nome, ex-dirigentes (!?) da equipa da casa?Será que continuamos a viver num país em que há filhos e enteados? Portugueses de primeira e portugueses de segunda?
Ora, serve esta frase para concordar com o major Valentim Loureiro que, comentando a “palhaçada” de Ferreira Torres no Marco de Canavezes – Santa Clara, disse que se a RTP não tivesse filmado o jogo e as ocorrências seguintes, o “caso” não teria assumido as proporções que atingiu.
“Está tudo normal, não se faça disto um bicho de sete cabeças”, disse o senhor presidente da Liga.
Eu, cá por mim, estou 100% de acordo com ele.Que bom que seria se a nossa televisão fosse controlada pelos meus amigos e só transmitisse programas “sérios e educativos”, do meu agrado, e não se deixasse influenciar por “essas coisas” da democracia, da isenção e da pluralidade.
Aliás, se fosse eu que mandasse, aqueles profissionais da RTP que tiveram a “lata” de transmitir o incidente com o sr. presidente da Câmara do Marco teriam que ser castigados porque não me perguntaram se podiam passar as imagens.(...)
Agora a sério...
Sinceramente, ainda mais grave do que a “palhaçada” do autarca num estádio, com o seu nome, foram as reacções: dele próprio, que assumiu, no dia seguinte, que voltaria a fazer tudo outra vez; do presidente da Liga que culpou a “maldita televisão” e desvalorizou o caso; do Primeiro-ministro que “não viu” as imagens e do líder do PP, partido no qual Avelino Ferreira Torres é dirigente, que não abriu a boca.
A questão que se coloca é a seguinte: se alguém – como já me “sopraram” - não gostar da actuação da equipa de arbitragem e quiser invadir o estádio vai contar com uma GNR tão “amiga”?, vai poder continuar a ir “à bola” sem que nada lhe aconteça? Esta “boa vontade” vai aplicar-se também ao Euro 2004?
Ou será que esta “benesse” só se aplica a autarcas, com estádios com o seu nome, ex-dirigentes (!?) da equipa da casa?Será que continuamos a viver num país em que há filhos e enteados? Portugueses de primeira e portugueses de segunda?
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