O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) considera "lícitas" e "aceitáveis" as palmadas e estaladas aplicadas por uma responsável de um lar de Setúbal a crianças com deficiências mentais. O STJ diz que fechar crianças em quartos é um castigo normal de "um bom pai de família" e que as estaladas e as palmadas, se não forem dadas, até podem configurar "negligência educacional".
Depois de ver este acórdão confesso que fiquei com receio das decisões que estes senhores juizes tomam.
Não consigo perceber que se defenda ou se aceite com esta ligeireza que palmadas e estaladas sejam empregues para educar crianças, ditas "normais", mas especialmente para educar deficientes.
Atenção, não estou a dizer que nunca se deve bater nos meninos (eu próprio levei algumas palmadas e isso não me fez mal nenhum). O que estou a dizer é que as palmadas devam ser o último recurso, após uma série de outras opções e alternativas pedagógicas.
Não sou eu que o digo - não sou obviamente especialista - dizem-no vários especialistas (psicólogos, psiquiatras, educadores de infância) que ouvimos durante o dia em reacção a este caso.
É necessário ter ainda em atenção que as palmadas (ou pior, por exemplo, fechar crianças em quartos escuros) deixam, para além de marcas físicas, marcas psicológicas que vão depois reflectir-se na vida adulta e podemos ter uma uma "passagem de testemunho" de pai para filho.
Espero, quando os tiver, não ter que bater nos meus filhos.
PS: Nesta altura apetece-me é dar umas palmadinhas nos senhores juizes.
quinta-feira, abril 13, 2006
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