Cavaco Silva lá chegou a Belém com 50.59% dos votos validamente expressos.
O “senhor do bolo” ganhou e democraticamente é obrigatório felicitá-lo pela vitória. Agora, ele não é o meu Presidente e há vários culpados para este triunfo.
O meu desejo por uma segunda volta nas presidenciais ficou por cumprir por culpa de umas escassas décimas…
Tudo por culpa de 1.8% dos votos, que foram desperdiçados por serem nulos ou brancos, ou pelos 37% que desrespeitaram a Democracia e ficaram em casa. (*)
Tudo por culpa de um PS que não se soube mobilizar e não soube empenhar os seus.
Tudo por culpa de Sócrates que tudo fez para minar a candidatura de Alegre, até na altura dos discursos (vergonhosa a atitude do secretário-geral-Primeiro-ministro) e que até parece que preferia Cavaco na presidência.
Tudo por culpa das eleições serem ao domingo e não à terça-feira (como nos Estados Unidos). À velocidade que o Cavaco estava a descer nas percentagens, faltou mesmo só “um bocadinho assim” para haver segunda volta.
Manuel Alegre disse-o ontem e eu concordo: “contra ventos e marés”, contra tudo e todos, quase conseguia um milagre cívico. Atenção que conseguiu mais de um milhão de votos, falta saber, agora, o que vai fazer com eles e como vai ser recebido no seu partido. As minhas homenagens.
Mário Soares não merecia acabar assim a sua carreira política, perdendo de goleada. Enxovalhado e quase sem o apoio do seu partido, mas também podia ter gerido a “coisa” melhor, especialmente com o amigo (?) Alegre que até esqueceu no discurso da derrota.
Jerónimo de Sousa continua a surpreender e ontem até suplantou os números da CDU nas últimas legislativas (mais 1%).
O grande derrotado da noite acabou por ser José Sócrates, não só pelo resultado humilhante do seu candidato, mas especialmente pela atitude inqualificável para com Manuel Alegre.
Aliás é curioso que, no “consulado” de Sócrates, o PS consegue o melhor e o pior resultado da “estória” do partido (primeira derrota numas presidenciais).
Falta agora saber o que Cavaco quis dizer quanto, no discurso de vitória, afirmou: "É altura de "deitar mãos à obra, não é pequena a tarefa que temos à nossa frente e o trabalho será longo".
(*) Nota para a fórmula de contagem dos votos. Se estas fossem uma legislativas ou autárquicas, Cavaco não tinha ganho com maioria.
segunda-feira, janeiro 23, 2006
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