quarta-feira, novembro 23, 2005

A verdade da mentira

Apesar de ter um “poeta Alegre” e um “filósofo Sócrates” esta novela é bem triste e reveladora do carácter dos nossos políticos.

Só para que conste estamos a falar de um deputado, vice-presidente da Assembleia da República, e do Primeiro-ministro do país e, que não haja dúvidas, um dos dois “artistas” está a mentir.

Manuel Alegre garante que falou várias vezes com Sócrates para ser o candidato apoiado pelo PS à presidência da República, depois das recusas de Guterres e Vitorino.

O secretário-geral dos socialistas desmente Alegre e diz que só falou com o deputado para este apoiar Soares.

Entretanto, Mário Soares diz que não tem nada a ver com este “imbróglio” e que o “caso” não é com ele, afirmando só que “não é, nem nunca foi traidor”.

Não sei quem tem razão nesta lamentável “estória”, a única certeza é que – como já disse - alguém está a enganar os portugueses e isso é muito grave.

É incrível como três destacados elementos do mesmo partido dão este triste espectáculo que, para além de ser tudo menos dignificante, só dá trunfos ao adversário.

Qualquer pessoa que pense votar em Alegre ou Soares para Belém pode, depois disto, pensar: “Mas se estes gajos mentem uns aos outros e não se entendem, como é que vão servir para a presidência da República?”

Será que Portugal não merece uns políticos melhores?

As perguntas são legítimas e Cavaco Silva já se está a rir.

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