Infelizmente, parece que não...
Veja aqui a reportagem da Renascença.
Isto tudo num país que, historicamente, viveu e conviveu com colónias e deu "novos mundos ao mundo", faz-me muita confusão.
Como é possível em pleno século XXI que isto ainda aconteça?
Admiro e agradeço a todos os que tiveram a coragem de participar nesta reportagem e colocaram o dedo na ferida.
sexta-feira, outubro 31, 2008
quinta-feira, outubro 30, 2008
Os casos do momento
Salário mínimo - Como se pode, agora, criticar um aumento que está acordado e assinado por patrões, Governo e sindicatos?
Sobre isto só recordo estas declarações: "A presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz diz que a utilização do argumento da crise financeira para criticar o aumento do salário mínimo para os 450 euros revela falta de solidariedade. Manuela Silva considera que esta posição é preocupante numa sociedade democrática."
Açores - Como podem os partidos aprovar uma lei por unanimidade, pelo menos duas vezes, e, agora, virem dizer que o veto do Presidente tem razão de ser e que até pode haver inconstitucionalidades?
Se alguém puder ou souber, respondam-me a estas duas perguntas.
Sobre isto só recordo estas declarações: "A presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz diz que a utilização do argumento da crise financeira para criticar o aumento do salário mínimo para os 450 euros revela falta de solidariedade. Manuela Silva considera que esta posição é preocupante numa sociedade democrática."
Açores - Como podem os partidos aprovar uma lei por unanimidade, pelo menos duas vezes, e, agora, virem dizer que o veto do Presidente tem razão de ser e que até pode haver inconstitucionalidades?
Se alguém puder ou souber, respondam-me a estas duas perguntas.
terça-feira, outubro 28, 2008
Como é possível?
Foi conhecido esta madrugada o relatório final ao acidente de Agosto na Linha do Tua e há dados que não deixam de me surpreender.
"A via no local do acidente apresenta defeitos grosseiros e facilmente identificáveis e suficientes para justificar a ocorrência do descarrilamento"
Uma curva com medidas desadequadas, defeitos de alinhamento, de empeno, travessas que "necessitam de substituição imediata" são alguma das falhas apontadas.
Os pareceres apontam também falhas às automotoras do Metropolitano de Superfície de Mirandela, que fazem o percurso ao serviço da CP, há uma década, referindo-se "às desadequadas características do material circulante".
Ora, vamos lá ver se nos entendemos:
Primeiro, a via apresenta defeitos grosseiros e facilmente identificáveis;
Segundo, a curva tem medidas desadequadas e defeitos de alinhamento;
Terceiro, as automotoras que fazem o percurso há 10 anos têm características desadequadas;
Então... se os defeitos eram facilmente identificáveis, porque é que não foram?; se a curva estava mal feita como é que ninguém deu por isso?; se as automotoras eram desadequadas porque raio se mantiveram 10 anos?
É que convém, já agora, recordar que a linha do Tua está em funcionamento há dezenas de anos, houve quatro acidentes graves em menos de dois anos e que várias pessoas morreram ou ficaram feridas.
"A via no local do acidente apresenta defeitos grosseiros e facilmente identificáveis e suficientes para justificar a ocorrência do descarrilamento"
Uma curva com medidas desadequadas, defeitos de alinhamento, de empeno, travessas que "necessitam de substituição imediata" são alguma das falhas apontadas.
Os pareceres apontam também falhas às automotoras do Metropolitano de Superfície de Mirandela, que fazem o percurso ao serviço da CP, há uma década, referindo-se "às desadequadas características do material circulante".
Ora, vamos lá ver se nos entendemos:
Primeiro, a via apresenta defeitos grosseiros e facilmente identificáveis;
Segundo, a curva tem medidas desadequadas e defeitos de alinhamento;
Terceiro, as automotoras que fazem o percurso há 10 anos têm características desadequadas;
Então... se os defeitos eram facilmente identificáveis, porque é que não foram?; se a curva estava mal feita como é que ninguém deu por isso?; se as automotoras eram desadequadas porque raio se mantiveram 10 anos?
É que convém, já agora, recordar que a linha do Tua está em funcionamento há dezenas de anos, houve quatro acidentes graves em menos de dois anos e que várias pessoas morreram ou ficaram feridas.
quinta-feira, outubro 23, 2008
Esperemos que acertem
Os economistas são um bocadinho como os meteorologistas: raramente acertam nas previsões.
Desta vez não estou a falar da crise financeira, nem dos constantes acertos que todos vão fazendo ao longo do ano, à medida que as "marés" vão subindo ou descendo...
Vem este post a propósito da primeira reunião que, esta quinta-feira, junta Governo e estruturas sindicais da Função Pública que vão começar a discutir as negociações salariais para 2009.
O Executivo socialista oferece, em ano de eleições, 2.9% de aumentos; enquanto os sindicatos pedem, pelo menos, 4%.
Esta é a primeira vez (!) em 10 anos (!) que a proposta de aumentos é superior à inflação prevista para 2009. A questão é que, mesmo assim, nada garante que os funcionários públicos recuperem alguma coisa.
É que, como já se disse - aqui e em todo o lado - Banco de Portugal e Governo(s) não são propriamente especialistas em acertar previsões.
Por isso, não vamos já começar a deitar foguetes por este "brinde" de quatro décimas de aumentos efectivos.
Em caso de acerto nas previsões, é caso para dizer: abençoadas eleições.
Desta vez não estou a falar da crise financeira, nem dos constantes acertos que todos vão fazendo ao longo do ano, à medida que as "marés" vão subindo ou descendo...
Vem este post a propósito da primeira reunião que, esta quinta-feira, junta Governo e estruturas sindicais da Função Pública que vão começar a discutir as negociações salariais para 2009.
O Executivo socialista oferece, em ano de eleições, 2.9% de aumentos; enquanto os sindicatos pedem, pelo menos, 4%.
Esta é a primeira vez (!) em 10 anos (!) que a proposta de aumentos é superior à inflação prevista para 2009. A questão é que, mesmo assim, nada garante que os funcionários públicos recuperem alguma coisa.
É que, como já se disse - aqui e em todo o lado - Banco de Portugal e Governo(s) não são propriamente especialistas em acertar previsões.
Por isso, não vamos já começar a deitar foguetes por este "brinde" de quatro décimas de aumentos efectivos.
Em caso de acerto nas previsões, é caso para dizer: abençoadas eleições.
sábado, outubro 18, 2008
Isenção (não) é isto...
Vasco da Gama - Flamengo 2001
Três minutos de pura loucura futebolística e não só...
Três minutos de pura loucura futebolística e não só...
domingo, outubro 12, 2008
o ESTADO a que isto chegou
Depois de uma das piores semanas de sempre nas Bolsas mundiais, não deixa de ser curioso que, numa sociedade capitalista, a solução encontrada seja recorrer ao Estado para safar os bancos.
O Eurogrupo esteve reunido para decidir o que fazer em conjunto e o próprio Governo português garante empréstimos interbancários no valor de 20 mil milhões de euros para que a banca possa continuar a funcionar.
A pergunta que se coloca é: só os bancos é que podem e devem ser salvos? E as pequenas e médias empresas que não se meteram em cowboiadas especulativas? E, especialmente, as famílias que estão atoladas em dívidas? (*)
Lembrava no outro dia a eurodeputada comunista Ilda Figueiredo que, até há poucas semanas, as nacionalizações eram recusadas por todos... agora que estão em risco e com fortes prejuizos, aí - tudo bem - já pode vir o Estado (que é como quem diz, todos nós) resolver o que alguns carolas conseguiram destruir por ganância e desleixo.
(*) Dados do "Expresso": o crédito malparado aumenta 4.6 milhões por dia; incumprimento no crédito ao consumo cresceu 26.8% num ano e no da habitação aumentou 22.1%.
O Eurogrupo esteve reunido para decidir o que fazer em conjunto e o próprio Governo português garante empréstimos interbancários no valor de 20 mil milhões de euros para que a banca possa continuar a funcionar.
A pergunta que se coloca é: só os bancos é que podem e devem ser salvos? E as pequenas e médias empresas que não se meteram em cowboiadas especulativas? E, especialmente, as famílias que estão atoladas em dívidas? (*)
Lembrava no outro dia a eurodeputada comunista Ilda Figueiredo que, até há poucas semanas, as nacionalizações eram recusadas por todos... agora que estão em risco e com fortes prejuizos, aí - tudo bem - já pode vir o Estado (que é como quem diz, todos nós) resolver o que alguns carolas conseguiram destruir por ganância e desleixo.
(*) Dados do "Expresso": o crédito malparado aumenta 4.6 milhões por dia; incumprimento no crédito ao consumo cresceu 26.8% num ano e no da habitação aumentou 22.1%.
quinta-feira, outubro 09, 2008
kosOVO MAL PASSADO
Já diz o ditado: “O que nasce torto, tarde ou nunca se endireita” e este é mais um desses casos.
Portugal esteve desde Fevereiro sem reconhecer a independência do Kosovo em relação à Sérvia, mas acabou, mesmo, por ser o 48º país (em 192) a fazê-lo.
Dois dias depois, confesso, que ainda não percebi porque raio Lisboa não se manteve firme do lado do não reconhecimento do Kosovo.
As razões para o "não" são várias: o território não tem capacidade económica de sobreviver sozinho, historicamente não tem identidade (aliás, o que se passa no Kosovo tem muito a ver com a "invasão" de albaneses) e, entretanto, abre um precedente grave para pequenas regiões que queiram dar o mesmo passo (o que se passou na Geórgia com a Abkásia e a Ossétia do Sul são disso exemplo).
Os argumentos lusos são incompreensíveis: Luís Amado diz que estava em causa o interesse nacional (?) e que é necessário perceber a importância da União Europeia. O ministro acrescenta que a independência do Kosovo é irreversível.
Afinal, não é... prova disso, é o facto da ONU ter dado um mandato ao Tribunal Internacional de Justiça para que este descubra se o “novo quadro” é legal.
Calculo que a pressão internacional tenha sido grande sobre Sócrates e o seu ministro dos Negócios Estrangeiros, mas gostava de saber o que vão fazer estas dezenas de países se o Tribunal der razão à Sérvia.
Há outras nuances que são “engraçadas” de perceber: como alguns países podem estar a favor da indepndência do Kosovo mas, ao mesmo tempo, contra a da Abkásia e da Ossétia do Sul.
Confusão total... e vamos ver se isto não acaba mal, com alguma "indigestão".
Portugal esteve desde Fevereiro sem reconhecer a independência do Kosovo em relação à Sérvia, mas acabou, mesmo, por ser o 48º país (em 192) a fazê-lo.
Dois dias depois, confesso, que ainda não percebi porque raio Lisboa não se manteve firme do lado do não reconhecimento do Kosovo.
As razões para o "não" são várias: o território não tem capacidade económica de sobreviver sozinho, historicamente não tem identidade (aliás, o que se passa no Kosovo tem muito a ver com a "invasão" de albaneses) e, entretanto, abre um precedente grave para pequenas regiões que queiram dar o mesmo passo (o que se passou na Geórgia com a Abkásia e a Ossétia do Sul são disso exemplo).
Os argumentos lusos são incompreensíveis: Luís Amado diz que estava em causa o interesse nacional (?) e que é necessário perceber a importância da União Europeia. O ministro acrescenta que a independência do Kosovo é irreversível.
Afinal, não é... prova disso, é o facto da ONU ter dado um mandato ao Tribunal Internacional de Justiça para que este descubra se o “novo quadro” é legal.
Calculo que a pressão internacional tenha sido grande sobre Sócrates e o seu ministro dos Negócios Estrangeiros, mas gostava de saber o que vão fazer estas dezenas de países se o Tribunal der razão à Sérvia.
Há outras nuances que são “engraçadas” de perceber: como alguns países podem estar a favor da indepndência do Kosovo mas, ao mesmo tempo, contra a da Abkásia e da Ossétia do Sul.
Confusão total... e vamos ver se isto não acaba mal, com alguma "indigestão".
domingo, outubro 05, 2008
Isto é que vai uma crise
O Presidente da República apela à "fibra dos portugueses" neste tempo de dificuldades económicas e aos políticos para não iludirem as dificuldades.
O Chefe de Estado dá "uma no cravo e outra na ferradura": fala na crescente disparidade entre ricos e pobres, diz que os empresários não se devem encostar ao Estado, mas também lembra que não se deve esperar que o Estado faça tudo.
Eu acho bem... Também não quero que o Estado faça tudo: só espero que nos trate da saúde, nos possibilite educação, nos deixe ter reforma quando lá chegarmos, nos dê segurança...
É só isso.
Entretanto, depois de ouvir o discurso e as reacções, lembrei-me destes:
O Chefe de Estado dá "uma no cravo e outra na ferradura": fala na crescente disparidade entre ricos e pobres, diz que os empresários não se devem encostar ao Estado, mas também lembra que não se deve esperar que o Estado faça tudo.
Eu acho bem... Também não quero que o Estado faça tudo: só espero que nos trate da saúde, nos possibilite educação, nos deixe ter reforma quando lá chegarmos, nos dê segurança...
É só isso.
Entretanto, depois de ouvir o discurso e as reacções, lembrei-me destes:
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