Portugal autorizou a passagem de aviões militares israelitas pela Base das Lajes, numa altura em que o Estado hebraico está em guerra no Líbano contra o Hezbollah.
Para além da questão moral (do nosso país estar a apoiar um país belicista em plena acção militar) ou de questões internacionais que nos obriguem (com ou sem aspas), a colaborar com Israel, o que mais me chamou à atenção foi a atitude comprometida do secretário de Estado português dos Negócios Estrangeiros.
Diz Manuel Lobo Antunes que Israel solicitou a aterragem e, depois de ouvido o embaixador israelita em Lisboa, a aterragem foi autorizada por se tratar de material bélico não ofensivo.
"Tivemos que decidir perante um caso concreto, com circunstâncias concretas, com condicionalismos concretos. Tínhamos vários elementos de informação e várias circunstâncias a que tínhamos que atender. Foi reunindo todas essas informações e circunstâncias que tomámos a decisão que tomámos".
O secretário de Estado acrescentou, no entanto, que Israel foi advertido que no futuro não seriam concedidas novas autorizações.
É que, das duas uma: ou não há problema nenhum e Israel pode vir quando quiser... ou Portugal não pactua com guerras destas e não pode deixar que aviões destes utilizem as Lajes como têm utilizado nos últimos meses.
Estas "meias tintas" e explicações atrapalhadas, meio a medo, com a "garantia" de que esta foi a única vez... isso é que não cola nada bem.
E aquela do "material bélico não ofensivo" é de chorar...
PS: Entretanto, a situação no terreno parece longe de uma solução e os civis continuam a morrer às centenas.
quinta-feira, agosto 10, 2006
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário