quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Achas de uma fogueira

As 12 caricaturas de Maomé publicadas primeiro na Dinamarca e depois em vários jornais europeus continuam a dar que falar.

Manifestações em alguns países (europeus e islâmicos), distúrbios, ameaças de morte, apelos à calma, explicações várias - tudo tem acontecido nas últimas semanas.

Para a religião muçulmana é proibido representar o Profeta e, portanto, estas imagens são consideradas atentatórias, especialmente por parte de grupos radicais.

É certo que para nós, ocidentais, que baseamos a nossa sociedade em direitos como a liberdade, a democracia, a tolerância, a fraternidade, e, já agora, na separação entre o Estado e as Igrejas, parece-nos estranho este fanatismo por culpa de um "turbante bomba", mas o certo é que, talvez por isso mesmo, poderiamos ter algum cuidado.

A liberdade de impresa deve ser assegurada, mas, a repetição destas imagens, ao longo dos últimos meses (tudo começou em Setembro) talvez pudesse ter sido evitada.

Os grupos radicais são isso mesmo, radicais, fanáticos, e, enquanto tal, estão desejosos que o "inimigo" lhes dê uma "desculpa" para actuar.

No fundo, esta insistência não resolveu nenhuma questão e só lançou gasolina para uma lareira que já estava acesa.

A solução só pode passar por grupos de muçulmanos moderados, equilibrados, que, de uma vez por todas, expliquem que o Islão não é "isto"e defende exactamente o contrário (a tolerância e o respeito pelo outro).

PS: só para assinalar - este é o centésimo "tiro" neste blog.

1 comentário:

Anónimo disse...

Parabéns meu caro. É sempre bom ler reflexões sérias e devidamente sustentadas. E com uma acuidade invejável.