“...É ter na alma a chama imensa”...
Sinceramente, eu não sei porque sou do Benfica... juro que não sei (o meu pai – ninguém é perfeito - até simpatiza com o Sporting !), mas o certo é que sou “lampião” e tenho orgulho nisso.
Cresci e habituei-me às vitórias do Benfica, não só no futebol (por mais anos que viva nunca me esquecerei da fenomenal equipa de basquetebol liderada por Carlos Lisboa), mas isso não pode explicar tudo...
Repare:
Ser benfiquista é vibrar com as vitórias, ser benfiquista é fazer 1500 quilómetros para ver um jogo, ser benfiquista é esperar pela equipa de madrugada, ser benfiquista é respeitar os adversários, ser benfiquista é ter mística, ser benfiquista é não desistir, ser benfiquista é ver o céu, ser benfiquista é “80”, ser benfiquista é ganhar... Ganhar.
Ser benfiquista é uma religião que não tem explicação...
Ser benfiquista é adoecer com as derrotas, ser benfiquista é discutir, ser benfiquista é dizer mal dos jogadores, ser benfiquista é criticar o treinador e insultar o presidente, ser benfiquista é rasgar o cartão de sócio, ser benfiquista é ter depressões, ser benfiquista é “8”, ser benfiquista é cair no inferno, ser benfiquista é sonhar... Sonhar.
Ser benfiquista é um estado de alma que se sente...
Ser benfiquista é continuar, após 10 anos de jejum, à procura do oásis dos títulos, na certeza de que lá chegaremos, mais tarde ou mais cedo.
Ser do Benfica é ser grande, mesmo quando nada se tem, ser do Benfica é ser povo e nobreza, ser do Benfica é ser diferente entre iguais, ser do Benfica é ser invejado, ser do Benfica é ser “todos por Um”...
O Benfica é sangue no coração, o Benfica é oxigénio nos pulmões... o Benfica é tudo e nada...
PS: Não sei se ficou a perceber melhor o que sinto... se calhar não. O mais certo é pensar que sou completamente louco... pois, se calhar sou.
sábado, fevereiro 28, 2004
domingo, fevereiro 01, 2004
“Sorriso de morte”
Nestes dias muitas coisas foram notícia: greves, Ministérios que não entregam o dinheiro dos impostos, cortes na ADSE, explosões no Iraque, relatórios polémicos, robôs que chegam a Marte, gripes nas aves...
Tudo isto aconteceu, tudo isto mereceu destaque, mas nada marcou tanto como a morte do jogador Miklos Fehér.
No dia em que passa uma semana de tão trágico acontecimento apetece-me falar disso... desabafar, para tentar ultrapassar “isto” que sinto e continuar em frente...
Há amigos meus que me dizem: “Não sei porque é que estás assim!”. Eu, se calhar, também não sei...
O que é certo é que eu vi – milhares de pessoas viram na altura e milhões viram em todo o mundo depois - um jovem morrer, à minha frente, em directo, na televisão, depois de, segundos antes, ter sorrido.E é isso que, ainda hoje, me perturba... O Fehér morreu a defender o seu clube, no campo de jogo, e a sorrir... a sorrir.
Admito que o facto do Miki ser jogador de futebol – um desporto que adoro – e de defender o Benfica – o meu clube do coração – pode ter potenciado a minha reacção, mas o facto é que, fosse quem fosse, numa situação semelhante, essa morte me perturbaria.
É que, independentemente das proporções que o caso tomou por ser um jogador de futebol, de ser do Benfica e da morte ter ocorrido em directo, o certo é que o rapaz, desportista saudável, sem história clínica, morreu de repente, frente a milhares de pessoas.
Eu sei que, infelizmente, morrem centenas de pessoas por dia de que nós nem ouvimos falar, mas este caso foi diferente... foi em directo.
Aquele “sorriso de morte”, aquela queda já inanimado, aqueles minutos angustiantes dentro do campo, aquelas horas até à confirmação oficial da morte, deviam perturbar e ser um alerta para qualquer um. E isso nada tem a ver com o facto de se gostar ou não de futebol, de se ser ou não do Benfica.
Aliás, a onda de solidariedade que se espalhou pelo país e que atingiu todas as franjas da sociedade é bem prova disso...Esperemos é que esta tragédia consiga trazer algo de bom e sirva para que as pessoas - todas as pessoas - percebam o essencial e deixem o acessório. No futebol e na vida do dia a dia.
Adeus Miki, até sempre, um abraço.
Tudo isto aconteceu, tudo isto mereceu destaque, mas nada marcou tanto como a morte do jogador Miklos Fehér.
No dia em que passa uma semana de tão trágico acontecimento apetece-me falar disso... desabafar, para tentar ultrapassar “isto” que sinto e continuar em frente...
Há amigos meus que me dizem: “Não sei porque é que estás assim!”. Eu, se calhar, também não sei...
O que é certo é que eu vi – milhares de pessoas viram na altura e milhões viram em todo o mundo depois - um jovem morrer, à minha frente, em directo, na televisão, depois de, segundos antes, ter sorrido.E é isso que, ainda hoje, me perturba... O Fehér morreu a defender o seu clube, no campo de jogo, e a sorrir... a sorrir.
Admito que o facto do Miki ser jogador de futebol – um desporto que adoro – e de defender o Benfica – o meu clube do coração – pode ter potenciado a minha reacção, mas o facto é que, fosse quem fosse, numa situação semelhante, essa morte me perturbaria.
É que, independentemente das proporções que o caso tomou por ser um jogador de futebol, de ser do Benfica e da morte ter ocorrido em directo, o certo é que o rapaz, desportista saudável, sem história clínica, morreu de repente, frente a milhares de pessoas.
Eu sei que, infelizmente, morrem centenas de pessoas por dia de que nós nem ouvimos falar, mas este caso foi diferente... foi em directo.
Aquele “sorriso de morte”, aquela queda já inanimado, aqueles minutos angustiantes dentro do campo, aquelas horas até à confirmação oficial da morte, deviam perturbar e ser um alerta para qualquer um. E isso nada tem a ver com o facto de se gostar ou não de futebol, de se ser ou não do Benfica.
Aliás, a onda de solidariedade que se espalhou pelo país e que atingiu todas as franjas da sociedade é bem prova disso...Esperemos é que esta tragédia consiga trazer algo de bom e sirva para que as pessoas - todas as pessoas - percebam o essencial e deixem o acessório. No futebol e na vida do dia a dia.
Adeus Miki, até sempre, um abraço.
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