domingo, setembro 28, 2008

Catedral

Tive esta noite o privilégio de assistir, pela primeira vez, "em directo, a cores e ao vivo", ao "derby dos derbies". Foi, em simultâneo, a minha estreia na nova "Catedral".

Do jogo digo apenas que a vitória do Benfica foi justa. Parece-me inquestionável.

Interessa-me mais, aqui e agora, falar do fantástico que é sentir "aquele" ambiente "in loco". Sim, eu sei que "este" estádio não tem a mística do original, falta-lhe o terrível terceiro anel, mas, mesmo assim, é imponente ter quase 60 mil pessoas a vibrar com as incidências da partida e à espera de golos na baliza adversária.

Sentei-me na Bancada Meo, porta 16, piso três, sector 21, fila AF, lugar 21.

O primeiro susto foi perceber onde era o lugar (como é que eu vou para ali? tenho que subir estas escadas todas? estamos do lado errado das escadas, e agora? Não vou descer isto, pede-se licença às pessoas, desculpe, com licença, ajude aqui, muito obrigado, desculpe lá).

Já agora, duvido que as bancadas, ou melhor, as escadas já nas bancadas sejam regulamentares. Não acredito que aquele espaço (onde não cabe um pé completamente assente) seja legal.

Chegado ao lugar, tempo de ver o "voo da águia", que saiu da "minha" bancada e aterrou no pódio no centro do terreno sem falhas. Foi a primeira grande ovação da noite.

Início do jogo com as reacções habituais, os falhanços deles, os nossos erros, as oportunidades e, claro, os palpites e as teorias das bancadas, a vibração do estádio.

O intervalo, as "cheerleaders", os suplentes a aquecer, a substituição que virou o jogo, os golos de rajada, os olés e a "hola", a vitória.

Final: a equipa sai sob palmas... Confesso que esperava uma euforia maior. Afinal, tinhamos vencido um rival, tinhamos vencido o Paulo Bento ("pela boca morre o peixe"). Justificações para esta "tranquilidade"? Talvez o facto de estarmos apenas na quarta jornada e haver, por isso, ainda muito para andar.

No final da partida, primeiro esperar pela saída da maioria, depois encontrar uma fila com corrimão.

À saída, no meio do povo "encarnado", foi bom ir ouvindo os "zum-zuns": a boa exibição dos miúdos na defesa, a força de Yebda e a importância de Katso no meio-campo, o grande golo de Reyes...

Só "lamento" (mesmo entre aspas) que o público só puxe pela equipa precisamente quando não é obrigatório, ou seja, pelo menos na Luz é assim, raramente são os adeptos a puxar pelos jogadores, normalmente é ao contrário.

Nota final para a "segurança": se isto é assim num "jogo de alto risco", já percebi porque continuam a entrar "very-lights" e outros apetrechos proibidos nos estádios. Passei uma única "barreira" em que o homem, coitado, a única coisa que fez foi olhar para o bilhete que eu trazia na mão. Não fomos questionados, nem revistados, nem entrámos um a um, nada disso.

PS: Continuo invicto sempre que vejo o Benfica jogar ao vivo, seja em que modalidade for.

quarta-feira, setembro 24, 2008

"Pode concluir senhor Primeiro-ministro..."

Regressaram esta tarde os debates quinzenais ao Parlamento. Que saudades tinha eu de ouvir o Presidente da Assembleia da República.

Perdi duas horas da tarde a ver o debate na sala do Senado porque ainda pensei que as férias - e o ano político que aí vem - iam fazer bem aos nossos deputados, afinal enganei-me, e está tudo na mesma.

Voltaram os "passa-culpa", o "senhor não responde", "o senhor não dá soluções"; o copo meio cheio e o copo meio vazio; isto nunca esteve tão mau, isto não está tão mau; estatísticas a melhorar, estatísticas a piorar; a culpa é vossa, a culpa é dos outros...

Soluções e/ou alternativas, essas, nem vê-las.

terça-feira, setembro 16, 2008

Cooperação estratégica

É a questão que se coloca no momento: depois do estatuto dos Açores, do alegado atraso na nova lei da GNR e da diferença de opinião em relação à lei do divórcio, será que isto ainda vale?

Claro que há outra pergunta ainda mais importante: Esta "crise" entre Belém e São Bento é a sério, ou andam só a distrair-nos de coisas mais importantes?

segunda-feira, setembro 15, 2008

Dia de aulas

Faltam poucas horas para iniciar mais um ano lectivo.

Vou, como sempre, com expectativa para ver o que me calha em sorte. Vou, como sempre, com vontade de ajudar alguma coisinha a miudagem.

Espero que os alunos, no final do semestre, não digam nada parecido com isto:

Eu preferia uma reacção deste género:

Recordo, aliás, com saudade, o boicote que fizemos a uma cadeira na Universidade. Se me fizerem algo semelhante, espero que os alunos tenham razão como nós tivemos na altura.

Eu continuo a gostar de ver os meus meninos a crescer por aí...

sexta-feira, setembro 12, 2008

Liberdade ou censura?

O Presidente da Venezuela decidiu expulsar o embaixador dos Estados Unidos e, durante o discurso, utilizou linguagem - digamos assim - colorida.

Vamos imaginar um cenário hipotético: És director de uma televisão ou de uma rádio. Isto pode passar assim?

Se "sim", vale tudo?
Se "não", quem somos nós para censurar um discurso?

Reponda quem quiser ou souber. Está aberto o debate.

terça-feira, setembro 09, 2008

E o burro sou eu? (*)

É um facto: sou daqueles gajos que escreve sms bem devagarinho e só com uma mão. Nunca consegui, como algumas pessoas que conheço, fazer grandes "testamentos" em segundos.

Tentou, ontem, a minha boa amiga BA ensinar-me a escrever com a ajuda preciosa do "dicionário" do telemóvel (que ajuda, que é mais rápido, diz ela)...

Pois, pois, é capaz de ser... Assumo as minhas limitações, não consegui domar a máquina. Fui obrigado a passar-lhe o telemóvel para a mão e ditar-lhe a mensagem.

(*) Frase de Luiz Felipe Scolari num momento de fúria para com jornalistas desportivos. Eu prefiro usá-la para expor mais uma das minhas fraquezas.

sábado, setembro 06, 2008

Super-atletas

Decorre este sábado a cerimónia de abertura dos Jogos Paralímpicos de Pequim. As provas vão até 17 de Setembro.

Depois da desilusão dos Olímpicos, renascem as esperanças lusas em bons resultados e medalhas: nas sete edições anteriores foram conseguidas 25 de ouro e 81 no total.

Felizmente, nos últimos anos, os apoios a estes atletas têm melhorado e já há empresas a investir para que eles possam progredir.

Isso é positivo... nada positiva é a campanha publicitária que acompanha a missão olímpica e os seus 33 atletas.

O slogan "É nisto que somos bons" é bastante infeliz.

Não sei se os atletas tiveram "voto na matéria" e se concordam com a frase. Eu confesso que não gosto, mas admito que pode ser "hiper-sensibilidade". Peço desculpa por isso.

Convém só recordar que, por exemplo, para além de atletas, na comitiva há estudantes e professores, mas também uma médica, um psicólogo, um carpinteiro, um massagista, uma assistente social, entre outros.

Nisto, TAMBÉM, serão bons seguramente.

sexta-feira, setembro 05, 2008

The Voice

Desde sempre me habituei a ouvir esta Voz nos trailers de cinema...

Juro que cheguei a pensar: "Isto é tão bom que não é possível. Benditas máquinas que fazem tudo". Afinal...

Há meses fui "apresentado" ao senhor, graças ao "tubo" fiquei a conhecer-lhe a cara mas, na segunda-feira, de repente, a notícia deixou o cinema de luto.

Don LaFontaine tinha 68 anos e era "the voice in the dark".

quarta-feira, setembro 03, 2008

Politiquices

Para além de furacões vários, a atenção dos norte-americanos está virada para a política e, por estes dias, para a Convenção Republicana, que decorre poucos dias depois da Convenção Democrata.

É curioso como avança a campanha para as presidenciais de Novembro e os "equilíbrios" que os dois partidos são obrigados a fazer para agradar às várias facções.

Do lado Democrata, depois da vitória nas Primárias, Barack Obama escolheu Joe Biden para "número 2". Ou seja, para combater a critica de inexperiência em política internacional, Obama foi buscar o senador que lidera a comissão de Foreign Relations.

Já do lado Republicano, John McCain foi buscar uma mulher jovem e bonita (44 anos), mãe de família (cinco filhos) e ultraconservadora (anti-aborto, anti sexo antes do casamento, contra casamento de homosexuais, faz parte do lobby das armas) para combater a critica de que já está velho e que não é "suficientemente" de direita.

Sarah Palin, candidata a vice-presidente do lado Republicano, actual governadora do Alasca, faz dentro de poucas horas o discurso na Convenção.

Lá como cá ou em qualquer outro lado, o truque na política é conseguir uma fórmula que agrade o mais possível a gregos e troianos. O importante é ganhar votos e eleições.

A 4 de Novembro vamos ficar a saber quem vai ser o substituto do "impagável" George W. Bush.