terça-feira, janeiro 29, 2008

Remodelação

Confesso que há coisas na política que não deixam de me surpreender. O ministro da Saúde acaba de ser substituido.

Ora, estando o país a realizar uma reforma polémica neste Ministério, isto quer dizer o quê?

Correia de Campos estava errado? Se estava devia ter sido travado há muito tempo e posto na ordem por José Sócrates.

Se estava certo e a sua política é a correcta, apesar das muitas críticas, então devia ter-se mantido seguro no Executivo.

A política vai mudar? O que vai acontecer, por exemplo, ao plano apresentado pelos peritos no que diz respeito às urgências? Correia de Campos conhecia o sector e parecia determinado...

Agora, o Primeiro-ministro vai ter dificuldades em justificar as suas ideias neste sector, que é fundamental, e a oposição tem aqui campo para atacar forte e feio.

Sobre a ministra da Cultura pouco há a dizer, era claramente um erro de "casting".

Mário Lino, Manuel Pinho e Nunes Correia lá se safaram desta...

sábado, janeiro 19, 2008

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Pode não ter havido falhas, pode ninguém ter tido culpa, pode ter sido feito tudo o que era possível, mas lá que é estranho (*) ver morrer um bebé numa ambulância à porta de umas urgências fechadas, lá isso é...

(*) "estranho" é o mínimo que se pode dizer.

quarta-feira, janeiro 16, 2008

Dúvida da semana

Suharto está muito doente, mesmo em risco de vida. Não desejo a morte de ninguém, mas também não esperem que chore por um ditador.

A doença do homem que liderou a Indonésia durante décadas foi o pretexto para voltarmos a ouvir ou ler expressões como “antigo” ditador e “ex”-ditador.

Mantenho esta teima há vários anos: “antigo” e “ex” não são a mesma coisa neste contexto.

Se, no entanto, tiver mesmo que escolher uma das expressões em causa, não tenho dúvidas: Suharto foi o “antigo” ditador da Indonésia e nunca “ex” ditador.

Para mim, Suharto é um ditador e sempre será, ponto final. Só não o é agora, no activo, porque simplesmente deixou o poder. Se ainda fosse Presidente continuaria, seguramente, a ser ditador.

Reparem que, por exemplo, Sá Carneiro morreu enquanto Primeiro-ministro. Por isso, não é “ex”, é “antigo” Primeiro-ministro.

Já, ao contrário, quando alguém se divorcia, passa a ser ex-marido ou ex-mulher porque deixou de ser casado.

Esta é – diria o meu antigo chefe – uma “chinezice”... mas, para ti, “ex” ditador e “antigo” ditador são sinónimos?

sábado, janeiro 12, 2008

Simplex

Há conversas que eu preferia não ter ouvido, esta foi mais uma delas. Não foi nada de muito extraordinário, eu é que não percebi se devia rir ou chorar.

Conversam duas jovens universitárias:

- "Olha, quanto tiveste no trabalho de (...)?"
- "Zero"
- "Então?!"
- "A professora diz que foi plágio.
- "A sério?"
- "Encontrou três trabalhos iguais na nossa turma"
- "E fizeste plágio?"
- "Pá, sei lá, eu fui buscar umas coisas à net..."

Isto agora deve ser normal nas escolas e universidades deste nosso Portugal. É, seguramente, mais uma "vantagem" do "Plano Tecnológico".

Viva a internet e o "São Google" que nos desenrasca tudo o que precisamos.

quinta-feira, janeiro 10, 2008

e o OTArio sou eu? (*)

Afinal, parece que o novo aeroporto internacional de Lisboa vai mesmo ser em Alcochete e não na Ota, como se dizia há anos.

Afinal, "jamais" tem um significado diferente daquele que eu aprendi na escola.

Afinal, parece que Mário Lino - apesar da reviravolta, do "deserto" e do "nunca em francês" - não vai sofrer com o "ricochete" do Tiro vindo de Alcochete.

Afinal, Sócrates ainda consegue ter promessas para ignorar.

PS: Noutro âmbito - ou não - nada OTArio é Armando Vara. "Não vá o Diabo tecê-las", o melhor é aguentar o lugar na Caixa e continuar a receber, até saber se vai mesmo para a concorrência directa ganhar uns "trocos jeitosos" a mais.

Há mesmo pessoas que não deixam de me surpreender. O senhor Vara é uma delas.

(*) Obrigado a Luiz Felipe Scolari por ter servido de inspiração.

sexta-feira, janeiro 04, 2008

Como está?

As notícias são assim: aparecem e desaparecem a grande velocidade... a maioria até nos esquecemos delas. É verdade que umas demoram horas, outras dias, semanas, meses... mas todas acabam, mais cedo ou mais tarde, por perder gás.

Por exemplo, se vos perguntar se se lembram de algum assunto minimamente relevante de 4 de Janeiro de 2006, naturalmente, vão responder-me que não.

Mas foi nesse dia que Ariel Sharon teve o segundo derrame cerebral que o deixou ligado à máquina.

O Primeiro-ministro israelita preparava-se para ganhar as eleições com um novo partido quando foi parar ao hospital. Dada a sensibilidade da situação, dele e da região onde vive, o "caso Sharon" manteve os jornalistas entretidos umas semanas.

Agora, dois anos passados, há quanto tempo não ouve nada sobre o homem? Morreu? Está ligado à máquina? Melhorou?

Não faço ideia.

terça-feira, janeiro 01, 2008

E ainda querem festa?

Se há coisa que não percebo são os festejos de passagem de ano.

Festas, fogo de artifício, bater de pratos, grandes bebedeiras... Mas estamos a comemorar exactamente o quê?

É que o novo ano tem pouco ou nada de positivo. Ano após ano, a notícia do dia 1 são sempre os aumentos. Não dos salários, mas dos produtos.

Aumentos vários, quase todos acima da inflação com desculpas várias, alguns deles de forma escandalosa. Reparem só num exemplo: o pão sobe, pelo menos, 10%, enquanto os salários sobem - convém recordar - 2.1%.

Nada faz sentido... e ainda querem festa. Não percebo.