quarta-feira, abril 25, 2007

25 de Abril... Sempre

"Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo"


Sophia de Mello Breyner Andresen

quinta-feira, abril 19, 2007

Comboio de Babel

Numa semana em que voltou a falar-se de extrema-direita em Portugal devido a um eventual encontro europeu em Lisboa, lembrei-me de uma das minhas últimas viagens de comboio.

Viagem a meio da tarde, sentido Sintra-Lisboa, oito lugares, sete pessoas: um português, dois africanos, dois cidadãos de leste, um asiático, uma brasileira...

É este o Portugal de hoje, pelo menos, na área metropolitana de Lisboa.

E qual é o problema? Nenhum, se forem pessoas integradas que trabalhem - normalmente naquilo que os "finos" portugueses já não querem fazer(*).

Muitas destes estrangeiros ajudaram-nos a brilhar com a Expo 98 ou o Euro 2004 e, se servem para “isso”, têm que servir para tudo o resto. Aliás, muitos deles, têm habilitações para muito mais.

O nosso país, já se sabe, é de “brandos costumes”, habituado a “convívios” inter-culturais e raciais.

Espero, sinceramente, que assim possa continuar... apesar de todo o tipo de pressões, a começar pelo desemprego.

(*) Absolutamente lamentável a campanha governamental das “Novas Oportunidades” que menoriza e despreza profissões “menores” essenciais a um país desenvolvido e equilibrado.

segunda-feira, abril 09, 2007

Por uma imensa minoria (*)

No outro dia tive uma conversa animada com um colega e amigo sobre um trabalho que estava a fazer. Dizia-me ele mais ou menos isto: “Porque é que estás a perder tanto tempo com isso, se ninguém vai ver”.

Percebo o que ele me quis dizer, mas não concordo com esta teoria e explico porquê.

Da mesma forma que sou contra aqueles que só trabalham pelo salário (e reforço o só), também não me parece nada bem que só se trabalhe pelas audiências ou tiragens.

É que, se esta lógica alastra, um dia destes, só vamos poder votar entre PS e PSD, apoiar Benfica ou Sporting, ouvir a RFM e a Antena 1, comprar o Correio da Manhã ou o JN, ou ir só e apenas à missa católica...

Contra a ditadura das maiorias, pela diversidade e pela liberdade, vou continuar a viver e a fazer as minhas próprias escolhas, nem sempre maioritárias (felizmente).

(*) Este era o slogan da extinta XFM, uma grande rádio que morreu por falta de ouvintes, diziam os patrões.