Depois de vários anos sem pagar impostos e três de regime de excepção, eis que os jogadores de futebol chegam a 2007 com a obrigatoriedade de pagar impostos sobre a totalidade dos rendimentos, como qualquer contribuinte normal.
A medida já era conhecida e esperada, mas, agora que entrou em vigor, levantou logo polémica com o sindicato de jogadores a admitir uma greve e o presidente da Liga a apelar à calma mas a colocar-se do lado dos atletas.
Para mim a questão é simples: os jogadores de futebol devem receber o que têm direito por contrato e pagar os impostos respectivos, como qualquer um.
Os impostos consoante o que se recebe e, portanto, não se corre o risco de ser injusto. A percentagem que é "tirada" tem a ver com o que se aufere e, assim, quem ganha mais paga mais, quem recebe menos paga menos. Justo.
O argumento que o futebol é uma profissão de desgaste rápido não colhe. Primeiro, aos 35 anos, os jogadores não ficam incapacitados para continuar a trabalhar (treinadores, empresários de futebol e não só, comentadores, jornalistas, relações públicas, etc, etc); segundo se acham que não tem futuro a profissão de futebolista, têm bom remédio e vão fazer outras coisas.
Para mim, profissão de risco é ser, por exemplo, mineiro e a esses, sim, entendo que deveriam ser dadas melhores condições de vida.
Tenho apoioado Joaquim Evangelista e o sindicato na luta que têm feito (e bem) para que os jogadores recebam o salário a que têm direito, não posso estar de acordo com este pedido de excepção no que diz respeito aos impostos.